Alberto
Marvelli nasceu em Ferrara (Itália), no dia 21 de Março de 1918, segundo filho
de uma família profundamente religiosa, mas também empenhada no mundo político,
eclesial e caritativo.
Em 1930 a
família transfere-se para Rímini, onde Alberto frequenta o Oratório Salesiano
da sua paróquia, incrementando assim a sua formação religiosa, que terá muita
influência na sua vida espiritual.
Em 1933
falece repentinamente seu pai; em Outubro do mesmo ano começa a escrever um
diário, que é a história da sua vida interior, do seu caminho espiritual, da
sua experiência de Deus. A sua pertença à Ação Católica enriquece a sua
espiritualidade. Aos quinze anos é delegado para os aspirantes da sua paróquia;
em 1935, delegado diocesano; em 1937 inscreve-se na Federação dos
Universitários Católicos Italianos e em 1946 torna-se presidente dos
Licenciados Católicos. Desempenha, nestes anos uma intensa atividade de
apostolado.
Em 1936
inscreve-se na Universidade de Bolonha na faculdade de engenharia mecânica,
formando-se com bons votos em 1941. O percurso universitário marca uma nova
etapa no seu caminho espiritual, animado pela meditação do mistério
eucarístico.
Nesse ano, a Itália entra em guerra e
Alberto parte como militar, desempenhando na caserna um apostolado intenso.
Consegue mudar muitas coisas: vence as blasfêmias e a imoralidade, desperta o
sentido da fé no coração de muitos, constitui um grupo de compromisso de vida
cristã.
Termina a
guerra e Alberto regressa para Rímini quando, a 1 de Novembro de 1943 um
terrível bombardeamento destrói a cidade. Alberto
torna-se o operário da caridade: socorre os feridos, tirando-os das ruínas,
distribui aos pobres tudo o que possui e que consegue recolher, salva muitos
jovens da deportação dos alemães.
Depois da
libertação de Rímini, em Outubro de 1944, é constituída a primeira Junta
Municipal do Comitê de Libertação e, Alberto é um dos Assessores, com apenas 26
anos, mas muito realista, corajoso e disponível ao enfrentar as situações mais
difíceis; são-lhe confiadas as tarefas mais delicadas.
Em 1945
inscreve-se no Partido da Democracia Cristã, concebendo a sua atividade
política como a expressão mais nobre da fé por ele vivida, segundo as palavras
de Pio XII: "o campo político é o
campo de uma caridade mais ampla: a caridade política".
Em 1946
sente que o Senhor o chama a formar uma família e deseja para esposa a jovem
com a qual partilhou uma forte amizade espiritual. Manifesta esta sua intenção,
mas a jovem já tinha feito outra opção. Na noite do dia 5 de Outubro do mesmo
ano, quando ia de bicicleta fazer um comício eleitoral, foi atropelado por um
caminhão militar. Falece algumas horas mais tarde sem retomar os sentidos.
No dia 22
de Maio de 1986 foi emanado o decreto sobre a heroicidade das suas virtudes e
proclamado Venerável. A 7 de Julho de 2003 a Congregação para as Causas dos
Santos atribuiu à sua intercessão uma cura milagrosa.
“Alberto
Marvelli, jovem forte e livre, generoso filho da Igreja de Rímini e da Ação
Católica, concebeu toda a sua breve vida, que durou apenas 28 anos, como um dom
do amor a Jesus pelo bem dos irmãos. "Jesus
envolveu-me com a sua graça", escreveu no seu diário; "Mais não vejo do que Ele, penso
unicamente n'Ele".
Alberto
fez da Eucaristia quotidiana o centro da sua vida. Na oração ele procurava
inspiração também para o seu compromisso político, convicto da necessidade de
viver plenamente como filhos de Deus na história, para fazer dela uma história
de salvação.
No difícil
período da segunda guerra mundial, que semeava morte e multiplicava violências
e sofrimentos atrozes, o beato Alberto alimentava uma intensa vida espiritual,
da qual brotava aquele amor a Jesus que o fazia esquecer-se constantemente de
si próprio para carregar a cruz dos pobres.
Homilia de Canonização – Papa João
Paulo II
5 de setembro de 2004
Testemunho do Milagre para Beatificação de Alberto Marvelli:
O Professor Tito Malfatti, cirurgião especializado em otorrinolaringologia, chefe do
Hospital de Bolonha, narra o acontecido:
“Eu estava
sentado confortavelmente à mesa com minha esposa e meu filho para almoço entre
as horas de 14 e 15 quando de repente senti uma dor aguda no quadril esquerdo,
que irradiava para a coxa. Depois de algumas horas a dor
desapareceu para retomar mais acentuadamente nos dias seguintes.
Pensei imediatamente em uma artrite de quadril: eu me tratava com analgésicos,
mas depois de algumas horas da administração da medicação a dor retornava.
Mesmo em repouso, na cama eu não tinha descanso. Mancando visivelmente, o
balanço do carro, curvando ligeiramente para trás me causou uma dor
insuportável. Passei por vários tratamentos, mas sem qualquer benefício; Eu
consultei os melhores especialistas no campo, eles tinha opiniões divididas
entre tratamento clinico e cirurgia, mas ninguém me deu esperança para uma
recuperação completa. Os músculos da coxa foram se atrofiando e já era
perceptível o afinamento sobre o outro membro. As dores, entretanto,
mantiveram-se inalteradas, meu trabalho ficou muito limitado, eu mal conseguia
ficar parado, o carro tornou-se para mim um instrumento de tortura. Dado o
estado da minha incapacidade a direção do hospital me deu um mês de licença
para tratamento da doença. Eu estava muito preocupado e não sabia o que fazer.
"
O diagnóstico foi uma espondilose generalizada com a diminuição do espaço entre
a terceira e a quarta vértebras lombares, hérnia de disco com uma grande
mediana e paramediana esquerda. Pouco depois foi encontrada uma segundo hérnia
de disco entre a quarta e quinta vértebras e mais evidencia clínica de uma
terceira hérnia de disco.
“Confirmo que, caindo lentamente a confiança em remédios humanos, comecei a
pedir com insistência ao Senhor para me ajudar, me permitindo continuar o meu
trabalho, que de outra forma teria sido obrigado a parar: foi com este espírito
que me aproximei em agosto de 1991 o túmulo do Servo de Deus. A minha oração,
da minha esposa e de meu filho Gianluca era muito persistente, assim, de volta
para casa, nós nunca deixamos de implorar a ajuda do Servo de Deus. É claro que
a oração feita a Marvelli, teve o propósito de obter dela diante do Senhor, a
chance de ver cumprido o meu pedido, que não foi para curar a doença, mas sim
para ser libertado daquela dor que me impedia de qualquer atividade e pudesse
retomar a trabalhar. "
"Eu comecei a perceber que minhas orações tinham sido aceitas, quando no
final de agosto, início de setembro eu senti o desaparecimento gradual das
dores que por mais de um ano tinha me atormentado e eu pude retomar minhas
atividades sem sentir dor alguma."
O Conselho de Estado dos Médicos da Congregação para as Causas dos Santos em 14
novembro de 2002 declarou que a cura muito rápida, completa e duradoura, no que
diz respeito aos sintomas não foi cientificamente explicável.
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