domingo, 19 de agosto de 2018

19 de agosto - Beata Elvira da Natividade de Nossa Senhora e oito Companheiras


A comunidade da escola de Cullerà (Valença) e da Casa de Misericórdia daquela cidade estava preparada há tempo para a eventualidade do martírio. Madre Elvira da Natividade de Nossa Senhora, a superiora e as outras irmãs eram religiosas de grande estatura espiritual.

As nove Carmelitas da Caridade foram levadas da casa-escola da Imaculada Conceição da cidadezinha marítima de Cullerà, onde residiam, no dia 15 de agosto de 1936, e conduzidas como prisioneiras. Três dias depois, no amanhecer do dia 19 de agosto de 1936, foram fuziladas pelos membros do revolucionários comunistas, nas proximidades da salina.

Madre Elvira da Natividade de Nossa Senhora (Elvira Torrentallé Paraire), superiora da comunidade, nasceu em Balsareny Paraire Torrentallé (Barcelona) em 19 de junho de 1889. Em 1906 entrou no noviciado de Vic (Barcelona) em 1908 foi designada para a casa de Cullerà, onde ela fez sua profissão perpétua e foi designada para a Escola Sagrado Coração em Valença. Em janeiro de 1933 retornou ao seu primeiro destino, Cullerà, mas desta vez como Superiora da comunidade. Piedosa, modesta e dedicada, um de seus grandes amores era a Eucaristia.

Em 1936, apesar das pressões da família para ir com eles, ela não deixou a comunidade. No caminho ao local do martírio encorajava as outras irmãs. Escolheu morrer por último; cantando o popular hino eucarístico Cantemos ao Amor dos amores, que entoou até o último suspiro, faleceu nas primeiras horas de 19 de agosto de 1936. A característica fundamental da sua espiritualidade era uma caridade sem limites, o amor de Deus se manifesta no amor aos irmãos.

Madre Elvira e suas oito companheiras foram beatificadas, juntamente com outros 232 mártires, pelo Papa João Paulo II em 11 de março de 2001. Suas companheiras são:

Maria de Nossa Senhora da Providência (Milagre Calaf)
Nasceu em Bonastre (Tarragona) em 18 de dezembro de 1871. Muito boa de caráter, possuía a têmpera dos fortes. Quando seu irmão foi procurá-la para pô-la a salvo junto à família, disse: “O que acontecer com uma, acontecerá com todas nós”.

Francisca de Santa Teresa (Amezúa Ibaibarriaga)
Nasceu em Abadiano (Biscaia) em 9 de março de 1881. Uma verdadeira ba­sca, de família solidamente cristã, herdou uma fé pura e forte. De caráter afável e alegre, repetia: “A minha cozinha é um pedacinho do Céu, muito melhor que todos os palácios do mundo”. Acompanhou todos os momentos até o martírio com um espírito de alegria sobrenatural que causou a admiração de todos. Indo para o local do martírio repetia com fervor: “Sagrado Coração de Jesus! Nove mártires!”

Maria do Santíssimo Sacramento (Giner Amparo Lister)
Nascida em Grão Valença em 13 de dezembro de 1877. Ativa, entusiasta, trabalhadeira, dava tudo de si no serviço dos outros. En­trou no noviciado de Vic em 2 de julho de 1902. Reconhecendo um de seus assassinos, lhe disse com serenidade: “Tu me dás a melhor coisa, me dás o Céu!”

Teresa da Mãe do Divino Pastor (Chambò y Pallets)
Natural de Valença, onde nasceu em 5 de fevereiro de 1881. Entrou no noviciado de Vic em 1900. Depois de ter feito os primeiros votos religiosos foi destinada a Manresa, depois a Denia e Oliva. Sempre modesta e silenciosa, sentia uma grande atração pelo recolhi­mento e pela oração. Nos seus restos mortais foi encontrado o anel da sua profissão religiosa, símbolo de sua fidelidade eterna ao seu esposo Jesus Cristo.

Ágata de Nossa Senhora das Virtudes (Hernandez Amorós)
Original de Villena (Alicante), onde nascera no dia 5 de janeiro de 1893, entrou no noviciado de Vic em 1918. Cozinheira das alunas, era atenciosa e serviçal com todos. Quando a fúria da perseguição estourou sua família lhe ofereceu um refúgio seguro, mas ela não quis deixar a casa religiosa.

Maria das Dores de São Francisco Xavier (Vidal Cervera)
Nasceu no dia 31 de janeiro de 1895 em Valença del Cid. Tornando-se religiosa entre as Carmelitas da Caridade, seu primeiro local de trabalho foi Zaragoza. As alunas mais velhas percebiam a riqueza de sua espiritualidade e admiravam sua prudência e compreensão, o que as levava a procurá-la para falar de seus problemas. As próprias alunas procuraram colocá-la a salvo, mas ela recusou a oferta, porque desejava compartilhar a sorte da sua comunidade.

Maria das Neves da Santíssima Trindade (Crespo Lopez)
Nasceu na Ciudad Rodrigo (Salamanca) em 17 de setembro de 1897, mas se transferiu depois com a família para Valença. Entrou no instituto religioso em 1922. Na educação das alunas do colégio de Cullerà se distinguia como excelente pedagoga. Entrava na vida das alunas com suavidade e eficácia. Enérgica e firme, respondeu a um miliciano que jamais se separaria da comunidade.

Rosa de Nossa Senhora do Bom Conselho (Pedret Rull)
Originária de Falset (Tarragona), onde nascera em 5 de dezembro de 1864, en­trou no instituto em 1886. Fez a profissão perpétua em 1881. Após o término da formação foi enviada a Cullerà, onde permaneceu por toda sua vida religiosa. Era a mais velha da comunidade. O responsável pelo comitê de fuzilamento, vendo-a tão idosa e doce, convidou-a a ir embora, mas ela respondeu: “Não, irei aonde for a superiora, ainda que seja para a morte!”. Sua bondade e sua simplicidade eram proverbiais. Ela conhecia todo mundo em Cullerà e se interessava por cada pessoa. Mostrava-se sempre silenciosa e recolhida, totalmente unida a Nosso Senhor Jesus Cristo.

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