Santa Faustina
nasceu na aldeia de Glogowiec, na Polônia, no dia 25 de agosto de 1905. Ela é a
terceira de dez filhos do casal Estanislau Kowalska e Mariana Babel. Foi
batizada com o nome de Helena Kowalska.
A vida espiritual
de Helena começou cedo. Em seu Diário escreve: “Quando eu tinha sete anos ouvi
pela primeira vez a voz de Deus na minha alma”.
Em 1920 e 1922 a
jovem pede permissão para entrar no convento, mas os pais a recusam. Não
possuem recursos para lhe dar o dote necessário, estão mergulhados em dívidas –
e, acima de tudo, estão muito ligados à filha.
O desejo de se
consagrar totalmente a Deus lhe acompanhava, mas, perante as dificuldades, por
um tempo Helena desiste da ideia. Entrega-se, então, à “vaidade da vida”, aos
“passatempos”, como anos depois escreveria em seu Diário.
Deus, porém, não
volta atrás. Estando um dia num baile com sua irmã, uma visão de Cristo
Sofredor interpela a jovem Helena: “Até
quando hei de ter paciência contigo e até quando tu Me desiludirás?”
(Diário, 9).
Decide entrar no
convento. Bateu em várias portas até ser acolhida no dia 01 de agosto de 1925
na clausura do convento da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da
Misericórdia, em Varsóvia. Foi tentada a deixar essa comunidade várias vezes,
mas Jesus lhe apareceu e exortou: “Chamei-te
para este e não para outro lugar e preparei muitas graças para ti” (D. 19).
Dentro da
Congregação, Helena recebeu o hábito e o nome de Irmã Maria Faustina, em 1926. Dois anos depois faria a primeira
profissão dos votos religiosos. Em sua vida exterior nada deixava transparecer
da sua profunda vida espiritual, que haveria de incluir as graças
extraordinárias da contemplação infusa, o conhecimento da misericórdia divina,
visões, aspirações, estigmas escondidos, o dom da profecia e discernimento, e o
raro dom dos esponsais místicos (D. 1056). Um sonho a movia – viver plenamente
o mandamento do amor:
“Ó meu Jesus, Vós
sabeis que desde os meus mais tenros anos eu desejava tornar-me uma grande
santa, isto é, desejava amar-Vos com um amor tão grande com que até então
nenhuma alma Vos tinha amado” (D. 1372).
O Senhor a escolhe
para uma missão especial. Depois de atravessar pela “noite escura” das
provações físicas, morais e espirituais, a partir de 22 de fevereiro de 1931,
em Plock, o próprio Senhor Jesus Cristo começa a se manifestar à Irmã Faustina
de um modo particular, revelando de um modo extraordinário a centralidade do
mistério da misericórdia divina para o mundo e a história– presente em todo o
agir divino, particularmente na Cruz Redentora de Cristo – e novas formas de
culto e apostolado em prol desta sua divina misericórdia. Descreve esta
primeira visão:
“Da túnica
entreaberta sobre o peito saíam dois grandes raios, um vermelho e outro pálido.
(…) Logo depois, Jesus me disse: Pinta uma Imagem de acordo com o modelo que
estás vendo, com a inscrição: Jesus, eu confio em Vós”
(D. 47).
Das Cartas de Santa
Faustina – encontramos, dentre outros, 83 revelações particulares especiais
sobre o mistério e o culto da Divina Misericórdia. Ao longo do Diário
descobrimos que Jesus a escolhe como secretária, apóstola, testemunha e
dispensadora da divina misericórdia. Já pode ser considerado como um dos
clássicos da espiritualidade católica, ao lado de História de uma alma, A
prática do amor a Jesus Cristo, Filotéia e outros.
Assim como na vida
de Santa Teresinha, Jesus pede também à Santa Faustina que se ofereça como
vítima pelos pecadores. Na Quinta-feira Santa de 1934, Jesus lhe revela o seu
desejo que se entregue pela conversão dos pecadores.
A este desejo Irmã
Faustina respondeu prontamente com um ato de consagração no qual se oferece
voluntariamente pelos pecadores.
Nos últimos anos de
sua breve vida aumentaram os seus tormentos interiores e os padecimentos do organismo.
Desenvolve-se uma tuberculose que lhe atacou os pulmões e os intestinos.
No dia da sua morte
ela recebe o viático do Pe. Andrasz. Pede mas logo recusa uma injeção, dizendo:
“Deus exige sacrifício”. Plenamente
unida a Deus, na presença da irmã Ligoria, erguendo os olhos para o céu, Irmã
Faustina falece com fama de santidade às 22h45min do dia 05 de outubro de 1938,
com apenas 33 anos de vida. O seu corpo foi depositado no cemitério do convento
em Cracóvia-Lagiewniki.
O Papa João Paulo a
beatificou no ano de 1993 e canonizou no ano de 2000, tornando-se assim a
primeira santa canonizada no III Milênio cristão. O milagre que permitiu a sua
canonização foi a cura do Pe. Romualdo P. Pytel que sofria de problemas
cardíacos muito graves. A data de sua celebração litúrgica é o dia 5 de
outubro, que marca seu nascimento para o céu.
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