O Padre Anton Maria Schwartz, há cem anos,
preocupou-se com as condições dos trabalhadores em Viena, dedicando-se em
primeiro lugar aos jovens aprendizes em fase de formação profissional. Tendo
sempre presentes as próprias origens humildes, sentiu-se especialmente unido
aos pobres operários. Para a assistência deles fundou, adoptando a regra de São
José de Calasanz, a Congregação dos Pios Operários, ainda hoje
florescente. O seu grande desejo foi converter a sociedade a Cristo e
restaurá-la n'Ele. Foi sensível às necessidades dos aprendizes e dos operários,
aos quais muitas vezes faltavam apoio e orientação. O Padre Schwartz
dedicava-se a eles com amor e criatividade, encontrando meios e vias para
construir a primeira igreja para os operários de Viena. Este templo
humilde e escondido pelas casas populares assemelha-se à obra do seu fundador,
que a vivificou durante quarenta anos.
Diante do apóstolo operário de Viena as
opiniões eram distintas. Muitos consideravam o seu empenho exagerado. Outros o
julgavam digno da mais alta consideração. O Padre Schwartz permaneceu fiel a si
mesmo e empreendeu também passos corajosos. Com os seus pedidos para lugares de
formação profissional para os jovens e para o repouso dominical, ele chegou ao Reichstang,
ao Parlamento.
Ele deixa-nos uma mensagem: Fazei todo o possível
para salvaguardar o Domingo! Demonstrai que este dia não pode ser de trabalho,
porque é celebrado como dia do Senhor! Sustentai sobretudo os jovens privados
de trabalho! Quem proporciona aos jovens de hoje a possibilidade de ganhar o
próprio pão, contribui para fazer com que os adultos de amanhã possam
transmitir aos seus filhos o sentido da vida. Bem sei que não há soluções
fáceis. Razão por que repito a exortação sob a qual o Beato Padre Schwartz pôs
todos os seus múltiplos esforços: Devemos orar mais!
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação – 21 de junho de 1998
Anton, para nós Antônio, nasceu na humilde e
cristã família Schwartz, no dia 28 de fevereiro de 1852, em Baden,
Áustria, quarto de 13 filhos. Seu pai era um simples operário, sem profissão
definida, enquanto sua mãe cuidava da casa e dos filhos, que estudavam na
escola paroquial daquela cidade.
Aos 15 anos, ficou órfão de pai, vivendo uma
grave crise pessoal, que durou dois anos. Em 1869, recuperado, foi estudar na
escola popular gratuita dos padres piaristas. Lá, conheceu a obra do fundador,
São José Calazans, tornando-se um devoto extremado.
Entretanto, três anos depois, as atividades das
escolas pias e da própria Ordem foram suspensas na Áustria. Para completar sua
formação, ingressou no seminário diocesano, pois queria seguir a vida
religiosa. Nessa época, passou por duas graves enfermidades, ambas curadas,
segundo ele, por intercessão de Nossa Senhora.
Em 1875, ordenou-se sacerdote e assumiu o
segundo nome. Padre Antônio Maria Schwartz foi capelão por quatro
anos. Depois, viajou para Viena a fim de promover assistência espiritual aos
doentes nos hospitais das Irmãs da Misericórdia de Schshaus. Além disso,
começou a dar orientação religiosa a operários e jovens aprendizes em formação
profissional. Tomando como base suas raízes humildes, percebeu as necessidades
desses operários.
Para proporcionar-lhes apoio e
orientação, fundou a "União dos Aprendizes Católicos sob a
Proteção de São José Calasanz", empreendendo uma intensa atividade
pastoral sem, contudo, abandonar a assistência que prestava aos doentes nos
hospitais.
Após quatro anos, pediu ao cardeal de Viena que
apoiasse essa Obra, mas este mostrou que não tinha recursos para financiá-la.
Isso fez com que o padre Antônio Maria adoecesse, recorrendo aos cuidados das
irmãs da Misericórdia. Dois anos foi o tempo necessário para o cardeal dar seu
apoio e sua ajuda, permitindo que ele ficasse apenas com o apostolado junto aos
operários e aprendizes.
Padre Antônio Maria recuperou o entusiasmo e,
com total dedicação, em 1888, fundou o "Artesanato cristão", um
jornal para os artesãos e operários, que escreveu sozinho durante um longo
tempo. Também buscou e conseguiu os meios para construir a primeira
"igreja para os operários de Viena", um templo humilde e escondido
pelas casas populares. Foi nessa igreja que, para melhor assisti-los, fundou
a "Congregação dos Pios Operários", adotando as Regras de São
José de Calasanz, ainda hoje florescente.
Ele vivificou sua Obra com valentia cristã
durante 40 anos. O "Apóstolo Operário de Viena", que
dividia opiniões, permaneceu sempre fiel a si mesmo e à Igreja de Cristo. Seus
passos foram corajosos e chegaram ao parlamento, para conseguir lugares de
formação profissional para os jovens e o justo repouso dominical dos operários.
Morreu em 15 de setembro de 1929, em Viena,
Áustria. O papa João Paulo II proclamou-o bem-aventurado Antônio Maria Schwartz
em 21 de junho de, de 1998, designando a data da sua morte para a homenagem
litúrgica.
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