Há
relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em
vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do
século IV na Gália (atual França) e na Espanha, tinha caráter ascético com
jejum, abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de São
Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à
preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania.
Somente
no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do
Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante
5 domingos. Só mais tarde é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois
aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a
tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia,
sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.
A
Coroa do Advento tem a sua origem em uma tradição pagã europeia, que consistia
em prender velas durante o inverso para representar o fogo do deus sol e
pedir-lhe que voltasse com sua luz e calor.
Os primeiros missionários aproveitaram esta
tradição para evangelizar as pessoas e lhes ensinaram que deviam aproveitar
esta Coroa do Advento como meio para esperar Cristo, celebrar seu nascimento e
lhe pedir que infunda sua luz em suas almas.
Ela tem a forma
circular, pois o círculo é uma figura geométrica que não tem princípio nem fim.
A Coroa do Advento recorda que Deus também não tem princípio nem fim, por isso
reflete sua unidade e eternidade. É sinal do amor que se deve ter pelo Senhor e
pelo próximo, o qual deve se renovar constantemente e nunca acabar.
Os ramos são verdes, pois verde é a cor da esperança e
da vida. Os ramos significam que Cristo está vivo entre nós. A cor verde
também recorda a vida de graça, o crescimento espiritual e a esperança que
devemos cultivar durante o Advento. O desejo mais importante deve ser querer
chegar a uma união mais forte com Deus, nosso Pai, assim como a árvore e seus
ramos.
Colocamos quatro
velas que representam cada domingo do advento. As velas permitem refletir sobre
a escuridão provocada pelo pecado, o qual deixa o homem cego e o afasta de
Deus. Depois da primeira queda do homem, Deus foi dando pouco a pouco uma
esperança de salvação que iluminou todo o universo, como as velas da Coroa.
Neste sentido,
assim como as trevas se dissipam com cada vela que acendemos, os séculos foram
se iluminando cada vez mais com a proximidade da chegada de Cristo ao mundo.
As quatro velas
colocadas na Coroa de Advento são acesas semana a semana, nos quatro domingos do
Advento e com uma oração especial.
As
cores das velas variam muito, podem ser três da cor roxa e uma rosa, todas brancas
ou todas vermelhas.
No Brasil
temos uma bonita tradição de coloca-las de várias cores: começa da Roxa (1º
Domingo), Verde (2º Domingo), Rósea (3º Domingo) e Branca (4º
Domingo). Gradativamente vão sendo clareados os
tons, como que expressando a alegria cada vez mais próxima do nascimento do
Salvador, a Luz eterna.
Existem
diferentes tradições sobre os significados das velas. Uma bastante difundida:
A primeira
vela é do profeta;
A segunda
vela é de Belém;
A terceira vela é
dos pastores;
A quarta vela
é dos anjos.
Outra
tradição vê nas quatro velas as grandes fases da História da Salvação até a
chegada de Cristo. Assim:
A primeira
é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de
mortais se tornarão seres viventes em Deus;
A segunda é a vela
da fé dos patriarcas que creem na promessa da Terra
Prometida;
A terceira é
a vela
da alegria de Davi pela sua descendência;
A quarta é a vela
do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.
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