Sofrônio (em grego:Σωφρόνιος), chamado de São
Sofrônio de Jerusalém (Damasco, c. 560 - Jerusalém, 638), foi um monge sírio,
famoso por sua extrema dedicação e sofrimento em nome da fé cristã. Foi
um escritor prolífico, com várias obras contra a heresia do monotelismo.
Escreveu vários hinos e escritos hagiográficos.
Nascido em Damasco, Sofrônio dedicava-se
tão intensamente aos estudos que por pouco não perdeu a visão. Aprofundou-se de
tal modo na filosofia grega que recebeu o sobrenome de «o Sofista» Com
seu amigo, o célebre ermitão João Mosco, viajou pela Síria, Ásia Menor e Egito,
onde recebeu as vestes monásticas no ano 580.
Seu amigos o acompanharam, vivendo em
comunidade com ele por vários anos na «Lavra» de São Savas e no monastério de
São Teodósio, localizado próximo a Jerusalém. Seu desejo de santidade,
mortificação, o levou a visitar os famosos ermitões do Egito.
Depois, com seus amigos, foi a
Alexandria, onde o Patriarca São João, o Esmoleiro, lhes pediu que ficassem por
dois anos em sua diocese para auxiliá-lo na reforma e combate às heresias. Foi
lá que João Mosco escreveu sua obra «Prado Espiritual» que a dedicou a São
Sofrônio.
João faleceu no ano 620, em Roma, para
onde havia viajado em peregrinação. Sofrônio retornou à Palestina e foi eleito
Patriarca de Jerusalém, por sua sabedoria, piedade e ortodoxia de sua fé.
Tomando posse da Sé de Jerusalém,
convocou um sínodo dos bispos do Patriarcado para condenar a heresia monotelita
e escreveu uma carta sinodal na que expunha e defendia a doutrina ortodoxa.
Esta carta foi, posteriormente, ratificada pelo Sexto Concílio Ecumênico,
chegando às mãos do Papa Honório e do Patriarca Sérgio de Constantinopla que
havia aconselhado ao Papa que escrevesse em termos evasivos acerca da questão
das duas vontades de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Ao que parece, Honório não se pronunciou
nunca sobre o problema; seu silêncio deu a impressão de que o Papa estava de
acordo com os hereges. Sofrônio, percebendo que o imperador e muitos prelados
do Oriente atacavam a verdadeira doutrina, sentiu-se chamado a defendê-la com
maior zelo que nunca. Levou consigo Estêvão, bispo de dor, ao Monte Calvário, e
lá jurou pela Crucifixão de Nosso Senhor Jesus Cristo e pelas contas que
deveria prestar a Deus no Dia do Juízo de «ir
à Sé Apostólica, base de toda doutrina revelada, e importunar ao Papa até que
se decidisse a examinar e condenar a nova doutrina».
Estêvão obedeceu e permaneceu em Roma
por dez anos, até que o Papa São Martim I condenou a heresia monotelita no
Concílio de Latrão, no ano 649. Logo São Sofrônio teve de enfrentar-se com
outras dificuldades. Os sarracenos invadiram a Síria e a Palestina; Damasco
havia caído em seu poder em 636; e Jerusalém em 638. O santo Patriarca fez o
quanto pode para consolar e ajudar sua grei, arriscando para isso sua própria
vida. Quando os muçulmanos sitiaram a cidade, São Sofrônio teve de pregar em
Jerusalém seu sermão da Natividade já que lhe foi impossível ir a Belém
naquelas circunstâncias.
O santo fugiu depois da queda da cidade
e, segundo parece, morreu pouco tempo depois, provavelmente em Alexandria.
«Feliz a mãe que Te trouxe»
Homilia para a Anunciação
«Rejubila, ó cheia de graça, o Senhor é contigo» (Lc 1, 28).
E o que pode haver de superior a esse júbilo, ó Virgem e Mãe? O que pode haver
acima dessa graça? [...] Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as
mulheres» (Lc 1, 42), porque transformaste em bênção a maldição de Eva, e
porque Adão, que até então fora maldito, obteve de ti a bem-aventurança.
Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque,
graças a ti, se derramou sobre os homens a bênção do Pai, que os libertou da
antiga maldição. Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres»
porque, graças a ti, foram salvos os teus antepassados, pois que foste tu quem
gerou o Salvador que lhes obteria a redenção.
Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque,
sem teres recebido semente, em ti trouxeste o fruto que doa a toda a terra a
bem-aventurança, e a resgata da maldição donde nascem os espinhos.
Verdadeiramente «bendita és tu entre todas as mulheres» porque, sendo
por natureza mulher, na realidade te tornaste Mãe de Deus, uma vez que, sendo
Aquele que geraste, na verdade, Deus feito carne, a mui justo título és chamada
Mãe de Deus, porque é Deus Quem verdadeiramente deste à luz.
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