quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Santo Evaristo - Papa

Quinto Papa da Igreja Católica e, como seus predecessores, recebeu a coroa do Martírio.
Foi em Roma, numa época em que as perseguições contra a Santa Igreja de Deus eram implacáveis. Tempos muito aflitivos para os cristãos que pagavam com a própria vida sua recusa em abjurar a fé. 

Santo Evaristo era judeu-grego de nascimento. Seu pai chamava-se Judas, originário de Belém, mas acabou fixando residência na Grécia. Educou seu filho na doutrina e princípios judaicos. Evaristo manifestou, desde a infância, boas disposições pela virtude e pelos estudos, e o seu pai o incentivava neste caminho Assim ele foi progredindo nas ciências, de forma que tornou-se pessoa de muitos talentos.
 

Não se sabe as circunstâncias e a época em que se converteu ao cristianismo e nem a época precisa em que foi para Roma, mas passou a ser conhecido como um membro do clero que destacou-se rapidamente em santidade, reconhecida por toda a Roma. Era um presbítero conhecido por acender o fervor e devoção no coração dos seus fiéis, pelos seus exemplos de virtude e caridade cristã.

Sucedeu a São Clemente no trono pontifício. Apesar de resistir em assumir o cargo, após declarar publicamente sua indignidade, acabou sendo aclamado pelo clero e pelo povo como merecedor de tão nobre missão. A unanimidade de opiniões, portanto, fez com que fosse consagrado Papa no ano de 101.
 

Logo que assumiu a cadeira de São Pedro, aplicou todo o seu zelo para remediar as necessidades da Santa Igreja, perseguida por toda a parte e também vítima de muitas heresias.

Como Jesus tinha empenhado sua palavra, de que as portas do inferno jamais prevaleceriam contra Sua Igreja, dispôs, em sua amorosa providência, que ocupasse Santo Evaristo a cátedra da verdade, a fim de deter a inundação de heresias e para dissipar esta multidão de inimigos.
Com efeito, tão bem cuidou do rebanho que o Senhor lhe havia confiado, que todos os fiéis de Roma, conservaram sempre a pureza da fé. O zelo, as instruções e a solicitude pastoral do Santo Padre foram tão eficazes, que o veneno do erro jamais pôde seduzir o coração de um só fiel.

Além da luta contra a heresia, empenhou-se também no aperfeiçoamento da disciplina eclesiástica, por meio de prudentíssimas regras e decretos.

Foi por sua determinação que Roma foi dividida em paróquias. Essas paróquias, confiadas a diversos presbíteros, não eram na época igrejas públicas, mas oratórios de casas particulares, onde se congregavam os cristãos para ouvir a Palavra de Deus e para assistir à celebração dos divinos mistérios. Nas portas destes oratórios, eram afixadas cruzes para que fossem diferenciados dos locais profanos públicos, que eram distinguidos por estátuas de imperadores.
Também, por decreto, definiu que o matrimônio fosse celebrado publicamente pelo sacerdote. 

Seu infatigável zelo fazia com que visitasse as paróquias pessoalmente, sempre preocupado com a conservação de seu rebanho na pureza da fé. Cuidava da causa das crianças e dos escravos, com solicitude e empenho.

Ainda que o imperador Trajano não fosse um grande perseguidor dos cristãos, quer por sua paciência como por sua moderação, nem por isto receberam os cristãos melhor tratamento.
Apesar de não ter firmado novo edito contra os cristãos, nutria mortal aversão a eles, não porque os conhecesse, mas pelos horrorosos retratos que cortesãos idólatras e sacerdotes de ídolos, pintavam na mente do imperador. E bastava esta aversão para excitar contra os cristãos, o povo e os magistrados. 

O trabalho apostólico de Santo Evaristo continuava com vigor, de forma que o número de fiéis crescia a cada dia, para insatisfação dos inimigos de Cristo.
A vinha do Senhor era regada com o sangue dos Mártires, ostentando-se cada vez mais florida e fecunda.
Os pagãos concluíram que essa fecundidade era efeito do grande zelo do Santo Pontífice. Após arquitetarem diversas artimanhas, para pôr termo ao crescimento da religião de Cristo, decidiram que o meio mais eficaz para dispersar o rebanho, seria ferir o pastor.

E assim foi feito! Fecharam-no com cadeias e conduziram-no ao cárcere para ser julgado. Conduzido ao tribunal, demonstrou tanta alegria ao receber sentença de morte por amor a Jesus Cristo, que os magistrados ficaram espantados, não conseguindo compreender como cabia tanto valor e tanta constância em um pobre velho, acabrunhado pelo peso dos anos.

Enfim, foi condenado à morte como a cabeça dos cristãos, no ano 107, recebendo a honra de ser mais um mártir da Igreja Universal. 

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