quinta-feira, 3 de novembro de 2016

São Martinho de Porres (de Lima)


São Martinho de Lima recebeu graças místicas extraordinárias, e eram tão frequentes os milagres que fazia que certa ocasião seu superior até o proibiu de os fazer, por achar que eles estavam atrapalhando a calma do convento.


O Santo humildemente obedeceu.

Algum tempo depois, ele caminhava pelas ruas de Lima quando viu um pedreiro cair de um andaime alto.
Lembrando-se de que não podia fazer milagres, gritou ao pobre homem: "Espere aí que já volto!"
E foi correndo ao superior, pedir licença para fazer o milagre de salvar o homem.  
O superior, atônito, consentiu, e São Martinho retornou ao local do acidente, e fez com que o homem pousasse suavemente no chão.

Durante todo esse tempo ele ficara milagrosamente suspenso no ar, sem cair...


Nascido em 1579, São Martinho é contemporâneo e conterrâneo de grandes santos que surgiram no Peru no século XVI: São Turíbio de Mongrovejo, Santa Rosa de Lima e São Juan Mácias.

Martinho era negro, filho de uma escrava alforriada - Ana Velásquez - e de um nobre espanhol - João de Porres. Seu pai não o reconheceu e até os 8 anos foi criado por sua mãe na extrema pobreza. Desde pequeno manifestava um grande amor a Deus, à Igreja e ao próximo. Em casa era um filho maravilhoso, carinhoso, obediente e sempre se colocava a serviço de sua querida mãe. 

Ainda bem jovem, aprendeu os ofícios de barbeiro e enfermeiro, ofícios esses que colocava a serviço dos pobres e necessitados que tanto amava. Fazia curativos, extraia dentes, drenava abscessos, preparava chás, unguentos e emplastros, etc. Era um verdadeiro anjo de caridade, exercendo sua medicina rudimentar, porém, abençoada pela graça de Deus (e até por muitos milagres) para com o povo sofrido da cidade de Lima. 
   
Desde criança, participando da vida paroquial e catequética dos padres dominicanos de sua cidade, aspirava consagrar-se a Deus na vida religiosa. Agora que já era rapaz, seu desejo tornou-se mais ardente. Não queria fazê-lo sem o consentimento de sua mãe, graça que conseguiu com suas preces, paciência e grande humildade. Ele era uma alma eleita e sua mãe viu que pertencia ao Senhor. 
   
Infelizmente, o nosso querido Martinho sofreu forte preconceito por ser pobre, negro e filho de uma união ilegítima.

As 8 anos , seu pai, arrependido de o ter abandonado, levou-o consigo, ainda que por pouco tempo, para viver no Equador.

Abandonado de novo a si mesmo, recebeu todavia do pai uma magra pensão para poder pagar a mensalidade da escola. Aos 15 anos foi aceito no convento dominicano do Rosário, em Lima, mas apenas na qualidade de oblato, isto é, como terciário, ou melhor, como doméstico, visto que só teve a missão de manter limpo o convento.

No convento Martinho desempenhou os ofícios mais simples e humildes: varredura do claustro - como era comum ser visto varrendo o convento, muitos carinhosamente o chamavam de "Frei Vassoura", jardinagem, limpeza dos banheiros, corte de cabelos,  trabalhos na cozinha e lavanderia e cuidados aos doentes na enfermaria e celas.
Tinha grande carinho com os frades idosos e doentes. Muitas vezes era mal tratado por alguns deles e vítima de injúrias e ingratidões. São Martinho era um anjo para com todos. Jamais se impacientava. Jamais respondia às ofensas. Para todos era carinhoso e sorridente. Tinha especial afeição e cuidado justamente com os mais irritados e impacientes. Viveu de forma heroica as virtudes da mansidão, da paciência, da caridade e da bondade. 
         
Apesar de seu trabalho tão intenso, jamais descuidava da oração. Tinha uma vida de oração praticamente contínua, pois, mesmo trabalhando e servindo, mantinha sempre o pensamento em Deus, na Eucaristia e em sua querida Mãe, a Virgem Maria, a quem tão ternamente amava.
Dedicava de seis a oito horas diárias à oração. Muitas vezes, passava a noite inteira em adoração ao Santíssimo Sacramento, mesmo estando ele fatigado pelo trabalho diário e, em especial, pelo cuidado com os frades enfermos. 
     
Deus não poderia deixar de recompensar seu servo por tanta humildade e dedicação ao seu serviço. Ele eleva os pequenos e os humildes. Assim, passou a prodigalizar São Martinho com os dons de realizar curas e milagres. Foi um dos maiores taumaturgos da história da Igreja. São Martinho nunca pediu a Deus esses dons. Muito pelo contrário, tinha vergonha deles e os milagres quando aconteciam, causavam-lhe profunda confusão e humilhação. Achava-se extremamente indigno!
Mas, o que fazer? Era Deus quem o queria.
Curas prodigiosas, multiplicação de alimentos, dom de perscrutar as consciências, de bilocação, de levitação e de êxtases durante a oração, eram comuns na vida de Martinho. Tinha até mesmo o dom de atravessar as paredes dos claustros e celas, para a atender a vários frades doentes que o chamavam muitas vezes ao mesmo tempo. Ora estava aqui, ora acolá, instantaneamente (às vezes em dois lugares ao mesmo tempo) para atender caridosamente aos irmãos que reclamavam a sua assistência. 

Um milagre comum que acontecia com Martinho era o de "sair de seu cesto" objetos que ele não trazia consigo. 
Por exemplo, certo dia, vinha Martinho andando com um cesto com pães. Um pobre rapazinho lhe perguntou:
"Frei Martinho, o senhor teria uns sapatos para me dar"?
Ao que o santo respondeu: "não meu irmão, trago comigo somente pães"... Porém, ao meter a mão no balaio para pegar o "pão", eis que em sua mão vem os sapatos que o jovenzinho estava precisando!

Muitos outros casos, com outros tipos de objetos (roupas, remédios, outros alimentos, etc) aconteciam. 
     
Com seu jeito de ser: simples, humilde, puro e santo, Frei Martinho conquistou o coração dos superiores da Ordem e de todos os frades, conseguindo, por fim, seu lugar definitivo na comunidade. Foi-lhe permitido fazer a profissão religiosa com Irmão Dominicano. Que alegria para Martinho! A humildade, a mansidão e a confiança em Deus triunfaram.

Já idoso e fraco por causa de sua vida de trabalho árduo, jejum contínuo e muitas penitências,  Martinho morre, em meio a um êxtase de amor, louvor e gratidão a Deus, rodeado por todos seus irmãos frades que com grande dor prantearam a sua morte. Faleceu em 1639. Após sua morte, o povo logo passou a ter grande devoção por aquele que já em vida tinha grande fama de santo. 

Foi beatificado pelo Papa Gregório XVI em 1837 e canonizado pelo Papa João XXIII em 1962. É o santo patrono dos mestiços católicos. Seu culto é particularmente mais ativo no Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela e México, bem como na comunidade latina que mora nos EUA. 


3 comentários:

  1. Tenho uma doença cancerigena. Peço a S.Martinho de Porres a sua intercessão junto de Jesus para o perdão dos meus pecados, a melhoria da minha saúde e a cura da minha doença. Manuel (de Portugal)

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  2. Que da hora, efeitos de bi-locação + levitação, nossa maravilhoso, que S. Martinho interceda por mim ivrando-me do cancer!
    Brasil.

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    1. Rezamos por você, pedindo que São Martinho de Porres interceda pela sua cura.

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