Jesus exprime-a com
as seguintes palavras: Eu vim para lançar fogo sobre a
terra, e como gostaria que já estivesse aceso!
O fogo de que Jesus fala é a chama do Espírito Santo, presença viva e
concreta em nós, a partir do dia do nosso Batismo. Ele — o fogo — é uma força
criadora que purifica e renova, queima toda a miséria humana, todo o egoísmo e
todo o pecado, transforma-nos a partir de dentro, regenera-nos e torna-nos
capazes de amar. Jesus deseja que o Espírito Santo se propague como fogo no
nosso coração, porque só começando a partir do coração o incêndio do amor
divino poderá difundir-se e fazer progredir o Reino de Deus. Não começa na
cabeça, mas no coração. E por isso, Jesus quer que o fogo entre no nosso
coração. Se nos abrirmos completamente à ação deste fogo, que é o Espírito
Santo, Ele infundir-nos-á a audácia e o fervor para anunciar a todos Jesus e a
sua consoladora mensagem de misericórdia e de salvação, navegando em alto mar,
sem receio.
No cumprimento da
sua missão no mundo, a Igreja — ou seja, todos nós que somos a Igreja — tem
necessidade da ajuda do Espírito Santo para não se deter pelo medo nem pelo
cálculo, para não se acostumar a caminhar dentro de limites seguros. Estas duas
atitudes levam a Igreja a ser uma Igreja funcional, que nunca corre riscos. Ao
contrário, a intrepidez apostólica que o Espírito Santo acende em nós como um
fogo ajuda-nos a superar os muros e as barreiras, torna-nos criativos e
estimula-nos a pôr-nos em movimento para percorrer inclusive caminhos
inexplorados ou desalentadores, oferecendo esperança a quantos encontramos.
Mediante este fogo do Espírito Santo somos chamados a tornar-nos cada vez mais
comunidades de pessoas orientadas e transformadas, cheias de compreensão,
pessoas com um coração dilatado e com um semblante jubiloso.
Hoje mais do que
nunca há necessidade de sacerdotes, de consagrados e de fiéis leigos com o
olhar atento do apóstolo, para se comover e para se deter diante das
dificuldades e das pobrezas materiais e espirituais, caracterizando assim o
caminho da evangelização e da missão com o ritmo purificador da proximidade. É
exatamente o fogo do Espírito Santo que nos leva a tornarmo-nos próximos dos
outros: das pessoas que sofrem, dos necessitados, de tantas misérias humanas,
de tantos problemas, dos refugiados, dos deserdados, daqueles que sofrem. Aquele
fogo que deriva do coração. O fogo!
Se a Igreja não
receber este fogo, ou se não o deixar entrar em si, tornar-se-á uma Igreja
arrefecida, ou apenas tíbia, incapaz de dar vida porque feita de cristãos frios
e mornos. Hoje, far-nos-á bem pensar cinco minutos e perguntar-nos: Mas como
está o meu coração? É frio, é tíbio? É capaz de receber este fogo? Pensemos
cinco minutos nisto. Fará bem a todos nós.
Papa
Francisco – 14 de agosto de 2016
Hoje celebramos:
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