“Apareceu em seguida um grande sinal no céu: uma Mulher
revestida do sol, a lua debaixo dos seus pés e na cabeça uma coroa de doze
estrelas. Estava
grávida e gritava de dores, sentindo as angústias de dar à luz.
Depois apareceu outro sinal no céu:
um grande Dragão vermelho, com sete cabeças e dez chifres, e nas cabeças sete
coroas. Varria
com sua cauda uma terça parte das estrelas do céu, e as atirou à terra. Esse
Dragão deteve-se diante da Mulher que estava para dar à luz, a fim de que,
quando ela desse à luz, lhe devorasse o filho. Ela deu à luz um Filho, um menino, aquele
que deve reger todas as nações pagãs com cetro de ferro. Mas seu Filho foi
arrebatado para junto de Deus e do seu trono. A Mulher fugiu então para o deserto, onde
Deus lhe tinha preparado um retiro para aí ser sustentada por mil duzentos e
sessenta dias. Houve
uma batalha no céu. Miguel e seus anjos tiveram de combater o Dragão. O Dragão
e seus anjos travaram combate, mas não prevaleceram. E já não houve lugar no céu para
eles.” Ap 12,1-8
A Liturgia põe-nos diante do
brilhante ícone da Assunção da Virgem ao céu, na integridade da alma e do
corpo. No esplendor da glória celeste brilha Aquela que, em virtude da sua
humildade, se fez grande diante do Altíssimo, a ponto de todas as gerações a
chamarem bem-aventurada (Lc 1, 48). Agora senta-se como Rainha ao
lado do Filho, na eterna bem-aventurança do paraíso e do Alto olha para os seus
filhos.
Com esta consoladora
certeza, dirigimo-nos a Ela e invocamo-la para aqueles que
são os seus filhos: para a Igreja e para toda a humanidade, a fim de que todos,
imitando-a no fiel seguimento de Cristo, possam alcançar a pátria definitiva do
céu.
Primeira entre os remidos
pelo sacrifício pascal de Cristo, hoje Maria resplandece como Rainha de todos
nós, peregrinos rumo à vida imortal.
N'Ela, que foi elevada ao
céu, é-nos manifestado o eterno destino que nos aguarda para além do mistério
da morte: destino de felicidade total, na glória divina. Esta perspectiva
sobrenatural sustém a nossa peregrinação quotidiana. Maria é a nossa Mestra de
vida. Olhando para Ela, compreendemos melhor o valor relativo das grandezas
terrenas e o pleno sentido da nossa vocação cristã.
Desde o nascimento até à
gloriosa Assunção, a sua existência desenrolou-se ao longo do itinerário da fé,
da esperança e da caridade. São estas as virtudes, florescidas em um coração
humilde e abandonado à vontade de Deus, que adornam a sua preciosa e incorruptível
coroa de Rainha. São estas as virtudes que o Senhor pede a cada fiel, para o
admitir na glória da Sua própria Mãe.
O texto do Apocalipse fala
do enorme dragão vermelho que representa a perene tentação que se apresenta ao
homem: preferir o mal ao bem, a morte à vida, o prazer fácil do desempenho à
exigente mas saciante via de santidade para a qual cada homem foi criado. Na
luta contra «o grande Dragão... a antiga Serpente, o Diabo ou Satanás, como lhe
chamam, o sedutor do mundo inteiro», aparece o grandioso sinal da Virgem
vitoriosa, Rainha de glória, sentada à direita do Senhor.
E nesta luta espiritual, a
sua ajuda à Igreja é determinante para alcançar a vitória definitiva contra o
mal.
Papa João Paulo II
Oração
À
vossa proteção recorremos, santa Mãe de Deus; não desprezeis as súplicas dos
que se encontram em provação, mas livrai-nos de todo o perigo, ó Virgem
gloriosa e bendita.
(oração
composta no Egito – séc III – Primeira invocação mariana conhecida)
Maria,
mulher vitoriosa contra o mal, rogai por nós!
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