terça-feira, 6 de outubro de 2015

Santa Maria Francisca das Cinco Chagas

Ana Maria Rosa Nicoleta nasceu no dia da Anunciação, 25 de março de 1715, em Nápoles, em uma família simples e modesta. Desde pequena tinha fama de santa e era conhecida por todos como a Santinha”. Aos quatro anos pediu à mãe que a levasse à igreja para participar da Santa da Missa. Obteve também, nessa idade, o privilégio de poder confessar-se — embora tivesse que esperar até os sete anos para fazer a Primeira Comunhão. Depois disso, sua surpreendente maturidade levou o confessor a permitir-lhe comungar diariamente, privilégio muito raro na época. Ana-Maria era instruída por seu próprio anjo da guarda, que lhe aparecia visivelmente.

Seu pai lhe preparava um “vantajoso casamento”, diante da recusa de Ana Maria empregou todos os meios para convencer a filha a ceder, inclusive agressão física. Trancou-a depois, por vários dias, em um quarto da casa, não lhe fornecendo senão pão e água para alimentar-se. Finalmente, a intervenção de um religioso muito respeitável levou Francisco a conceder a autorização pedida.

Tomou o hábito franciscano com apenas 16 anos de idade, mudando seu nome para Maria Francisca das Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. A escolha dos nomes de Maria, por devoção a Nossa Senhora, Francisca, por devoção a São Francisco, e das Cinco Chagas, por devoção à sagrada Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.

As terceiras franciscanas viviam no mundo, embora observando uma regra que estipulava jejuns, penitências, disciplinas e as orações diárias da Ordem. Reuniam-se na igreja algumas vezes por dia para a oração comum.

Grande devota da Paixão de Cristo, Santa Maria Francisca fazia diariamente o exercício da Via-Sacra, percorrendo as várias estações na igreja paroquial. Era tanta a dor e o sentimento com que rezava esse pio exercício, que algumas vezes desmaiava entre uma estação e outra.

Tendo sua mãe falecido, o pai, desejoso de casar-se novamente, quis pôr sobre seus ombros o sustento e o cuidado da família, que constava então de quatro pessoas para alimentar e vestir. Com dificuldade, a santa livrou-se desse encargo, alegando sua má saúde. No entanto seu pai passou a cobrar-lhe o aluguel do pequeno cômodo que ocupava na casa, sendo ela obrigada a recorrer a seus benfeitores para pagá-lo e assim atender a sua família.

Êxtases, transes, arroubos místicos, profecia, eram para ela situações vulgares. Parecia viver em outro mundo, sendo, por isso, incompreendida, perseguida e submetida a vários exames pelas autoridades eclesiásticas.

Em sete anos de duro martírio suportou todos os mal-entendidos com inalterável mansidão. Nos últimos anos da sua vida estava impedida de participar da Santa Missa por causa de uma grave doença que a obrigava estar em cama.

Muitos sacerdotes, principalmente o religioso barnabita, padre Bianchi, viam que durante a Missa desaparecia um pedaço da Hóstia Magna consagrada e um pouco de vinho consagrado.

Era o Anjo da Guarda da Santa que levava a Comunhão à religiosa.

Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era a Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, quando ficava fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente quando não lhe era permitido fazer a Comunhão Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando para a Igreja, suspirava entre lágrimas: Felizes aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus! Felizes os Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo Jesus! E assim só a Comunhão Espiritual podia tranquiliza-la um pouco.

Maria Francisca despojou-se inteiramente da vontade própria, e vivia só da obediência. Quando lhe perguntavam qual a virtude que mais lhe agradava, dizia: “Todas as virtudes me agradam, mas a maior é a de não nos opormos nunca à vontade daqueles que têm o direito de mandar em nós”.

Faleceu com 76 anos, em 06 de outubro de 1791 e foi sepultada na igreja de Santa Luzia do Monte onde é venerada, pois seu corpo ficou incorruptível após sua morte.

ORAÇÃO

- Senhor nosso Deus, que cumulastes de graça a Santa virgem Maria Francisca das Cinco Chagas, fazei que, incentivados na terra por suas virtudes, sejamos a ela associados na felicidade do céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.

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