terça-feira, 17 de maio de 2016

Santa Julia Salzano


Na segunda metade do século XIX na Campânia, no sul da Itália, o Senhor chamou uma jovem professora da escola primária, Giulia Salzano, e fez dela uma apóstola da educação cristã, fundadora da Congregação das Irmãs Catequistas do Sagrado Coração de Jesus. Madre Giulia compreendeu bem a importância da catequese na Igreja e, unindo a preparação pedagógica ao fervor espiritual, a ela se dedicou com generosidade e inteligência, contribuindo para a formação de pessoas de todas as idades e condições sociais. Repetia às suas irmãs de hábito que desejava fazer catecismo até à última hora da sua vida, demonstrando ela mesma que, se «Deus nos criou para O conhecer, amar e servir nesta vida», nada se deveria antepor a esta tarefa. O exemplo e a intercessão de Santa Giulia Salzano sustentem a Igreja na sua perene missão de anunciar Cristo e de formar consciências cristãs autênticas.
Papa Bento XVI – Homilia de Canonização – 17 de outubro de 2010

"Ensinarei sempre o catecismo, até o meu último sopro de vida. E vos asseguro que morreria contentíssima lecionando o catecismo"  foi o lema de Julia Salzano, uma vida toda dedicada à catequese.

Julia Salzano nasceu em Santa Maria Capua Vetere (Caserta), dia 13 de outubro de 1846, filha de Diego Salzano  e de Adelaide Valentino. Aos quatro anos ficou órfã de pai e como sua mãe não sabia como manter a família, Julia foi confiada às Irmãs da Caridade no Orfanato Real de São Nicolau La Strada, onde permaneceu até os quinze anos de idade.
Diplomada professora, recebeu o encargo de ensinar na Escola Municipal de Casoria, na província de Nápoles, para onde se transferiu toda a família.

Em Casoria, Julia não se limita a exercer a função de professora, encontra tempo para visitar os doentes e ajudar os pobres, mas, sobretudo, começa a preparar as crianças para a Primeira Comunhão.

“Dona Julieta”, como é chamada em sinal de deferência, manifestou um notável interesse pelo catecismo para educar na fé as crianças, os jovens e os adultos, cultivando, ao mesmo tempo, a devoção à Virgem Maria. Para tanto abriu sua casa não apenas para seus alunos, mas também para todas as crianças da região, organizando cursos de catecismo para os jovens, as mães e os operários, guiando os fieis na oração.
Abriu uma oficina para confecção de paramentos para as igrejas pobres, promovia a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, junto com a Beata Catarina Volpicelli, difundia a recitação do Rosário e a prática do mês de maio.

Um outro Beato, Ludovico de Casória, lhe predisse quase profeticamente: “Cuida de não cair na tentação de abandonar as crianças da nossa querida Casória, porque a vontade de Deus é que vivas e morras entre elas”. E assim foi.

Aos 50 anos, sente que é necessário dar continuidade à sua obra de catequese. Já tinha em torno de si algumas ex-alunas e outras jovens que se deixavam atrair por sua influência e com elas fundou, em 1894, a Obra de Catequese, que dez anos depois se tornaria uma congregação, com o nome de Irmãs Catequistas do Sagrado Coração.

 Julia as instruía e preparava repetindo: "Em qualquer hora a irmã catequista deve sentir-se disposta a instruir os pequeninos e os ignorantes; não deve medir os sacrifícios requeridos por este ministério, antes deveria desejar morrer no cumprimento do próprio dever, se assim fosse do agrado de Deus". Ela as precedia com o exemplo, dedicando-se completamente à catequese, apesar dos trabalhos para dirigir o Instituto.
 Em 16 de maio de 1929, na idade de 83 anos, examinou mais de cem crianças que deveriam ser admitidas à Primeira Comunhão. Na madrugada seguinte, entregou sua alma a Deus, fiel ao propósito de “ensinar o catecismo até o último sopro de vida”.

Esta figura única de fundadora devotada à catequese foi proclamada beata em 23 de abril de 2002, e canonizada em Roma por Bento XVI em 17 de outubro de 2010.

A sua Congregação se expandiu não somente pelas cidades italianas, como também pela Europa, Canadá, Brasil, Filipinas, Peru e Índia.


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