“Tornou visível a bondade aos olhos de todos”
Ângelo José Roncalli, aos 77 anos foi eleito
Papa. Escolhe o nome de João – “era o
nome do meu pai” diz ele.
E essa simplicidade e espontaneidade vão acompanha-lo
sempre. Depois de aparecer na sacada central e logo após serem cumpridas todas as
prescrições do cerimonial, muitos o questionaram: “E o que faremos agora?” E o novo papa tranquilamente responde: “Agora, vamos rezar as orações da Liturgia
das horas, como em todas as tardes.”
Quando acolhe os peregrinos em São Pedro,
inaugura um novo estilo. Deixa de ler os discursos oficiais e se entrega a
confidencias improvisadas, lembranças de sua vida, pequenos eventos da sua infância.
Outra novidade: “a saída livre do papa”. Após cumprir os compromissos oficiais,
vai a Roma encontrar sacerdotes idosos doentes, amigos de tempos distantes. Sem
formalidade visita institutos religiosos e paróquias. Um certo dia o alarme
dispara: o papa desapareceu! Todos em pânico, até descobrirem: o papa passava a
tarde num asilo de idosos.
Muitos peregrinos encontram com ele rezando
diante do túmulo do papa Pio XII, e ao seu lado passeiam pela basílica.
Vai ao cárcere romano encontrar os detentos e
entre eles fala como um irmão mais velho: “Vejam,
aqui estou, eu vim. Vocês estão me vendo, os meus olhos nos olhos de vocês, o meu
coração bem perto do coração de vocês...” Pediu para ver também os mais
perigosos, e posa com eles para fotos, como se estivesse no Vaticano. E aí está
o papa: ao lado de assassinos, ladrões e todo tipo de criminosos. E encerra a
visita dizendo: “escrevam para casa,
contem para suas mães, para suas esposas, que o papa veio visitar vocês.”
Uma tarde o papa cancela todos os
compromissos para receber uma visita especial: Catarina. Uma menina americana de
oito anos que está condenada à morte. Um de seus últimos desejos era ver o papa
João. Sua mãe, uma viúva pobre, vendeu até os móveis da casa para pagar as
passagens de avião. O Papa João pega na mão da pequena, sentam e conversam. O costume
é que dure vinte minutos a audiência com o papa, mas com ela ele fica mais de
quarenta minutos. Suas ultimas palavras para ela: “Catarina, reze por mim”.
O papa da bondade deixa como herança apenas
seus objetos pessoais: a uma sobrinha religiosa deixa suas vestes brancas, ao
sobrinho padre, um relógio com corrente de metal esmaltado. “Nasci pobre e morro pobre.”
Para todas as pessoas do século XX deixa a
esperança.
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