quinta-feira, 6 de outubro de 2016

São Bruno

Bruno significa: “forte como uma couraça ou arma metálica” (Brunne, no alemão significa couraça).
Este santo se fez famoso por ter fundado a comunidade religiosa mais austera e penitente, os monges cartuxos, que vivem em perpétuo silêncio e jamais comem carne nem tomam bebidas alcóolicas.

Nasceu em Colônia, Alemanha, no ano 1030. Desde jovem demonstrou possuir grandes qualidades intelectuais, e especialmente aptidões para dirigir espiritualmente aos demais. Aos 27 anos era diretor espiritual de muitas pessoas importantes. Um de seus discípulos foi o futuro Papa Urbano II.

Ordenado sacerdote foi professor de teologia durante 18 anos em Remis, e Chanceler do Arcebispo, mais quando este morreu, um homem indigno, conhecido como Manases, fez-se eleger arcebispo desta cidade, e diante de seus comportamentos tão imorais, Bruno o acusou ante uma reunião de bispos, e o Sumo Pontífice destituiu a Manases. Ofereceram o cargo de Arcebispo ao nosso santo, mais ele preferiu não aceitá-lo, porque não acreditava ser digno de um cargo tão alto. O destituído de vingança fez com que retirassem de Bruno todos os seus bens e queimar várias das coisas que possuía.
 

Dizem que por aquele tempo ouviu Bruno uma narração que lhe impressionou muito. Contaram-lhe que um homem que tinha fama de ser boa pessoa (mais que na vida privada não era nada santo) quando estavam celebrando seu funeral, falou três vezes. A primeira disse: “Fui julgado”. A segunda: “Fui dado como culpável”. A terceira: “Fui condenado”. E diziam que as pessoas se assustaram muito com o que tinham ouvido dele e que o cadáver foi atirado ao fundo de um rio caudaloso.
Esta narração e outros pensamentos muito profundos que davam voltas em sua cabeça, levaram a Bruno a distanciar-se da vida mundana e dedicar-se totalmente à vida de oração e penitência, e um lugar bem distante de todos. 

Possuindo ainda abundantes riquezas e gozando da amizade de personalidades importantes e de uma grande estima entre as pessoas, e podendo, se aceitasse, ser nomeado Arcebispo de Remis, Bruno renunciou a tudo isto e se foi de monge ao mosteiro de São Roberto em Molesmes. Mas, observando que ainda ali observavam regras muito amplas.
O que ele buscava era um silêncio total e um distanciamento completo do mundo. Por isso dispôs ir-se a um lugar muito mais longe. Ia realizar uma nova fundação.

São Hugo, bispo de Grenoble, viu em seu sonho que sete estrelas o conduziam a um bosque distante e que lá construíam um farol que irradiava uma luz para todos os lados. No dia seguinte chegaram Bruno e seis companheiros para pedir-lhe que lhes mostrasse um lugar muito longe para que eles pudessem dedicar-se à oração e à penitência. São Hugo reconheceu neles os que tinha visto em seu sonho e os conduziu a um monte que lhe fora indicado na visão. Aquele lugar era conhecido como Cartuxa, e os novos religiosos receberam o nome de Cartuxos.
 

São Bruno escreveu para seus monges umas regras que é talvez a mais severa que existiu para uma comunidade. Silêncio perpétuo. Levantar-se a meia-noite para rezar por mais de uma hora. Às 5:30 da manhã ir outra vez para a reza na capela por outra hora, tudo em coro. O mesmo ao meio-dia e no entardecer.

Jamais comer carne nem tomar bebidas alcoólicas. Receber visitas somente uma vez por ano. Dedicar-se por várias horas do dia ao estudo ou para trabalhos manuais especialmente o de copiar livros. Viver totalmente sem comunicação com o mundo...
É uma grande regra própria para homens que querem fazer grandes penitências pelos pecados e chegar a um alto grado de santidade.

São Hugo chegou a admirar tanto a sabedoria e a santidade de São Bruno, que o elegeu como seu diretor espiritual, e cada vez que podia escapava para o convento da Cartuxa para passar alguns dias de silêncio, oração e pedir conselhos ao santo fundador.
O Conde Rogerio, que desde o dia em que se encontrou com Bruno pela primeira vez, sentiu com ele uma veneração muito grande, não deixava de consultá-lo quanto tinha problemas bastante graves a resolver. E conta-se ainda que uma vez alguém lhe tinha preparado uma emboscada para matá-lo, e em sonhos lhe apareceu São Bruno para dizer-lhe que tivesse muito cuidado, e assim conseguiu livrar-se daquele perigo. 

Naquele tempo tinha sido nomeado Papa Urbano II, o qual de jovem foi discípulo de Bruno, e ao recordar sua santidade, grande sabedoria e seu especial dom do conselho, o enviou a Roma para que lhe servisse de conselheiro. Esta obediência foi bastante dolorosa para ele, dado que teve de deixar sua vida retirada e tranqüila na Cartuxa para morar em meio do mundo e seus afãs. Mas obedeceu imediatamente.
É difícil calcular a enorme tristeza que seus monges sentiram ao vê-lo partir para terras longínquas. Vários deles não foram capazes de suportar sua ausência e decidiram acompanhá-lo para Roma. Dada esta circunstância o conde Rogerio lhe presenteou uma grande propriedade na Itália e agora o santo fundava um novo convento, com as mesmas regras da Cartuxa.

Seus últimos anos passou entre missões encomendadas pelo Sumo Pontífice, e longas temporadas no convento dedicado à contemplação e à penitência. Sua fama de santo nesta época era muito grande.

Morreu no dia 06 de outubro do ano 1101 deixando como lembrança na terra uma fundação religiosa que é famosa em todo o mundo por sua santidade e austeridade. Que Deus nos conceda como a ele, a capacidade de distanciar-nos do que é mundano e material, para dedicar-nos ao que é espiritual e nos conduz a santidade.

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