Por volta do ano
303, na Espanha, no período em que Diocleciano era imperador romano, os irmãos
Vicente, Sabina e Cristela, naturais de Évora, foram torturados cruelmente.
Tiveram os membros desconjuntados e as cabeças esmagadas. Pelo que podemos
conferir nos anais de seu martírio, São Vicente foi feito prisioneiro antes de
suas irmãs Sabina e Cristela.
Educado na fé
cristã, o jovem Vicente vivia uma vida virtuosa. Praticava o culto cristão
apesar das proibições. Por este motivo, foi delatado para Daciano. Este ordena
que o coloquem diante de uma estátua de Júpiter para obrigá-lo a
prestar o culto imperial. Os guardas levam de casa com este objetivo, porém,
segundo a tradição, no caminho ocorre um prodígio: uma pedra amolece, prendendo
os pés e o báculo de Vicente. Diante disto, os guardas o deixam.
Ao retornar para
casa, Vicente foge com suas irmãs Sabina e Cristeta através da serra que hoje
tem seu nome. Daciano ordena sua busca. Os três foram capturados perto de
Ávila.
Tendo sido levado a
presença do magistrado romano Daciano, que o interrogou: “… Perdoo a tua juventude essas
liberdades, pois sei que não chegaste ainda à idade de uma prudência completa,
pelo que te devo aconselhar que me ouças como pai, e como tal ordeno que
sacrifiques aos deuses imperiais”.
O jovem Vicente
assim respondeu: “Careceria de sólido juízo, se, desprezando o verdadeiro Deus que criou
o céu e a terra, penetrou os abismos e circundou os mares, desse culto aos
falsos deuses de pau e de pedra, representados em estátuas vãs”.
Por recusarem o
culto aos deuses imperiais, foram cruelmente martirizados. Seus restos mortais
encontram-se na Basílica de São Vicente de Ávila. Seu sepulcro constitui
um belo monumento da arte românica espanhola. Nela estão esculpidas passagens
da vida destes mártires.
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