Primeiro santo brasileiro,
Frei Galvão, nasceu em Guaratinguetá, no estado de São Paulo, não sabemos a
data certa, supõe-se que seja em 1739.
Estudou no colégio Jesuíta
na Bahia, mas entrou para a Ordem dos Franciscanos em 1761. Adotou o nome de
Frei Antônio de Sant’Ana Galvão, sendo ordenado em 1762.
Aos 27 anos escreveu um
documento em que se colocava como servo e escravo da Virgem Maria. Com esse
documento ele reforçava o propósito de permanecer imaculado, sem pecados, como
Maria, e servir aos bons e aos maus por toda a vida. A carta foi assinada com
sangue retirada de seu peito.
Desde muito cedo destacou-se
pela maturidade cultural e humana. Fazia confissões e pregações com freqüência,
mas destacava-se como porteiro do Convento de São Francisco: sua doçura e
bondade ganharam fama e começaram a atrair grande número de fiéis.
Com irmã Helena Maria do
Espírito Santo abriu o Recolhimento de Nossa Senhora da Conceição e da Divina
Providência, com a morte da irmã, passou a cuidar sozinho da instituição,
depois chamado de Recolhimento da Luz.
Sempre foi com grande apreço
que Frei Galvão cuidou do convento e amparou as jovens religiosas. Para elas
escreveu um estatuto que serve até hoje como guia de vida e disciplina. Assim
começou a ganhar fama de santidade.
Faleceu aos 83 anos de
idade, na ocasião mais de 3 mil pessoas compareceram ao seu velório, numa época
que a cidade tinha 25 mil habitantes.
Há diversas histórias curiosas, como a de um escravo
liberto que, ficando doente, fez promessa de levar a Frei Galvão “uma vara com
12 frangos” caso sarasse, o que de fato aconteceu. Por essa razão, amarrando as
aves em uma vara, pôs-se a caminho. Aconteceu que ao meio da jornada três
frangos lhe escaparam.
Recolheu facilmente dois. O
terceiro, um “carijó”, fugiu velozmente, irritando o velho, que gritou
impaciente: - volta aqui, frango do diabo! Nesse momento, entrando em
uma moita de espinhos, o frango se deixou apanhar.
Após a caminhada, o liberto
foi alegremente entregar seu presente ao Frade, que aceitou todas as aves,
menos a “carijó”: - Porquê este frango, já o deste ao diabo! – disse-lhe
ele.
Como aconteceu com São
Francisco e Santo Antônio, há registros de dons sobrenaturais de Frei Galvão
observados enquanto ele estava vivo:
Bilocação
Pelo que consta, o fato ocorreu por
volta de 1810, às margens do rio Tietê, no distrito de Potunduva (Airosa Galvao)
municipio de Jaú, próximo à Pederneiras e Bauru. Manuel Portes, capataz de uma
expedição de vinha de Cuiabá, homem de temperamento instável, castigou
severamente o caboclo Apolinário por indisciplina. Ao notar o capataz
distraído, o caboclo, por vingança, o atacou pelas costas com um enorme facão,
e fugiu.
Sentindo que a vida
abandonava-lhe o corpo, Manuel Portes, no auge de desespero pôs-se a gritar:
"Meu Deus, eu morro sem confissão! Senhor Santo Antônio, pedi por mim!
Dai-me confessor! Vinde, Frei Galvão, assistir-me!" Eis que então alguém
gritou, avisando que um frade se aproximava, e todos identificaram Frei Galvão.
Assim contaram as testemunhas: "aproximou-se o querido sacerdote, afastou
com um gesto dos espectadores da trágica cena, abaixou-se, sentou-se, pôs a
cabeça de Portes sobre o colo e falou-lhe em voz baixa, encostando-lhe depois o
ouvido aos lábios. Ficou assim alguns instantes, findo os quais abençoou o
expirante. Levantou-se, então, fez um gesto de adeus e afastou-se de modo tão
misterioso quanto aparecera". Afirma-se que naquele instante Frei Galvão
encontrava-se em São Paulo, pregando. Interrompeu-se, pediu uma Ave-Maria por
um moribundo e, acabada a oração, prosseguiu a pregação.
Há outros casos semelhantes,
principalmente relatos de socorro de Frei Galvão aos moribundos.
Telepatia
Em uma cidade Frei Galvão era
conduzido em uma cadeirinha coberta. Uma senhora, através de sua janela de
rótulas (madeiras cruzadas), vê a cadeirinha, em que sabe, está o "santo
frade". E ela, sucumbida pelas amarguras da vida, soluçando, pensa
consigo: "Ah, se Frei Galvão se lembrasse de mim, se ao menos me desse sua
benção". No mesmo instante Frei Galvão levanta as cortinas da cadeirinha,
debruça-se para fora, em direção daquela janela, e sorridente, abençoa a
senhora, atrás das rótulas. E os que presenciaram o fato, afirmaram que o
franciscano não tinha a menor possibilidade de ver aquela senhora, porque era
conduzido pelo lado oposto da rua.
Premonição
Em todas as vilas e cidades por onde
passava, a pedido dos párocos, Frei Galvão pregava. Por vezes era tão numeroso
o auditório que, não o contendo dentro da igreja, era preciso pregar ao ar
livre. Em Guaratinguetá ocorreu um fato extraordinário: o sermão havia
começado, quando se forma uma grande tempestade; a chuva desaba, e quando viram
que ela chegava ao largo, onde se encontravam, quiseram se retirar. Frei
Galvão, porém, lhes disse que fiquem pois nada sofrerão. De fato, a chuva não
caiu sobre o Largo.
Clarividência
Uma menina foi levada à presença de
Frei Galvão. No decorrer da conversa, perguntou à ela sobre o que desejava ser.
Respondeu que queria ser freira. Frei Antonio a abençoou com carinho e
profeticamente lhe confirma a vocação. De fato, aos 19 anos ela ingressa em um
Convento.
Levitação
No Mosteiro da Luz há viários
testemunhos sobre a capacidade de Frei Galvão tinha de levitar. Dentre eles, há
o relato de uma senhora nos seguintes têrmos: caminhando em plena rua, pôde
observar o Frade que se aproximava todo recolhido. Ao se cruzarem, ela exclamou,
espantada: "Senhor Padre, vós mecê anda sem pisar no chão?" E o Frei
sorriu, saudou e seguiu diante.
Telepercepção
Antigamente, quando os sinos
badalavam fora de horário de reza, a comunidade se reunia pois sabia que algo
de extraordinário acontecera. Certo dia, os sinos do Mosteiro tocaram e a
população atendeu a convocação. Frei Galvão, então já bem idoso, anunciou:
"Rebentou em Portugal uma revolução" (talvez a de 1820). E relatou
detalhes como se estivesse assistindo a tudo pessoalmente. Semanas depois,
chegaram notícias confirmando as visões de Frei Galvão.
As Pílulas de Frei Galvão clique aqui
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