Há casais que, por temerem o
nascimento de filhos com algum problema, negam-se a gerá-los. Vamos conhecer a
história de uma linda jovem que morreu em consequência de um câncer que aos
poucos foi invadindo todos os seus ossos. Seus pais, Maria Tereza e Ruggero,
moradores de uma pequena cidade perto de Gênova, Itália, depois de 10 anos de
casados, pediram a Nossa Senhora a graça de um filho. Veio uma filha (1971) que
recebeu, no batismo, o nome de Chiara Badano. Cresceu banhada pelo carinho e
alimentada pela fé de seus pais.
Aos nove anos
conheceu os Focolares, movimento nascido do coração de outra Chiara, a Lubich,
em plena Segunda Guerra. Começou a participar do gen 3 (grupo de adolescentes e
jovens dos Focolares) de Gênova.
Um dia disse à sua
mãe preocupada por deixá-la sozinha para um desses encontros: ‘Mamãe, eu não estou sozinha, Jesus está
aqui’. A menina foi crescendo em idade e graça. Aos doze anos, depois de
ter participado de um Congresso do gen 3, escreveu a Chiara Lubich: ‘Redescobri Jesus abandonado de um modo
especial e o senti em cada próximo que passava a meu lado’ e algum tempo
depois: ‘Descobri que Jesus abandonado é
a chave da unidade com Deus e quero escolhê-lo como meu primeiro esposo e
preparar-me para quando Ele vier’.
Tornou-se uma adolescente
feliz, com muitos amigos.
Saía, dançava,
lanchava, praticava esportes com os amigos. Sua mãe certo dia lhe perguntou:“Com os amigos, na lanchonete, você fala de Jesus? Você procura passar algo de Deus a eles?
E ela, com naturalidade respondeu:
Não, não falo de Deus.
Sua mãe a olhou e perguntou:
Como não? Você deixa as oportunidades escaparem?
E ela respondeu:
“Não vale muito falar de Deus. Eu devo dar Deus.”
Um dia, jogando
tênis, sentiu uma dor muito forte nas costas. Mais tarde
foi diagnosticado: sarcoma osteogênico com metástase. Veio a cirurgia com as
quimioterapias. O médico lhe disse que perderia os cabelos. Foi quando tomou
consciência da gravidade da doença.
Sua mãe conta: ‘perguntei-lhe como tinha sido. E
ela: ‘agora, não. Não fale agora e jogou-se na cama com os olhos fechados.
Ficou assim vinte e cinco minutos… Depois ela voltou e me sorriu: ‘agora pode
falar’. Ela conseguiu! Disse novamente seu sim’. E não voltou mais atrás.
Suas palavras durante
a enfermidade:
Escreveu a Chiara
Lubich: ‘Jesus me mandou esta doença no
momento certo. Mandou para que eu o encontrasse’. Seu último Natal foi no hospital. Visitando-a, o bispo de Turim lhe perguntou: como você consegue essa luz maravilhosa nos olhos e ela: ‘procuro amar Jesus’.
Escreveu assim aos companheiros do gen 3 de Gênova: ‘Sinto muito forte a unidade de vocês, o dom de vocês, as orações de vocês que me possibilitam renovar o meu ‘sim’, a cada momento’.
Certa feita,
devendo passar por uma pequena cirurgia, com anestesia local, sentiu muito
medo. E conta: ‘uma senhora, linda,
linda, com um sorriso luminosíssimo, aproximou-se, segurou minha mão e me
encorajou’. Pensou ser uma senhora do movimento. Mas, aquela senhora, como
viera, desaparecera. ‘No entanto, uma
alegria intensa me invadiu’.
A doença avançava
implacavelmente. E ela: ‘Se eu tivesse
de escolher entre caminhar – ela estava paralisada no leito – ou ir para o paraíso, escolheria sem hesitar ir para o paraíso. A essa
altura é o que me interessa… Mas tomo cuidado em dizer isso, porque talvez
pensem que eu queira ir embora para não sofrer mais. Não é bem assim. Quero ir
ter com Jesus’.
Os últimos meses,
ela os passou em seu quarto em Sasselo, de onde falava por telefone com os
amigos do gen 3. Um dia sofreu forte hemorragia e esteve às portas da morte.
Foi quando disse: ‘Não derramem lágrimas
por mim. Eu vou para Jesus, começar uma outra vida. No meu funeral não quero
gente chorando, mas gente cantando bem alto. Ontem, eu estive lá, na soleira da
porta, mas a porta ainda não se abriu’.
Ela pediu a Chiara Lubich que lhe desse um nome novo e Chiara lhe escreveu: ‘Chiara Luce é o nome que pensei para você. É a luz do ideal (da unidade) que vence o mundo’.
Consciente de que
caminhava para o paraíso, afirmou: ‘não
vejo a hora de chegar ao paraíso…’, e conversou com a mãe como deveria ser
seu funeral: queria ser sepultada com vestes de núpcias, pois aprendera que
Jesus era o esposo que vinha a seu encontro. São suas essas palavras: ‘mamãe, quando estiver me preparando no
meu leito de morte, repita sempre: ‘agora, Chiara Luce está vendo Jesus’.
As córneas de seus olhos – era o que restava de saudável em seu pobre
corpo – ela as doou antes de morrer.
Estas foram suas
últimas palavras:
«Mãezinha, seja feliz, porque eu o sou. Adeus».Conheça mais a vida dessa jovem santa Clique aqui
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