sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Santo Anjo da Guarda

A liturgia de 2 de outubro celebra os Anjos da Guarda desde o século XVI, festa universalizada por Paulo V. Ora, se a Igreja celebra a festa dos Anjos da Guarda é porque, de fato, eles existem e cuidam de nós, protegem-nos, iluminam e governam nossa vida, ajudam-nos como ajudou Tobias.

São Basílio Magno, doutor da Igreja, disse: “Cada fiel é ladeado por um anjo como protetor e pastor para conduzi-lo à vida”. Isso é, temos um Anjo da Guarda pessoal. Jesus disse: “Não desprezeis nenhum desses pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus veem continuamente a face de meu Pai que está nos céus” (Mt 18,10).

Alguns perguntam se é possível saber o nome do nosso Anjo da Guarda. A Igreja não fala sobre isso, ela apenas conhece o nome dos três grandes Arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel. Portanto, se alguém sabe o nome do seu anjo é uma revelação particular que não tem a confirmação da Igreja.

A missão dos santos anjos da guarda é conduzir-nos ao Céu e à salvação eterna. Mas, como nos relacionarmos concretamente com eles, no dia a dia?
 
Antes de tudo, os nossos anjos são nossos amigos. Não existem segredos entre nós. Eles sabem tudo o que fazemos e – ao contrário dos demônios, que não veem Deus face a face – sabem também o que pensamos, quando Deus lhes comunica.

O mínimo a fazer em relação a eles é saudá-los e invocá-los constantemente durante o dia, lembrando também dos anjos das outras pessoas. Ao cumprimentar alguma pessoa, é interessante criar o hábito de saudar também o seu santo anjo. Isso, além de ajudar no relacionamento com ela, faz-nos honrar uma pessoa santa, que está ao lado dela e, ao mesmo tempo, ao lado de Deus.

Nas Sagradas Escrituras, o anjo Rafael oferece-se para acompanhar o jovem Tobias em viagem: "Perguntou-lhe Tobias: 'Conheces a estrada que vai para a Média?' Ele respondeu: 'Sem dúvida. Pois estive lá algumas vezes e tenho experiência e conheço todos os caminhos". Os anjos conhecem as coisas muito melhor do que nós. Por isso, também podemos pedir conselhos a eles, sempre que passarmos por qualquer dificuldade ou perigo. Seu auxílio é importante especialmente diante das tentações, afinal, eles foram colocados ao nosso lado para livrar-nos do inferno e levar-nos ao Céu.

Dos santos, também aprendemos lições valiosas para agir com os nossos anjos da guarda.

O Papa São João XXIII, por exemplo, quando tinha que resolver algum problema difícil durante o seu trabalho na nunciatura de Paris, apostava na "diplomacia dos anjos": mandava o seu santo anjo conversar com os anjos de seus interlocutores, para que eles ajudassem a solucionar qualquer questão.

O Padre Pio de Pietrelcina insistia bastante com seus dirigidos espirituais, para que enviassem a ele os seus anjos da guarda, diante de qualquer necessidade. Era frequente o santo não dormir à noite, atendendo aos pedidos que seus filhos espirituais lhe apresentavam por meio de seus anjos.

 Santa Teresinha do Menino Jesus, em sua poesia "A meu Anjo da Guarda", escrevia:

Ó tu que cruzas o espaço
Mais veloz do que os relâmpagos,
Peço-te, em meu lugar,
Voa até aqueles que amo!
Com as asas seca seu pranto,
Canta que Jesus é bom
E que a dor tem seus encantos
E sussurra-lhes meu nome..."


Importa, por fim, principalmente, imitar os anjos da guarda, buscando ser como anjos para as outras pessoas e fazendo de tudo para que elas cheguem ao Céu, onde, um dia, contemplaremos, todos juntos, a face de Deus.
 

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