"ó Pai, que onde eu estiver, os que me destes
estejam também comigo, e que o mundo conheça que vós os amastes como amastes a
mim".
Eis, Senhor, o que
queria repetir para vós antes de voar para os vossos braços. Talvez seja
temeridade. Mas há algum tempo permitis que seja audaciosa convosco. Como o pai do filho pródigo, falando para
seu filho primogênito, dissestes-me: "Tudo o que é meu é teu".
Portanto, vossas palavras são minhas e posso servir-me delas para atrair sobre
as almas, que me são unidas, os favores do Pai celeste. Mas, Senhor, quando digo que onde eu estiver desejo que os que me
destes também estejam, não pretendo que não possam alcançar uma glória muito
mais elevada que aquela que vos agradar me conceder. Apenas quero que sejamos todos reunidos no vosso belo Céu.
Sabeis, Deus meu,
nunca desejei nada senão amar-vos, não almejo outra glória. Vosso amor
preservou-me desde a minha infância, cresceu comigo e, agora, é um abismo cuja profundeza
não posso avaliar. O amor atrai o amor,
por isso, meu Jesus, o meu se lança para vós, queria encher o abismo que o
atrai, mas ai! não é nem uma gota de orvalho perdida no oceano!... Para
amar-vos como me amais, preciso tomar de empréstimo o vosso próprio amor, só então
encontro o repouso. Ó meu Jesus, talvez seja uma ilusão, mas parece-me que
não podeis encher uma alma com mais amor do que o que me destes. É por isso que
ouso pedir-vos para amar os que me destes como amastes a mim mesma.
Um dia, no Céu, se eu
descobrir que os amais mais do que a mim, regozijar-me-ei, reconhecendo desde agora
que essas almas merecem muito mais que a minha o vosso amor. Mas na terra não posso conceber amor maior
que aquele que vos dignastes prodigalizar-me gratuitamente, sem mérito algum da
minha parte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário