sexta-feira, 3 de agosto de 2018

03 de agosto - Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família! Mt 13,57


A narração evangélica de hoje leva-nos mais uma vez à sinagoga de Nazaré, o povoado da Galileia onde Jesus cresceu em família e é conhecido por todos. Ele, que tinha partido há pouco tempo para dar início à sua vida pública, agora retorna pela primeira vez e apresenta-se à comunidade congregada na sinagoga no dia de sábado.

Os concidadãos de Jesus, primeiro surpreendidos e admirados, depois começam a fazer caretas, a murmurar entre si e a dizer: por que motivo Ele, que tenciona ser o Consagrado do Senhor, não repete aqui na sua aldeia os prodígios que se afirma ter realizado em Cafarnaum e nos povoados dos arredores? Então, Jesus diz: Nenhum profeta é bem aceite na sua pátria, apelando-se aos grandes profetas do passado, Elias e Eliseu, que realizam milagres em benefício dos pagãos, para denunciar a incredulidade do seu povo.

Este trecho não é simplesmente a narração de um desacordo entre concidadãos, como às vezes acontece inclusive nos nossos bairros, suscitado por invejas e por ciúmes, mas põe em evidência uma tentação à qual o homem religioso está sempre exposto — todos nós estamos expostos — e da qual é necessário distanciar-se com decisão. E qual é esta tentação? É a tentação de considerar a religião como um investimento humano e, por conseguinte, pôr-se a negociar com Deus, procurando o próprio interesse. Ao contrário, na religião autêntica, trata-se de aceitar a revelação de um Deus que é Pai e que cuida de todas as suas criaturas, até da mais pequenina e insignificante aos olhos dos homens. Precisamente nisto consiste o ministério profético de Jesus: no anúncio de que nenhuma condição humana pode ser motivo de exclusão — nenhuma condição humana pode ser motivo de exclusão! do Coração do Pai, e que o único privilégio aos olhos de Deus consiste em não ter privilégios. O único privilégio aos olhos de Deus consiste em não ter privilégios, em não ter padrinhos, em abandonar-se nas suas mãos.

Voltemos à sinagoga. Certamente naquele dia, na sinagoga de Nazaré estava presente também Maria, a Mãe. Podemos imaginar as ressonâncias do seu Coração, uma pequena antecipação daquilo que Ele viria a padecer aos pés da Cruz, vendo Jesus ali na sinagoga, primeiro admirado e depois desafiado, insultado e ameaçado de morte. No seu Coração, cheio de fé, Ela conservava tudo isto. Que Ela nos ajude a converter-nos de um deus dos milagres para o milagre de Deus, que é Jesus Cristo.

Papa Francisco – 31 de janeiro de 2016

Hoje celebramos:


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