Estamos
tão ansiosos para conhecer o grande homem, o operador de milagres, o herói, o
campeão, a estrela, o "líder", não podemos escapar do encanto do
santo, que só personifica um ser maior, e muito mais se pode atribuir a ele,
pequeno, o título emocionante é nosso! A hagiografia é um dos estudos de
antropologia superlativo, devido ao fator religioso, que, embora o fluxo do
mesmo princípio para um fim idêntico, gera uma riqueza infinita de tipos
humanos, um distinto do outro na maravilhosa variedade de rostos humanos
transfigurado, cada pelo seu próprio carisma diferente.
O
Santo: portanto, um objeto de conhecimento, interesse, curiosidade legítima e
louvável. Quem foi Leonardo Murialdo, para que hoje nós atribuímos a ele esse
alto título Santo? Até agora ele era pouco conhecido. – Quando nós tivemos a alegria de proclamar a beatificação
de Murialdo, fizemos a mesma pergunta, que um amigo, monsenhor Giuseppe De
Luca, deu a resposta, escrevendo em 1950, por ocasião do cinquentenário da morte de
nosso santo "Murialdo foi um cristão que provocou incêndios que formam a
glória do século passado, a glória de uma estrela no meio da noite. . . . Ele
merece reconhecimento e, antes disso, o conhecimento. Louvor, louvor, celebrações,
está tudo bem, mas primeiro e acima de tudo, creio eu, o conhecimento".
Este não é o momento de dar os dados biográficos do santo, para narrar sua
vida; e até mesmo para fazer o panegírico.
Agora, finalmente, temos uma grande
documentação sobre a vida de Murialdo, uma vida impregnada de humildade e
discrição, de ricos e pródigos testemunhos da atividade incansável; três
volumes recolhem as notícias sobre ele, de modo que aqueles que desejarem podem
conhecer o novo santo, uma vez que é possível e desejável; vidas, obras,
escritos, comentários, tudo; é o trabalho meritório de Armando Castellani, que
após o primeiro biógrafo, historiador de Murialdo, a Reffo, e muitos outros que
ilustrou a vida dele, ele colocou em um pedestal documentos, testemunhos, informações
a figura de Leonardo Murialdo para trazer a verdadeira grandeza que a
canonização circunda com halo da santidade.
Portanto,
temos a história do santo, e imediatamente olhamos para a pessoa, nós admiramos
a santidade. Todos nos tornamos observadores, admiradores e, se Deus quiser,
imitadores e seguidores.
Papa
Paulo VI – trecho da homilia de canonização – 03 de maio de 1970
Leonardo
Murialdo nasceu em Turim, Itália, no ano de 1828, oitavo filho de uma família
rica. Órfão de pai com apenas quatro anos, recebeu, contudo, uma ótima educação
cristã no colégio dos Escolápios de Savona. Na juventude, atravessou uma
profunda crise espiritual que o levou à conversão e à descoberta da vocação
sacerdotal.
Iniciou
em Turim os estudos filosóficos e teológicos. Começou a trabalhar, nesses anos,
no Oratório do Anjo da Guarda, dirigido pelo primo, o teólogo Roberto Murialdo.
Graças a essa colaboração tocou com as mãos as problemáticas da juventude de
Turim: meninos de rua, encarcerados, limpadores de chaminés, serventes de bar.
Em 1851 foi ordenado
sacerdote. Começou a trabalhar em contato também com o padre Cafasso e com Dom Bosco, e deste último aceitou a
direção do Oratório São Luís. Leonardo respirou o sistema preventivo,
encarnou-o e aplicou-o em todas as suas futuras obras educativas.
Em
1866 aceitou a direção do Colégio Pequenos Artesãos de Turim, dedicado à
acolhida, à formação humana, cristã e profissional de jovens pobres e
abandonados. Fez inúmeras viagens pela Itália, França e Inglaterra para visitar
instituições educativas e assistenciais, para aprender, confrontar e melhorar o
próprio sistema educativo. Figurou entre os promotores das primeiras
bibliotecas populares católicas e da União dos Operários Católicos,
onde seria, por longos anos, assistente eclesiástico.
Em 1873, com o apoio de
alguns colaboradores, fundou a Congregação de São José (Josefinos de
Murialdo). Sua finalidade apostólica era a educação da juventude,
especialmente pobre e abandonada. Abriu oratórios, escolas profissionais,
casas-família para jovens trabalhadores e colônias agrícolas, aprofundou o seu
trabalho nas associações leigas, especialmente no campo da formação
profissional dos jovens e da boa estampa.
Seu
lema era “Fazer e calar”. Foi homem de espírito e de oração,
contemplativo na ação como Dom Bosco. Por volta de 1884 foi atingido por
diversos ataques de broncopneumonia. Dom Bosco foi dar-lhe uma bênção e, apesar
das provações e perturbações, viveu ainda até 1900.
O Papa Paulo VI proclamou-o Beato
em 1963 e santo em 3 de maio de 1970. A perda do pai em tenra idade levou
Leonardo também a ser pai e guia dos jovens que o Senhor lhe quis confiar. A
sua vida, o seu etilo e a sua ação colocam-no ao lado do seu amigo e modelo São
João Bosco.
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