sábado, 8 de outubro de 2016

Santo Hugo Canefri

Hugo Canefri ou Santo Hugo de Genova, foi um cruzado, nobre italiano, que dedicou a maior parte de sua vida aos cuidados dos doentes em Gênova.

Etimologia: Hugo = aquele de inteligência clara (vem do germânico).

Nascido por volta de 1186 em Alessandria (Itália), se converteu num cavaleiro da Ordem de São João de Jerusalém e depois de longas campanhas na Terra Santa, foi eleito Mestre da Encomenda de São João em Gênova (Itália) onde trabalho por cerca de 50 anos na enfermaria, atendendo aos doentes mais de perto. Foi famoso por poderes milagrosos sobre os elementos naturais. Acredita-se que ele morreu em 1233, com cerca de 85 anos.

Comandante em Gênova, seu hospital alcançou muita fama durante sua administração. Isso não o impediu ser um religioso exemplar, logrando "o exercício da religião com Deus e seus vizinhos". É bem sabido quanto sacrifício e devoção pode conter nesta frase.

De acordo com um retrato escrito em seus tempos sabemos que Santo Hugo era delgado, com um rosto ascético, e pequeno em estatura.
Ele era bastante gentil e amável com todos. Sua mortificação não resultava numa moléstia para os demais. Dormia num tabuleiro, num canto do sótão do Hospital; serviu aos pobres com amor e tato, dando-lhes comida, dinheiro, consolo espiritual e amor fraterno. Lavava os pés dos pacientes, cuidava deles, e quando  morriam, os enterrava. A cruz de oito pontas (símbolo de sua ordem), não só estava em sua capa, ele a levava em seu coração. Tão grande era seu zelo que ele se cingiu com um cinturão metálico que usava dentro de suas vestes, fazia jejuns continuamente durante todo o ano e durante a Quaresma não comia nada cozinhado.

Todos os dias recitava o ofício e ouvia Missa com tal fervor que muitas vezes caiu em êxtase e se elevava do solo à vista de todos. Sua oração era, evidentemente, contínua, e Deus o recompensou por isso com um dom de poder realizar milagres.

Estes milagres foram presenciados pelo arcebispo de Gênova, Otto Fusco, assim como por quatro veneráveis que frequentavam a casa do santo e atestaram sobre o que viram.

Conta-se, por exemplo, que num desses dias sufocantes em Itália, daqueles em que se sente que o calor nos esmaga, algumas mulheres se encontravam na sala comum da enfermaria lavando a roupa dos enfermos; o registro de água falhou e não chegava líquido à fonte do mosteiro, a única solução era percorrer uma grande distância para carregar a água necessária. Elas começaram a queixar-se de viva voz, pelo que Santo Hugo pôde ouvi-las e acudiu para ver o que se passava. Quando chegou, pediram-lhe que lhes desse água, e ante sua negativa elas romperam em pranto exclamando: 
"Acaso vós não sois capaz de conseguir qualquer coisa de Deus?" "Devemos orar" foi a sua resposta, "nós devemos fazer tudo. Não sou o Senhor, Ele disse que a fé produz milagres; vocês têm fé?" 
Elas choravam, dizendo que estavam esgotadas pelo trabalho e pelo calor. Ele não estava muito convencido, mas, num gesto de caridade, orou ao Criador, e logo fez o sinal da cruz e as águas brotaram das rochas da fonte ante as exclamações de surpresa das empregadas.

Por sua fé, capaz de mover montanhas, sua vigilante e incansável caridade, assim como por suas outras virtudes diárias, especialmente sua gentileza e cortesia, é para nós um exemplo vigorante, e talvez imitando-o possamos compartilhar a glória eterna.


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