"O homem de
Deus tende ... à paciência" (ITm 6, 11). A Ordem das Escolas Pias
contempla hoje em sua glória catorze membros: o padre Pedro Casani, primeiro companheiro
de São José de Calasanz e os treze mártires da perseguição religiosa de 1936 na
Espanha.
Pedro Casani,
natural de Lucca, juntou-se a José de Calasanz em 1614 para "ensinar as crianças romanas a piedade
e as letras". Aberto à caridade para com os outros e dedicado à
educação das crianças pobres, repetiu antes da sua morte: "A paciência e a oração
podem fazer muito".
Papa
João Paulo II – Homilia de beatificação – 01 de outubro de 1995
Pedro Casani nasceu
em Lucca, Itália, em 1572, ainda jovem, impressionado com a morte exemplar de
sua mãe, sentiu-se chamado a entrar na Congregação da Santíssima Virgem,
fundada em Lucca por São João Leonardi. Antes de ingressar no noviciado,
estudara com os franciscanos em Lucca. Ele foi ordenado na Basílica de Latrão e
seu ministério sacerdotal foi realizado através da pregação, confissões e no
cuidado pastoral dos jovens, para os quais fundara a Congregação de Nossa
Senhora das Neves em Lucca.
Após a morte de São
João Leonardi em 1609, seus filhos ofereceram sua ajuda pastoral às Escolas Pias.
Para assegurar sua continuidade, São José de Calasanz uniu seu trabalho com a
Congregação de Lucca. O Papa Paulo V aprovou esta união em 1614.
Padre Casani foi
nomeado reitor de São Pantaleão, casa principal das Escolas Pias. Mas os padres
de Lucca logo perceberam que não poderiam aceitar definitivamente o ministério
das escolas sem trair seu próprio carisma fundador. Paulo V separou as duas
instituições em 1617 e Padre Casani decidiu permanecer nas Escolas Pias como
parte do grupo Calasanz, constituído por Paulo V na Congregação Religiosa de
votos simples. Padre Cazani desempenhou um papel efetivo na transformação para
uma ordem com votos solenes.
São José de
Calasanz continuou por 30 anos, dando mais e mais responsabilidades para Padre
Casani e o designou como o primeiro reitor da Casa-mãe de São Pantaleão,
assistente geral, primeiro mestre de noviços e primeiro Provincial de Gênova e
Nápoles, comissário geral para as fundações na Europa Central e primeiro
candidato a suceder ao fundador como vigário geral. Padre Casani era um homem
piedoso e um pregador talentoso que empreendeu incansavelmente missões
promovendo a observância regular em Roma e onde quer que fosse.
Seu amor pela
pobreza religiosa era uma razão para sua união espiritual com São José de
Calasanz e era consistente com a dedicação preferencial a suas escolas por
crianças pobres. Para manter essa pobreza severa, os dois foram contra a
aceitação da generosidade excessiva dos benfeitores. Eles também compartilharam
as dores do novo instituto, as alegrias e frustrações de serem incapazes de
atender a tantas demandas por fundações. No entanto, Padre Casani não estava
livre de problemas. Ele foi feito prisioneiro, despojado de seu cargo de
assistente geral e a ordem reduzida a uma simples congregação sem votos. Durante
todas essas humilhações, Padre Casani defendeu o fundador e seu trabalho com
resignação heroica. Ele pediu em vão a intercessão favorável de amigos e
pessoas poderosas. Ele morreu em 17 de outubro de 1647, auxiliado por São José
de Calasanz, que escreveu muitas cartas comunicando sua morte piedosa e
iniciando sua causa de beatificação. Mas Calasanz morreu apenas 10 meses depois
e a ordem deu preferência às causas dos outros irmãos.
Em 1738, em Szeged,
Hungria, onde os Escolápios tinham uma escola desde 1720, uma mulher morrendo
em um hospital se recuperou de uma doença incurável depois de beijar uma imagem
de Padre Casani que tinha sido dado a ela por um sacerdote Escolápio. Isso
levou a um processo canônico regular que foi revisado recentemente. O milagre
foi reconhecido e aprovado pela Congregação para as Causas dos Santos.
Padre Pedro Casani
foi beatificado pelo Papa João Paulo II em 01 de outubro de 1995.
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