Santa Rosa
Venerini é outro exemplo de discípula fiel de Cristo, pronta a
abandonar tudo para cumprir a vontade de Deus. Gostava de repetir: "estou presa a tal ponto na vontade
divina, que não me importa nem morte, nem vida: desejo viver o que Ele quer, e
desejo servi-lo em tudo o que lhe apraz, e nada mais". Deste seu
abandono a Deus brotava a atividade clarividente que desempenhava com coragem a
favor da elevação espiritual e da autêntica emancipação das jovens mulheres do seu
tempo. Santa Rosa não se contentava em dar às jovens uma adequada instrução,
mas preocupava-se em lhes garantir uma formação completa, com sólidas
referências ao ensinamento doutrinal da Igreja. O seu mesmo estilo apostólico
continua a caracterizar ainda hoje a vida da Congregação das Mestras Pias
Venerini, por ela fundada. E como é atual e importante também para a sociedade
de hoje o serviço que elas desempenham no campo da escola e sobretudo da
formação da mulher!
Papa Bento
XVI – Homilia de Canonização – 15 de outubro de 2006
Rosa nasceu em Viterbo, na Itália, no ano de 1656
de uma família muito religiosa e recebeu dos seus pais uma boa formação cristã
e uma boa educação.
Desde quando era criança, fez o voto de se tornar monja,
mas durante a sua juventude ficou profundamente impressionada com a pobreza e a
ignorância das jovens do povo e assim começou a pensar que talvez fosse melhor
realizar algo em prol delas, do que viver em um convento.
Começou a convidar a vir a casa as jovens e as
mulheres do seu bairro, para rezarem juntas o rosário, dando-se logo conta que
nenhuma delas sabia orar.
Começou a dirigir-lhes algumas perguntas do
catecismo e todas elas ficaram emudecidas de surpresa. Rosa compreendeu que a
mulher do seu tempo era escrava da ignorância e da pobreza, destinada aos
trabalhos mais pesados, e que ninguém se preocupava com o seu bem-estar. Então,
rezou muito para compreender a vontade de Deus e, com duas amigas, decidiu
abrir uma escola para as crianças pobres. Corria então mês de agosto de 1685. A
cada dia, pelas ruelas de Viterbo passava uma criança tocando um sino e
chamando todas as jovens e crianças da cidade. As lições começavam com a
oração, seguida da catequese, dos trabalhos manuais femininos e das lições para
aprenderem a ler e a escrever bem. Em pouco tempo, a escola de Rosa mudou de
fisionomia e ela recebeu pedidos para fundar outras escolas, pedidos estes
formulados por bispos e cardeais. As professoras não eram religiosas, mas
viviam como tais, sendo assim chamadas Mestras Pias, e em Roma até mesmo
denominadas Mestras Santas.
No ano de 1713 Rosa abriu uma escola em Roma, e o
Papa Clemente XI fez-lhe a honra de uma visita. O Papa ficou uma manhã inteira
na escola, juntamente com oito cardeais, ouvindo a lição de catecismo e
interrogando as alunas. No final, chamou Rosa e as suas companheiras,
agradeceu-lhes o precioso trabalho, conferiu-lhes uma medalha de prata e
disse-lhes: «Desejo que estas escolas se
propaguem em todas as nossas cidades». Em pouco tempo, abriram-se escolas
em todas as regiões.
Rosa sabia que a mulher é portadora de um projeto
de amor, mas se o seu coração é escravo do medo, da ignorância e do pecado,
este projeto nunca se pode tornar visível. É por isso que o seu carisma, hoje
em dia, é enunciado com os seguintes termos: educar para libertar.
No dia 15 de outubro de 2006, Sua Santidade Bento
XVI proclamou-a Santa. O milagre que a levou aos altares teve lugar em Ebolowa,
nos Camarões: Serge, uma criança do
leprosário de ‘Ngalan, foi curada milagrosamente por intercessão de Santa Rosa,
a Santa que sempre amou os pequeninos, dedicando-lhes a sua vida e continuando
a protegê-los.
Nenhum comentário:
Postar um comentário