Jesus é Rei, mas de
que modo? Seu agir e suas palavras não deixam dúvidas: seu reino não é como os
homens entendem. Ele é um rei diferente.
Em primeiro lugar, para
tê-lo como rei é necessário que as pessoas tenham fé e exatamente por isso
sejam comprometidas com ele. É uma adesão profunda à sua pessoa e ao seu modo
de ser: pacificador, libertador, servidor a ponto de dar sua vida em favor de
seus súditos.
Papa Francisco - 21 de novembro de 2015
A Igreja chega ao término de mais um ano litúrgico. Neste domingo, Solenidade de Cristo Rei do Universo, nós somos chamados a reconhecer o reinado de Deus sobre todos os povos e nações.
Esta Solenidade é relativamente recente. Foi Pio XI, na
primeira encíclica de seu pontificado, quem a estabeleceu, em 1925. Na Quas
Primas, o Santo Padre recorda o senhorio de Jesus sobre todos os reinados,
governos e instituições. Via isso como tarefa urgente, dada a crescente
rejeição dos ensinamentos da Igreja por parte dos homens, retirando Jesus
Cristo e sua lei tanto da vida particular quanto da vida pública. "Baldado
era esperar paz duradoura entre os povos - ditava o Papa -, enquanto os
indivíduos e as nações se recusassem a reconhecer e proclamar a Soberania de
Nosso Senhor Jesus Cristo".
Já
naquela época, o Santo Padre enxergava com preocupação o avanço do pensamento laico,
que, reivindicando uma pretensa neutralidade do Estado em assuntos religiosos,
joga para escanteio os ensinamentos da Igreja, sobretudo no que diz respeito à
moral e à dignidade da pessoa humana. Essa realidade, infelizmente, é ainda
hoje observada em milhares de ações contrárias à fé cristã, quer no âmbito
público, quer no âmbito privado.
A Palavra de Deus que nos é proposta neste
último domingo do ano litúrgico convida-nos a tomar consciência da realeza de
Jesus; deixa claro, no entanto, que essa realeza não pode ser entendida à
maneira dos reis deste mundo: é uma realeza que se concretiza de acordo com uma
lógica própria, a lógica de Deus. O Evangelho, especialmente, explica qual é a
lógica da realeza de Jesus.
O Evangelho apresenta-nos, num quadro dramático, Jesus a assumir a sua
condição de rei diante de Poncius Pilatus. A cena revela, contudo, que a
realeza reivindicada por Jesus não assenta em esquemas de ambição, de poder, de
autoridade, de violência, como acontece com os reis da terra. A missão “real”
de Jesus é dar “testemunho da verdade”; e concretiza-se no amor, no serviço, no
perdão, na partilha, no dom da vida.
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