Seu pai lhe preparava um “vantajoso casamento”,
diante da recusa de Ana Maria empregou todos os meios para convencer a filha a
ceder, inclusive agressão física. Trancou-a depois, por vários dias, em um
quarto da casa, não lhe fornecendo senão pão e água para alimentar-se.
Finalmente, a intervenção de um religioso muito respeitável levou Francisco a
conceder a autorização pedida.
Tomou o hábito franciscano com apenas 16 anos de
idade, mudando seu nome para Maria
Francisca das Cinco Chagas de Nosso Senhor Jesus Cristo. A escolha dos
nomes de Maria, por devoção a Nossa Senhora, Francisca, por
devoção a São Francisco, e das Cinco Chagas, por devoção à
sagrada Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo.
As terceiras franciscanas viviam no mundo, embora
observando uma regra que estipulava jejuns, penitências, disciplinas e as
orações diárias da Ordem. Reuniam-se na igreja algumas vezes por dia para a
oração comum.
Grande devota da Paixão de Cristo, Santa Maria
Francisca fazia diariamente o exercício da Via-Sacra, percorrendo as várias
estações na igreja paroquial. Era tanta a dor e o sentimento com que rezava
esse pio exercício, que algumas vezes desmaiava entre uma estação e outra.
Tendo sua mãe falecido, o pai, desejoso de casar-se
novamente, quis pôr sobre seus ombros o sustento e o cuidado da família, que constava
então de quatro pessoas para alimentar e vestir. Com dificuldade, a santa
livrou-se desse encargo, alegando sua má saúde. No entanto seu pai passou a
cobrar-lhe o aluguel do pequeno cômodo que ocupava na casa, sendo ela obrigada
a recorrer a seus benfeitores para pagá-lo e assim atender a sua família.
Êxtases, transes, arroubos místicos, profecia, eram
para ela situações vulgares. Parecia viver em outro mundo, sendo, por isso,
incompreendida, perseguida e submetida a vários exames pelas autoridades
eclesiásticas.
Em sete anos de duro martírio suportou todos os
mal-entendidos com inalterável mansidão. Nos últimos anos da sua vida estava
impedida de participar da Santa Missa por causa de uma grave doença que a
obrigava estar em cama.
Muitos sacerdotes, principalmente o religioso
barnabita, padre Bianchi, viam que durante a Missa desaparecia um pedaço da
Hóstia Magna consagrada e um pouco de vinho consagrado.
Era o Anjo da Guarda da Santa que levava a Comunhão
à religiosa.
Para Santa Maria Francisca das Cinco Chagas era a
Comunhão Espiritual o único alívio para a dor aguda que sentia, quando ficava
fechada em casa, longe do seu Amor, especialmente quando não lhe era permitido
fazer a Comunhão Sacramental. Então, ela subia ao terraço da casa e, olhando
para a Igreja, suspirava entre lágrimas: “Felizes
aqueles que hoje Te puderam receber no Sacramento, ó Jesus! Felizes os
Sacerdotes que estão sempre perto do Amabilíssimo Jesus!” E assim só a
Comunhão Espiritual podia tranquiliza-la um pouco.
Maria Francisca despojou-se inteiramente da vontade
própria, e vivia só da obediência. Quando lhe perguntavam qual a virtude que
mais lhe agradava, dizia: “Todas
as virtudes me agradam, mas a maior é a de não nos opormos nunca à vontade
daqueles que têm o direito de mandar em nós”.
Faleceu com 76 anos, em 06 de outubro de 1791 e foi
sepultada na igreja de Santa Luzia do Monte onde é venerada, pois seu corpo
ficou incorruptível após sua morte.
ORAÇÃO
- Senhor nosso Deus, que cumulastes de graça a
Santa virgem Maria Francisca das Cinco Chagas, fazei que, incentivados na terra
por suas virtudes, sejamos a ela associados na felicidade do céu. Por nosso
Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Hoje a Igreja celebra também São Bruno - Fundador da Ordem dos Cartuchos clique aqui
Nenhum comentário:
Postar um comentário