Efetivamente, será do alto da
Cruz que Jesus revelará ao mundo o amor ilimitado de Deus pela humanidade
necessitada de salvação. Atraída irresistivelmente por este amor, Ana Rosa Gattorno transformou a sua vida numa contínua
imolação pela conversão dos pecadores e a santificação de todos os homens. Ser "porta-voz de Jesus", para
fazer a mensagem do amor salvífico chegar a todos os lugares: eis o anseio mais
profundo do seu coração!
Totalmente
consagrada à Providência e animada por um destemido impulso de caridade, a
Beata Ana Rosa Gattorno teve um único propósito, aquele de servir a Jesus nos
membros dolorosos e feridos do próximo, com sensibilidade e atenção materna a
todas as misérias humanas.
O
singular testemunho de caridade, deixado pela nova Beata, ainda hoje constitui
um encorajamento estimulante para quantos na Igreja estão comprometidos em
transmitir, de maneira mais específica, o anúncio do amor de Deus que cura as
feridas de cada coração e oferece a todos a plenitude da vida imortal.
Papa João Paulo II –
Homilia de Beatificação – 09 de abril de 2000
Ana Rosa Gattorno, religiosa, fundadora do
Instituto das Filhas de Santa Ana, nasceu em Genova (Itália), no dia 14 de
Outubro de 1831. Em 1852, com a idade de 21 anos, contraiu matrimonio com Jerônimo
Custo e transferiu-se para Marselha (França). Uma imprevista crise financeira
perturbou a felicidade da nova família, obrigada a retornar a Genova. A sua
primeira filha, Carlota, afetada de repentina enfermidade, ficou surda-muda
para sempre; e apesar da alegria de outros dois filhos, ela foi novamente
abalada com o falecimento do esposo, após seis anos de matrimonio, e com a
morte do seu último filho.
Estes
acontecimentos marcaram a sua vida e levaram-na a uma mudança radical, a que
ela chamara "a sua conversão", isto é, à entrega total ao Senhor.
Orientada pelo seu confessor, emitiu de forma privada os votos perpétuos de
castidade e obediência, precisamente na festa da Imaculada: 8 de Dezembro
de 1858, e depois, como terciária franciscana, professou também o voto de
pobreza. Viveu intimamente unida a Cristo, recebendo a Comunhão todos os dias,
privilégio que naquele tempo era pouco comum. Em 1862 recebeu o dom dos
estigmas ocultos, percebidos mais intensamente nas sextas-feiras.
Num clima de intensa oração, diante do Crucifixo,
recebeu a inspiração de fundar uma Congregação religiosa: "Filhas de Santa Ana, Mãe de Maria
Imaculada". Depois de a ter escutado durante longo tempo, o Papa Pio
IX confirmou-a na sua missão de Fundadora. Vestiu o hábito religioso no dia 26
de Julho de 1867 e a 8 de Abril de 1870 emitiu a profissão, com outras doze
religiosas.
Com esta
fundação, realizou muitas obras de atendimento aos pobres e doentes, às pessoas
sozinhas, anciãs e abandonadas; cuidou da assistência às crianças e às jovens,
proporcionando-lhes uma instrução religiosa e adequada, a fim de as inserir no
mundo do trabalho. Assim, foram abertas muitas escolas para a
juventude pobre e a promoção humano-evangélica, segundo as necessidades mais
urgentes da época.
Sofreu inúmeras provas, humilhações, dificuldades e
tribulações de todo o gênero, mas sempre confiou em Deus e, cada vez mais,
atraía outras jovens para o seu apostolado. Assim, a Congregação difundiu-se
rapidamente na Itália, Bolívia, Brasil, Chile, Peru, Eritreia, França e
Espanha. Ana Rosa faleceu no dia 6 de Maio de 1900.
Madre Rosa escrevia: “Devem se empenhar para o incremento da Santa Fé”. “Pela obra do
Senhor se deve andar sem descanso...” “Quantos existem que não Te conhecem e
aqueles que Te conheceram, fogem de Ti por não te terem visto. Eu queria correr
em todos os lugares e gritar forte que todos venham a amar-te”.
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