O Evangelho de hoje é tirado do “Sermão da Montanha” e trata o tema do cumprimento da Lei: como devo cumprir a Lei, como fazer. Jesus quer ajudar os seus ouvintes a ter uma abordagem justa das prescrições dos Mandamentos dados a Moisés, exortando-os a estarem disponíveis para Deus que nos educa na verdadeira liberdade e responsabilidade através da Lei. Trata-se de a viver como um instrumento de liberdade. Não esqueçamos isto: viver a Lei como um instrumento de liberdade, que me ajuda a ser mais livre, que me ajuda a não ser escravo das paixões e do pecado. Pensemos nas guerras, pensemos nas consequências das guerras. Muitas calamidades, muitas. Este é o resultado das paixões e as pessoas que fazem a guerra não sabem dominar as suas paixões. Não cumprem a Lei. Quando cedemos às tentações e paixões, não somos senhores nem protagonistas da nossa vida, mas tornamo-nos incapazes de a gerir com vontade e responsabilidade.
O discurso de Jesus está estruturado em quatro
antíteses, expressas com a fórmula “Ouvistes o que foi dito... Eu, porém,
digo-vos”. Estas antíteses referem-se a tantas situações da vida
diária: assassínio, adultério, divórcio e juramentos. Jesus não suprime as
prescrições relativas a estes problemas, mas explica o seu pleno significado e
indica o espírito com que devem ser observadas. Ele encoraja-nos a passar da
observância formal da Lei para uma observância substancial, aceitando a Lei no
coração, que é o centro das intenções, decisões, palavras e gestos de cada um
de nós. Do coração partem as boas e as más ações.
Papa Francisco – 16 de fevereiro
de 2020
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