quarta-feira, 10 de outubro de 2018

10 de outubro - Beata Maria Catalina Irigoyen Echegaray


Como o profeta Isaías, também Beata Maria Catalina, poderia dizer com razão: "O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque ele me ungiu. Enviou-me para levar uma boa-nova aos pobres, medicar os corações despedaçados, proclamar aos cativos a libertação e aos prisioneiros a abertura do cárcere, para proclamar o ano da graça do Senhor.”

Fiel ao carisma do Instituto das Sevas de Maria, nossa Bem-aventurada se tornou, como Jesus, um bom samaritano para todos os carentes afetados pela doença, pobreza e solidão. Vendo neles o O rosto sofredor do Redentor, era para eles a mãe da misericórdia e consolação, com uma atitude de serviço humilde e sacrificial. De tal forma, era presença afetuosa e cordial de acolhida e assistência, com um caráter perene e sorriso brilhante em seus lábios, rapidamente se tornando "popular" entre os doentes, com aquela autêntica popularidade, que nunca tem pôr do sol, porque é enraizada no amor feito serviço e entrega.

Desde criança foi conquistada pela Eucaristia. Um dia, enquanto montava um cavalo na montanha, caiu e torceu o pé. De volta a casa, implorou à governanta que não dissesse nada a ninguém, porque não queria perder a missa no dia seguinte. Às quatro horas do dia seguinte, depois participar da santa missa e receber a comunhão, volta para casa com o pé que doía muito, o que a forçou a ficar na cama alguns dias.

A beata Catalina vivia no amor a missão da congregação, que exige sacrifício constante, devoção à Eucaristia e amor incondicional a Nossa Senhora.

Cardeal Angelo Amato – Homilia de Beatificação - 29 de Outubro de 2011

Maria Catalina, cujo nome religioso era Maria das Núpcias, nasceu em Pamplona (Navarra, Espanha) em 25 de novembro de 1848. Seus pais, Tiburcio Irigoyen e Leonarda Echagaray, membros da alta sociedade navarra, eram cristãos muito devotos; tiveram sete filhos, e os dois últimos eram gêmeos, dentre eles Maria. Batizada no dia seguinte ao nascimento, ela cresceu num ambiente saudável onde logo teve despertada sua vocação religiosa. Em 1878 ela pediu para que fosse admitida no Instituto das Servas de Maria, fundado por Maria Soledad Torrés Acosta (1826-1887, canonizada em 1970). Foi, contudo, aconselhada a esperar um pouco mais, pois, devido à morte de seus pais teve que cuidar de vários doentes em sua família.

Após solucionar esses problemas familiares, Maria pode, enfim, entrar para o Instituto, em Pamplona, em 31 de dezembro de 1881, aos 33 anos. Fez sua primeira profissão na nova Casa de Madri em 14 de maio de 1883 e, posteriormente, a profissão solene e definitiva em 15 de julho de 1889.

Para esta missão, o Senhor a dotou de alguns dons indispensáveis da natureza: boa saúde física e mental e temperamento harmonioso, sereno e alegre Um sobrinho seu, Pedro Hualde, deixou-nos um testemunho admirável sobre isso: “O caráter distintivo da minha tia era a bondade; ela estava sempre feliz e disposta a receber a todos com a mesma alegria”.
Seu coração era sensível e terno. Sua gentileza e doçura proporcionaram harmonia à comunidade e abriam o coração dos enfermos para o otimismo e a esperança.

Sua humildade purificou a comunidade da fofoca e do pessimismo. Tinha a extraordinária capacidade de receber os outros, de viver de forma serena com as irmãs e com os doentes. Heroico foi seu espírito de sacrifício. Sabia como trabalhar, sofrer e colaborar. O mesmo que sabia obedecer. Sabemos que a obediência é o distintivo da vida consagrada. A obediência dos consagrados, por outro lado, é o valor acrescentado à sua vida cristã e uma forma original de viver em liberdade e o amor oblativo.
A ela também não faltava o bom humor: Um dia, um primo lhe disse que ela não era superiora porque não era inteligente. Nosso Beata respondeu com um sorriso: "Vejo que me conhece bem!"

Passou todo o restante de sua vida em Madri, onde ia entusiasmada visitar os doentes em suas casas para cuidar deles, para consolá-los e escutá-los pacientemente. Era tão benevolente para com cada um deles que era considerada como uma mãe. Após vinte e três anos desse longo apostolado, Maria Catalina recebeu a responsabilidade de receber doações para o Instituto.

Em seus últimos anos de vida, ela não podia mais trabalhar, pois as enfermidades se abateram sobre ela, identificando-a a Jesus crucificado. Morreu em 10 de outubro de 1918.


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