segunda-feira, 15 de outubro de 2018

15 de outubro - Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Lc 11,29


Jesus define a multidão que se apinhava para o ouvir como uma geração malvada porque procura um sinal. É evidente que Jesus fala aos doutores da lei que muitas vezes no Evangelho lhe pedem um sinal. Com efeito, eles não viam muitos sinais de Jesus. Mas, precisamente por esta razão Jesus os repreende em diversas ocasiões, recorrendo à imagem da árvore da figueira.

Podemos questionar sobre o motivo pelo qual os doutores da lei não compreendiam os sinais dos tempos, invocando um sinal extraordinário. Temos algumas respostas: a primeira é porque eram fechados. Fechados no seu sistema, tinham elaborado muito bem a lei, uma obra-prima. Mas Jesus surpreende-os fazendo coisas estranhas, como por exemplo acompanhar com os pecadores, comer com os publicanos. E os doutores da lei não gostavam disso, era perigoso; estava em perigo a doutrina, que eles, os teólogos, tinham elaborado ao longo dos séculos.

Era uma lei feita por amor, para ser fiéis a Deus, mas já se tinha tornado um sistema normativo fechado. Eles simplesmente tinham esquecido a história. Tinham esquecido que Deus é o Deus da lei, mas é também o Deus das surpresas. E que muitas vezes Ele reservou surpresas ao seu povo: é suficiente pensar no modo como os salvou no mar vermelho da escravidão do Egito.

Não obstante tudo, eles não compreendiam que Deus é sempre novo; nunca se renega a si mesmo, nunca afirma que o que disse estava errado, nunca: mas surpreende sempre.

A segunda resposta à pergunta inicial, deve ser referida ao fato de que eles tinham esquecido que eram um povo a caminho. E quando alguém está a caminho encontra sempre coisas novas, algo que não conhece. E estas coisas deviam assumi-las num coração fiel ao Senhor, na lei. Mas, também neste caso, um caminho não é absoluto em si mesmo, é o caminho rumo a um ponto: rumo à manifestação definitiva do Senhor. Aliás, toda a vida é um caminho rumo à plenitude de Jesus Cristo, quando voltar pela segunda vez.

Em síntese, o sinal da ressurreição, da glória, daquela escatologia em direção à qual estamos a caminho. Daqui o convite final a refletir sobre este tema, a questionar-se sobre dois aspectos, perguntando-se: Eu estou apegado às minhas coisas, às minhas ideias, fechado? Ou sou aberto ao Deus das surpresas? E ainda: Sou uma pessoa firme ou uma pessoa que caminha? Acredito em Jesus Cristo e no que Ele fez, ou seja morreu, ressuscitou... acredito que o caminho vai em frente rumo à maturidade, rumo à manifestação de glória do Senhor? Sou capaz de compreender os sinais dos tempos e ser fiel à voz do Senhor que se manifesta neles?

Papa Francisco – 13 de outubro de 2014

Hoje celebramos

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