Madre Maria Celeste Crostarosa foi amiga
de dois grandes santos, venerados no mundo inteiro: Afonso Maria de
Ligório, doutor da Igreja e fundador da Congregação dos Missionários
Redentoristas, e do irmão redentorista e patrono das mães, Geraldo
Majella. Fundadora de uma Ordem essencialmente contemplativa, as Irmãs
ou Monjas Redentoristas, colaborou para a fundação da Congregação dos
Missionários Redentoristas, juntamente com Santo Afonso.
Esta mística do século XVIII trabalhou com
muita coragem entre os mais necessitados. Foi uma mulher forte, perseverante,
enérgica e decidida. Soube dizer sempre "sim" a Deus e, quando
necessário, soube dizer "não" aos homens, inclusive aos da
Igreja. Sua mensagem com efeito e, sobretudo, sua mensagem eucarística,
não é reservada somente aos contemplativos: é dirigida a todos os
cristãos.
A Beata Maria Celeste nasceu aos 31 de outubro
de 1696 e foi batizada com o nome de Giulia. Era a décima entre os doze
filhos de uma família cristã e nobre, de alta magistratura. Eram cinco irmãos e
sete irmãs. Seu pai foi o Dr. Giuseppe Crostarosa; laureado em ambos os
direitos e revestido de alto grau de magistratura na capital; sua mãe foi Paola
Batista, da nobre família Caldari. Aos 21 anos de idade, Giulia, juntamente com
sua irmã mais velha, Úrsula, entra no Carmelo de Marigliano, entre abril e
maio de 1718. Dois anos mais tarde, sua irmã mais jovem, Giovana, faz o mesmo.
No dia 21 de novembro de 1718, festa da Apresentação de Maria no Templo, as
duas primeiras recebem o hábito religioso; Giulia passa a chamar-se Irmã
Maria Celeste do Santo Deserto e, no ano seguinte, faz a Profissão
Religiosa.
Deus reservava para Giulia um belo caminho,
sendo que Cristo a ia conduzindo para Deus, do qual o meio é dentro de si.
Neste processo, descobre o mistério de Cristo vivo em sua alma.
Depois de receber o hábito, escreveu uma regra de pureza para si
mesma, dada pelo Espírito Santo. Deus a introduzia na vida espiritual, confiava-lhe
suas aspirações divinas e a conduzia na intimidade com Ele. Assim, certo dia,
depois da Santa Comunhão, penetrada pelo Olhar Divino, teve uma grande luz
interior, e o Senhor lhe disse: “Quero fazer-te mãe de muitas almas que
desejo salvar por teu intermédio”.
O Carmelo em que vivia, no entanto,
ia desaparecer: sua fundadora – a duquesa de Marigliano – Isabel
Mastrlilli, tomara tal autoridade sobre o Mosteiro que reduziu as pobres Carmelitas a
incríveis tribulações. Foi diante de tal situação que o Bispo aconselhou fechar
o Mosteiro e orientou que as religiosas procurassem outro lugar para viver.
As três irmãs de Crostarosa, a conselho do Pe.
Thomaz Falcócia, que conhecia as carmelitas, como pregador de retiro e diretor
espiritual do Mosteiro de Scala, entram neste mosteiro; quinze dias depois
recebem o hábito de postulantes. Então, Giulia recebe o nome de Irmã
Maria Celeste.
Em 1723, sendo extinto o Carmelo de Marigliano,
irmã Celeste é conduzida a Scala, para aí realizar a missão que Deus lhe destinara:
o nascimento da Ordem das Monjas Redentoristas e da Congregação
dos Padres Redentoristas. A semente que haveria de fecundar a Obra seriam
as humilhações e sofrimentos, com o sangue de seu coração.
Em 25 de abril de 1725, no silêncio da
oração, Madre Maria Celeste percebe, como experiência forte de fé,
que Deus deseja uma nova família religiosa na Igreja, que faça presente no meio
da humanidade a expressão do Amor que Ele tem por seus filhos. Compreendeu
que um novo instituto seria fundado por seu intermédio, e que as regras e
leis que nele se devia observar seriam uma imitação de Jesus. Ele devia
ser a Pedra Fundamental; os conselhos evangélicos de Sua Divina Doutrina seriam
o cimento; o coração dela devia ser a terra em que se elevaria este edifício; e
o Divino Pai seria o obreiro.
Beata Maria Celeste Crostarosa faleceu no dia
14 de setembro de 1775 e sua beatificação foi celebrada no dia 18 de junho
de 2016, em Foggia, conduzida pelo Cardeal Amato como enviado do papa.
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