segunda-feira, 1 de junho de 2020

01 de junho - Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: "Mulher, este é o teu filho". Jo 19,26


Nos anos da minha juventude, tive receio que o culto a Maria, dilatando-se excessivamente, acabasse por comprometer a supremacia do culto devido a Cristo. Sob a orientação sábia de São Luís Maria Grignion de Montfort no Tratado sobre a verdadeira devoção à Virgem Santíssima compreendi que, quando se vive o mistério de Maria em Cristo, esse risco não subsiste. O pensamento mariológico do Santo, de fato, está radicado no Mistério trinitário e na verdade da Encarnação do Verbo de Deus.

A Igreja, desde as suas origens, e sobretudo nos momentos mais difíceis, contemplou com particular intensidade um dos acontecimentos da Paixão de Jesus Cristo, referido a São João: "Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria, a mulher de Cleofas, e Maria Madalena. Então, Jesus, ao ver ali de pé a sua mãe e o discípulo que Ele amava, disse à mãe: "Mulher, eis o teu filho!". Depois, disse ao discípulo: "Eis a tua mãe!". E, desde aquela hora, o discípulo acolheu-a como sua".

Ao longo da sua história, o Povo de Deus experimentou esta doação feita por Jesus crucificado: a doação da sua Mãe. Maria Santíssima é verdadeiramente a nossa Mãe, que nos acompanha na nossa peregrinação de fé, esperança e caridade rumo à união cada vez mais intensa com Cristo, único salvador e mediador da salvação.

Como se sabe, no meu brasão episcopal, que é a ilustração simbólica do texto evangélico acima citado, o mote Totus tuus está inspirado na doutrina de São Luís Maria Grignion de Montfort. Estas duas palavras exprimem a pertença total a Jesus por meio de Maria: "Tuus totus ego sum, et omnia mea tua sunt", escreve São Luís Maria; e traduz: "Eu sou todo teu, e tudo o que é meu te pertence, meu amável Jesus, por meio de Maria, tua Santa Mãe"

Papa São João Paulo II – 08 de dezembro de 2003

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