segunda-feira, 20 de março de 2017

19 de março - São José

Nada sabemos a respeito  da infância de São José, tampouco da vida que levou, até o casamento com Maria. Os Evangelhos não nos dizem coisa alguma a respeito; limitam-se apenas a afirmar que  José era justo, o que  quer dizer: José era cumpridor da lei, homem santo.
                                                 
Que a virtude e santidade de São José foram extraordinárias, vemos pela grande missão que Deus lhe confiou.
Segundo a Doutrina de São Tomás de Aquino, Deus confere as graças e privilégios à medida da dignidade e da elevação do estado, a que destina o indivíduo.
Pode imaginar-se dignidade maior que a de São José que, pelos desígnios de Deus, devia ser esposo de Maria Santíssima e pai adotivo de seu divino Filho? 
Maria Santíssima, consentindo no enlace com o santo descendente de David, não podia ter outra coisa em mente, senão uma garantia para o futuro, uma defesa de sua virtude e uma satisfação perante a sociedade, visto que no Antigo Testamento não era conhecida, e muito menos considerada, a vida celibatária.

Celebrando o contrato, Maria certamente o fez com  a garantia absoluta da pureza virginal, que por inspiração divina votara a Deus.  Ao realizar-se a grandiosa obra da Encarnação do Verbo, o Arcanjo Gabriel comunicou-se o grande mistério, que nela se havia de realizar e, após pronunciar o "fiat" (sim), consentindo sua maternidade operada pelo Espírito Santo, deixou São José em completa ignorância. Com esse consentimento, dirigiu-se à casa de Isabel, onde se demorou três meses e, de volta para casa, seu estado causou no espírito se São José as mais graves preocupações e cruéis  dúvidas.

Nesta perplexidade invencível, resolveu abandonar a esposa e, quando tudo já estivesse providenciado para a partida, um Anjo do Senhor lhe aparece em sonhos e lhe diz:
"José, filho de Davi, não temas admitir Maria, tua Esposa, porque o que nela se operou é obra do Espírito Santo".
Foram assim de vez dissipadas as negras nuvens do espírito de José. Com quanto respeito, com quanta atenção não teria tratado aquela, que pela fé sabia ser o tabernáculo vivo do Messias.
                                                 
Ignora-se quando São José  morreu. Há razões que fazem supor que tenha morrido antes da vida pública de Jesus  Cristo. Certamente não se achava mais vivo quando seu Filho morreu na cruz; do contrário não se explicaria porque Jesus recomendou a Mãe a São João Evangelista, não tendo por isto razão, se estivesse vivo São José.
                                                 
Que morte santa terá tido o pai adotivo de Jesus! Que felicidade morrer nos braços do próprio Jesus Cristo, tendo à cabeceira a Mãe de Deus! Mortal algum teve igual ventura.
A Igreja com muita razão invoca São José como padroeiro dos moribundos e os cristãos se  lhe dirigem com confiança, para alcançar a graça de uma boa morte.
                                                 
Não existem relíquias de São José, tampouco sabe-se algo do lugar onde foi sepultado.
                              
Grande deve ser a nossa confiança na intercessão de São José. Santa Tereza, a grande propagandista da devoção a São José, chegou a dizer: "Não me lembro de ter-me dirigido a São José, sem que tivesse obtido tudo que pedira".

A devoção  a São José na Igreja Católica é antiquíssima. A Igreja do Oriente celebra-lhe a festa desde o século nono, tendo os Carmelitas introduzido tal festa na Igreja ocidental. Os Franciscanos em 1399 já o festejavam. O Papa Xisto IV inseriu-a no breviário e no missal; Gregório XV generalizou-a em toda a Igreja. Clemente XI compôs o ofício com os hinos para o dia 19 de março e colocou as missões da China sob a proteção de São José. Pio IX introduziu, em 1847, a festa do Patrocínio de São José e, em 1871 declarou-o Padroeiro da Igreja Católica.

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