quinta-feira, 16 de agosto de 2018

16 de agosto - Santo Estêvão da Hungria


Santo Estêvão da Hungria é venerado como o padroeiro da Hungria, e considerado como o protetor dos reis, pedreiros, escultores e também de crianças que sofrem de doenças graves.

No final do primeiro milênio, a Europa foi invadida pelos bárbaros nômades vindos da Ásia, que acabaram dominados pelos reis da Alemanha e da França. As tribos magiares, como eram chamadas, instalaram-se na região da Panônia, atual Hungria, e lá conheceram o cristianismo. A partir desse contato, aos poucos foram se convertendo e abraçaram a religião católica.
O duque Gesa, casando com uma princesa cristã, permitiu que os filhos fossem educados no seguimento de Cristo. O seu primogênito, Vaik, que nascera em 969, ao completar dez de idade, foi batizado e recebeu o nome Estêvão. Na cerimônia, o futuro herdeiro do trono teve a felicidade de ver seu pai, convertido, recebendo o mesmo sacramento.

Mas o velho rei morreu sem conseguir o que mais desejava, unir seu povo numa única nação cristã. Esse mérito ficou para seu filho Estêvão I, que passou para a história da humanidade como um excelente estadista, pois unificou as trinta e nove tribos, até então hostis entre si, fundando o povo húngaro. Ele também consolidou o cristianismo como única religião deste povo e ingressou para o elenco dos “reis apostólicos”.
Casou-se com a piedosa e culta princesa Gisela, irmã do imperador da Baviera, Henrique II, agora todos venerados pela Igreja. Tendo como orientador espiritual e conselheiro o bispo de Praga, Adalberto, confiou aos monges beneditinos de Cluny a missão de ensinar ao povo a doutrina cristã.

Depois, conseguiu do papa Silvestre II a fundação de uma hierarquia autônoma para a Igreja húngara. Para tanto, enviou a Roma o monge Astric, que o papa consagrou bispo com a função de consagrar outros bispos húngaros.

Com o auxílio da rainha Gisela, Estêvão I fundou muitos mosteiros e espalhou inúmeras igrejas pelas dioceses que foram surgindo. Caridoso e generoso, fundou hospitais, asilos e creches para a população pobre, atendendo, especialmente, os abandonados e marginalizados. Humilde, fazia questão de tratar pessoalmente dos doentes, tendo adquirido o dom da cura. Corajoso e diplomático, soube consolidar as relações com os países vizinhos, mesmo mantendo vínculos com o imperador de Bizâncio, adquirindo também o dom da sabedoria. Assim, transformou a nação próspera e o povo húngaro num dos mais fervorosos seguidores da Igreja Católica.

Os últimos anos de sua vida foram perturbados por infelicidades domésticas e dificuldades internas. Seu filho e sucessor, Santo Emerico, a quem Estevão tratava já de entregar parte do governo, morreu inesperadamente em 1031.  
As crônicas referem que, ao ter notícia desta tragédia, o santo rei exclamou: "Deus o amava muito, e por isto o levou consigo".

No dia da Assunção de Maria, em 15 de agosto de 1038, o rei Estêvão I morreu. Logo passou a ser venerado pelo povo húngaro, que fez do seu túmulo local de intensa peregrinação de fiéis, que iam agradecer ou pedir sua intercessão para graças e milagres. A fama de sua santidade ganhou força no mundo cristão, sendo incluído no livro dos santos, em 1083, pelo papa Gregório VII. A festa de santo Estêvão da Hungria, após a reforma do calendário da Igreja de Roma, passou as ser celebrada no dia 16 de agosto, um dia após a sua morte.

Em uma certa ocasião, Santo Estevão deu os seguintes conselhos ao seu filho para que ele possa governar com santidade.
Conservar a fé
“Em primeiro lugar, te peço, aconselho e te recomendo, amadíssimo filho, se desejas honrar a coroa real, que conserve a fé católica e apostólica com tal diligência de maneira que esta sirva de exemplo a todos os súditos que Deus te deu, e que todos os homens eclesiásticos possam com razão te chamar homem de autêntica vida cristã, sem a qual com certeza não mereceria ser chamado de cristão ou de filho da Igreja”.

O dom da vigilância e proteção
“No palácio real, depois da fé, ocupa o segundo lugar a Igreja, fundada primeiro por Cristo, nossa cabeça, transplantada logo e firmemente edificada por seus membros, os apóstolos e os Santos padres da Igreja, e difundida pelo mundo todo. E, embora sucessivamente engendre novos filhos, em certos lugares já é considerada como antiga”.
“Em nosso reino, amadíssimo filho, deve considerar-se ainda jovem e recente, e, por isso, necessita uma especial vigilância e proteção; que este dom, que a divina clemência nos concedeu sem merecê-lo, não seja destruído ou aniquilado por seu descuido, preguiça ou por sua negligência”.

O mesmo trato com todos
“Meu filho amadíssimo, ternura do meu coração, esperança de uma descendência futura, te rogo e imploro que sempre e em qualquer ocasião, baseado nos seus bons sentimentos, seja benigno não só com os homens de linhagem ou com os chefes, os ricos e os do país, mas também com os estrangeiros e com todos os que te procurem. Porque o fruto desta benignidade será o motivo de maior felicidade para ti”.

Compassivo e misericordioso
“Sejais compassivo com todos aqueles que sofrem injustamente, recordando sempre no fundo do coração aquele ensinamento do Senhor: misericórdia quero, não sacrifícios. Sejais paciente com todos, com os capitalistas e com os que não o são”.

Forte e honesto
“Sejais, finalmente, forte; que não vos ensoberbeça a prosperidade nem te desanime a adversidade. Sejais também humilde, para que Deus vos elogie, agora e no futuro. Sejais moderados, e não vos exceda no castigo ou a condenação. Sejais mansos, sem ir contra a justiça. Sejais honestos, de maneira que nunca seja para ninguém, voluntariamente, motivo de vergonha. Deveis ser pudico, evitando a pestilência da obscenidade como um aguilhão de morte”.

“Todas estas coisas que te indiquei brevemente são as quais compõem a coroa real; sem elas ninguém é capaz de reinar neste mundo nem de chegar ao reino eterno”.



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