Luís Gonzaga se tornou símbolo da pureza e foi declarado protetor da juventude. a profundidade de sua vida interior, em circunstâncias difíceis, sua admirável coragem em defender a vocação, seu alto conceito da castidade, sua dedicação até a morte aos pobres e doentes, fizeram dele um dos modelos mais perfeitos da juventude.
Diante de todas as decisões que precisava tomar
se perguntava:
“Que serve isto para a
eternidade?”
Nasceu em 1568, na Itália e foi o primeiro
filho do Marquês de Castiglione e Príncipe do Sacro Império, e de Dona Marta
Tana, dama da Rainha Isabel de Valois. Desde cedo cresceu entre soldados, em
vista de uma carreira militar.
Quando tinha cinco anos de idade, passou alguns
meses com os soldados, e, na convivência com eles, aprendeu algumas palavras
indecorosas, as quais passou a repetir, sem saber seu significado.
De volta a Castiglione, foi repreendido por seu
preceptor, e não apenas nunca mais proferiu tais palavras, mas manifestava
grande enfado quando ouvia alguém pronunciá-las. Muito se envergonhou por essa
falta e, quando já religioso, costumava contá-la para "provar" como
fora mau desde criança.
Para não encorajar sua vocação religiosa, seu
pai o enviou à corte, como pajem. Mas lá ele buscou o Santuário da Virgem
Maria, onde aprendeu a amar ternamente à Mãe. Tanto se lhe inflamou o
coração pela Virgem que quis oferecer a Ela seu voto de virgindade.
De volta à casa, em 1580, chegou o Cardeal
Carlos Borromeu, Visitador Apostólico do Papa Gregório XIII. Muito se admirou o
Cardeal por ver como aquele pequeno "anjo" discorria sobre os temas
da Religião. No final de duas horas de conversa com ele, decidiu o Cardeal
dar-lhe por primeira vez a Sagrada Eucaristia.
Aos treze anos de idade sentiu o chamado
religioso. Por ser ainda muito jovem, nada comunicou a seus pais, mas redobrou
suas austeridades. Aboliu o uso da lareira em seu quarto; levantava-se de madrugada
e, de joelhos, rezava durante longo tempo, mesmo durante os rigores do inverno.
Cada vez mais inquieto à vista dos progressos
do filho no caminho da vida religiosa, seu pai decidiu, para distraí-lo,
dirigir-se com toda a família para Madri e colocá-lo como pajem do filho do rei
Felipe II. Luís, entretanto, com a alma ancorada em Deus, permaneceu firme e
resoluto em seus propósitos, no meio dos prazeres da corte.
Começou, então, um período de dois anos de luta
para conquistar a permissão paterna de abandonar tudo e seguir a Cristo. Foi a
mais dura - e talvez a mais gloriosa - fase de sua vida. Essa luta encerrou-se
com um episódio comovedor: certo dia o marquês, olhando pelo buraco da
fechadura do quarto de seu filho, viu-o ajoelhado e se flagelando. Só então
dobrou-se e lhe deu a tão almejada autorização. Renunciou ao título de herdeiro
em favor do irmão, aos 17 anos, ingressou no Colégio Romano dos Jesuítas, onde
testemunhou uma profunda humildade, sólida espiritualidade e grande amor.
Vítima da caridade
Em 1591, sua caridade para com o próximo
encontrou uma ótima ocasião para expandir-se até o heroísmo: atender as pobres
vítimas da peste que assolava a Cidade Eterna. Não tardou, porém, em ser ele
próprio contagiado.
- Então, o que faremos, Irmão Luís?
– perguntou o Padre Provincial, ao entrar no quarto do enfermo.
- Estamos a caminho, Padre.
- Para onde?
- Para o Céu… Se não impedirem meus
pecados, espero, pela misericórdia de Deus, ir para lá.
Três meses de uma febre ardente, aceita com
total abnegação, encerraram os 23 anos de sua permanência na Terra.
“Peço a Deus que me conceda a graça de,
se for preciso, sofrer pacientemente pela minha vocação.”
“Se Deus toma de nós aquilo que havia
emprestado, assim procede com a única intenção de colocá-lo em lugar mais seguro
e fora de perigo, e nos dar aqueles bens que desejamos dele receber.”
Carta de São Luís Gonzaga à sua mãe
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