O Evangelho de hoje nos apresenta a atitude de Jesus com relação à Lei judaica. Ele afirma: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição”. Jesus, então, não quer cancelar os mandamentos que o Senhor deu por meio de Moisés, mas quer levá-los à sua plenitude.
Mas o que significa este “pleno cumprimento” da
Lei? E esta justiça superior em que consiste? O próprio Jesus nos responde com
alguns exemplos. Jesus era prático, falava sempre com os exemplos para se fazer
entender. Começa pelo quinto mandamento do decálogo: “Vós ouvistes o que foi
dito aos antigos: ‘Não matarás! Quem matar será condenado pelo tribunal’. Eu,
porém, vos digo: todo aquele que se encoleriza com seu irmão será réu em juízo”.
Com isto, Jesus nos recorda que também as palavras podem matar!
De tudo isso, entende-se que Jesus não dá
importância simplesmente à observância disciplinar e à conduta exterior. Ele
vai à raiz da Lei, com foco, sobretudo, na intenção e, portanto, no coração do
homem, de onde provêm as nossas ações boas ou más. Para ter comportamentos bons
e honestos, não bastam as normas jurídicas, mas são necessárias motivações
profundas, expressão de uma sabedoria oculta, a Sabedoria de Deus, que pode ser
acolhida graças ao Espírito Santo. E nós, através da fé em Cristo, podemos
abrir-nos à ação do Espírito, que nos torna capazes de viver o amor divino.
À luz deste ensinamento, cada preceito revela o
seu pleno significado como exigência de amor, e todos se reúnem no maior
mandamento: ama Deus com todo o coração e o próximo como a ti mesmo.
Papa Francisco – 16 de
fevereiro de 2014
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