sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Beato Carlos da Austria

João Paulo II beatificou o Imperador Carlos de Áustria e determinou que a sua festa ou memória fosse celebrada no dia 21 de Outubro. Foi o dia do seu matrimônio, como exemplo de santidade matrimonial para os dias de hoje, recordando a promessa mútua do casal imperial: «Agora devemos conduzir-nos um ao outro para o céu!»

Carlos de Áustria nasceu a 17 de Agosto de 1887 no Castelo de Persenbeug na região da Áustria Inferior. Os seus pais eram o Arquiduque Otto e a Princesa Maria Josefina de Saxónia, filha do último Rei de Saxónia.
Carlos recebeu uma educação expressamente católica e até ao fim da adolescência é acompanhado com a oração de um grupo de pessoas, uma vez que uma religiosa estigmatizada lhe tinha profetizado grandes sofrimentos e ataques contra ele. Daqui teria origem, depois da morte de Carlos, a «Liga de oração do imperador Carlos para a paz dos povos», que em 1963 se torna numa comunidade de oração reconhecida pela Igreja.
Bem cedo cresceu em Carlos um grande amor pela Santa Eucaristia e pelo Coração de Jesus. Todas as decisões importantes eram procuradas por ele na oração.
A 21 de Outubro de 1911 casou-se com a Princesa Zita de Borbone-Parma. Nos dez anos de vida matrimonial feliz e exemplar, o casal recebeu o dom de oito filhos. Sobre o leito da morte, Carlos dizia ainda a Zita: «Amo-te sem limites!».
A 28 de Junho de 1914, após o assassinato num atentado do Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono, Carlos torna-se herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro.
Enquanto alastrava a I Guerra Mundial, com a morte do Imperador Francisco José, a 21 de Novembro de 1926, Carlos torna-se Imperador da Áustria. A 30 de Dezembro é coroado Rei apostólico da Hungria.
Também esta tarefa é vista por Carlos como uma via para seguir Cristo: no amor pelos povos a ele confiados, no empenho pelo seu bem e no dom da sua vida por eles.
O dever mais sagrado de um Rei - o empenho pela paz - foi colocado por Carlos no centro das suas preocupações no decorrer da terrível guerra. Único entre todos os responsáveis políticos, apoiou os esforços para a paz de Bento XV.
Carlos tinha uma devoção especial do Sábado, dedicado à devoção de Nossa Senhora. Foi aos Sábados que aconteceram os grandes episódios da sua vida: crisma, casamento, coroação, chegada à Madeira como exilado e morte. 
No que diz respeito à política interna, mesmo nos tempos extremamente difíceis implementou uma ampla e exemplar legislação social, inspirada no ensinamento social cristão.
O seu comportamento tornou possível no final do conflito, uma transição para uma nova ordem sem guerra civil. Todavia foi banido da sua pátria.
Por desejo do Papa, que temia a implementação do poder comunista na Europa Central, Carlos procurou restabelecer a sua autoridade de governo na Hungria. Mas duas tentativas falharam, uma vez que ele queria em todo o caso evitar que se desencadeasse uma guerra civil.
Carlos é mandado em exílio para a ilha da Madeira. Uma vez que ele considerava a sua tarefa como um mandato de Deus, não pode abdicar do seu cargo.
Reduzido à pobreza, viveu com a sua família numa casa bastante úmida. Por isso adoeceu gravemente, aceitando a doença como sacrifício pela paz e a unidade dos seus povos.
Carlos suportou o seu sofrimento sem lamentações, perdoando a todos aqueles que tinham magoado e ofendido e morreu no dia 1 de Abril de 1922 com o olhar dirigido ao Santíssimo Sacramento. Como recordou ainda no leito da morte, o lema da sua vida foi: «Todo o meu empenho é sempre, em todas as coisas, conhecer o mais claramente possível e seguir a vontade de Deus, e isto da forma perfeita».




MIlagre para sua beatificação aconteceu no Brasil:
Irmã Maria Zita Gradowska nasceu na Polônia e quando tinha cerca de 25 anos, entrou na comunidade religiosa das Filhas da caridade de São Vicente de Paulo e em 1927, chegou ao Brasil.
Mesmo durante sua juventude, quando ainda vivia na Polônia, Irmã Maria Zita sofria de dores nas pernas – primeiro na direita; depois, também, na esquerda. Em 1944, enquanto descia as escadas, sentiu, repentinamente, uma forte dor na perna direita (ruptura de uma artéria que levou a hemorragias internas). A partir daí seu estado só foi piorando, passou por diversos tratamentos e cirurgias e nada fazia melhorar suas dores.
A partir de 1960, caminhar tinha se tornado insuportável e não podia subir ou descer escadas. Por fim, em novembro de 1960, não conseguia mais levantar-se e sair da cama, e as injeções e unguentos prescritos pelo médico não lhe davam nenhum alívio, nem lhe permitiam que voltasse a andar de novo.
Por essa época, outra Irmã, que era assistente da Madre Superiora, recebeu alguns folhetos, contendo narrativas sobre a vida do Servo de Deus Imperador Carlos da Áustria, com orações para sua beatificação. A Irmã Maria Zita foi, naturalmente, informada a respeito disso, mas não deu muita atenção, pois sentia pouca simpatia pela Dinastia dos Habsburgo. Sua imobilidade forçada e a iminente ausência de uma Irmã levaram-na a se sentir muito desassossegada, conforme disse às outras Irmãs. Então, mais uma vez, foi-lhe aconselhado para pedir a intercessão do Servo de Deus para uma resposta favorável de cura à sua enfermidade. No fundo, não tinha nenhuma intenção de seguir este conselho. Às nove horas daquela mesma noite, sua perna direita foi tratada como de costume e também lhe foi dado um sedativo para que pudesse dormir.
Apesar do sedativo, Irmã Maria Zita não conseguiu adormecer devido às fortíssimas dores que sentia. Então, veio-lhe a ideia de que, talvez, Deus quisesse que o Servo de Deus fosse glorificado e, assim, fez uma breve e tímida oração pedindo sua intercessão e prometeu iniciar, no dia seguinte, uma novena com a intenção de obter a graça da beatificação do Servo de Deus. Depois da oração, ela conseguiu facilmente dormir, pois a dor que a mantinha acordada tinha cessado. Durante a noite, acordou sem sentir nenhuma dor e voltou a dormir imediatamente.
Às cinco horas da manhã seguinte, acordou com o sino da comunidade e descobriu, para sua surpresa, que não estava sentindo mais nenhuma dor, que a bandagem, via de regra atada bem fortemente ao redor da ferida, tinha caído até o calcanhar e que a ferida estava completamente coberta com uma crosta seca. Teve condições de se levantar de imediato, ir à capela, ajoelhar-se num genuflexório e participar das práticas devocionais com as demais Irmãs. Desde então, ela pôde levar avante seu trabalho sem dores e sem impedimentos, e pouco tempo depois, a crosta que se formou em cima do inchaço, na parte inferior de sua perna, caiu por si mesma. A partir desta época, Irmã Maria Zita Gradowska não teve mais nenhum problema com sua circulação venosa ou inchaços nas pernas por toda a sua vida, pois foram curados como descrevemos acima.

Aos 20 de dezembro de 2003, o Santo Padre assinou um decreto proclamando a miraculosa cura de Irmã Maria Zita Gradowska.

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