Reflexo
fiel da misericórdia de Deus é o sacerdote Luís Talamoni. O mais ilustre dos seus alunos no Seminário Liceal di
Monza, Achille Ratti, depois Papa Pio XI, definiu-o "pela santidade de
vida, luz de ciência, grandeza de coração, perícia de magistério, ardor de
apostolado e pelas benemerências cívicas a honra de
Monza, pedra preciosa do
clero ambrosiano, pai e guia de
almas sem número". O novo Beato foi assíduo no ministério do
confessionário e no serviço aos pobres, nos cárceres e especialmente aos
doentes indigentes. Que fúlgido exemplo é ele para todos! Exorto a olhar para
ele sobretudo os sacerdotes e a Congregação das Irmãs Misericordinas.
Papa
João Paulo II – Homilia de beatificação – 21 de março de 2004
Padre
Luís ensinou no Colégio São Carlos de Milão, de 1875 até sua morte, no
Seminário de bacharelado de Monza. Seus alunos, entre os quais o futuro Papa
Pio XI, o viam como um grande mestre, exemplo de ativa vida sacerdotal.
Sua
frequente pregação foi sempre frutuosa, porque em seu coração teve muito amor
por Deus e pelos homens. Na catedral de
Monza confessou por muito tempo, cada dia, por 50 anos; foi um verdadeiro
“mártir” do confessionário. Sempre acolheu com admirável paciência às
pessoas aflitas que pediam conselho e consolo; suas bênçãos obtiveram graças do
Senhor.
Quis
muito bem aos enfermos, especialmente aos mais necessitados espiritualmente.
Sua caridade era imensa: era tudo para todos.
A opinião pública sempre o considerou
como o melhor dos cidadãos de Monza.
Nascido
em Monza (Itália), a 3 de Outubro de 1848, segundo dos seis filhos de uma
família modesta mas com sólidos valores cristãos que transmitiram aos seus
filhos. Em casa recitava-se o rosário todos os dias e o pai participava
diariamente na Missa, levando consigo o pequeno Luís, que vendo-o servir no
altar, sentia crescer o desejo de servir Deus e os irmãos no ministério sacerdotal. Fez os estudos
primários e a Primeira Comunhão e a Crisma (1 de Julho de 1861), no Oratório de
Monza.
Dessa
maneira, Luís entrou em contato com as experiências mais entusiasmantes da
pastoral juvenil daquele tempo. De fato, naqueles anos, na Diocese de Milão
assistia-se a um incremento de Oratórios, lugares onde os rapazes se
encontravam diariamente para experimentar uma vida fraterna e empenhativa, de
formação humana e cristã, de alegria e de espiritualidade, onde ele amadureceu
a própria vocação para o sacerdócio e para o compromisso, como Membro da
Comissão Católica de Monza, na defesa do melhoramento das condições sociais e
dos mais desfavorecidos.
O
Oratório de Carrobiolo tornou-se naquele tempo (1859) um Seminário para os
pobres: quem manifestasse o desejo de se tornar sacerdote (não só
diocesano), e não possuísse os meios econômicos para realizar essa chamada,
encontrava lá a possibilidade de estudar, de conduzir uma experiência fraterna
com uma possibilidade de empenho pastoral.
Luís
Talamoni viveu em Carrobiolo até 1865, quando ingressou no Seminário Teológico
Diocesano de Milão. Enfrentando enormes dificuldades, concluiu os seus estudos
teológicos e iniciou aqueles para os quais era destinado: Letras e
Filosofia na Academia Científico-Literária, onde soube conquistar a confiança e
a estima também dos professores anticlericais, que dominavam na Academia.
No dia 4 de Março de 1871, Luís Talamoni
foi ordenado Sacerdote. Momento de grande alegria, mas também de
tristeza: na noite do mesmo dia, o seu pai foi atingido por uma paralisia
que o afligiu por mais de quinze anos.
O
Padre Luís foi enviado para o Colégio São Carlos de Milão como professor, onde
teve como aluno (1874-1875) também Achille Ratti, o futuro papa Pio XI.
Fundou,
juntamente com Maria Biffi Levati e Rosa Gerson, a Congregação das Irmãs
Misericordinas, em Monza, no dia 25 de Março de 1891.
Faleceu,
depois de uma breve enfermidade, a 31 de Janeiro de 1926.
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