Recordai-vos quem
foram os vossos mestres, pois deles podeis aprender a sabedoria que conduz à
salvação através da fé em Jesus Cristo. Durante muitos anos, inúmeros jovens em
toda a Austrália foram abençoados com mestres que inspiraram no corajoso e
santo exemplo de zelo, perseverança e oração de Madre Maria McKillop. Quando
era jovem, ela dedicou-se à educação dos pobres, no difícil e exigente campo
rural da Austrália, inspirando outras mulheres a agregarem-se a ela na primeira
Comunidade religiosa feminina nesse país. Ela atendia às necessidades de cada
pessoa que lhe era confiada, sem ter em consideração as condições ou a riqueza,
oferecendo-lhe uma formação intelectual e espiritual. Apesar dos numerosos
desafios, as suas preces a São José e a sua devoção inabalável ao Sagrado
Coração de Jesus, a Quem dedicou a sua nova congregação, infundiram nesta santa
mulher as graças necessárias para permanecer fiel a Deus e à Igreja. Através da
sua intercessão, que hoje os seus seguidores possam continuar a servir a Deus e
a Igreja com fé e humildade!
Papa
Bento XVI – Homilia de Canonização – 17 de outubro de 2010
É significativo que Madre Maria da Cruz (Maria Helena MacKillop) tenha dado à sua Congregação o nome de São José, uma pessoa que entregou todos o seu ser e sua vida à providência amorosa de Deus. José de Nazaré era um homem de confiança ilimitada. Só assim pôde viver o chamado singular que recebera de Deus, tornar-se esposo da Virgem Maria e guardião do Filho de Deus. Na história da Igreja, São José sempre foi um modelo especial de santidade. Sem dúvida, dando o nome de São José à sua Congregação, a Beata Maria MacKillop expressou uma qualidade de sua vida espiritual, qualidade que mais tarde se tornou um carisma para seus seguidores e para aqueles, como nós, que hoje aprendem com seu exemplo.
Papa
João Paulo II – Homilia de Beatificação – 19 de janeiro de 1995
Maria Helena
MacKillop, primeira santa da Austrália, nasceu em Fizroy, Melbourne (Austrália),
em 15 de janeiro de 1842. Foi batizada seis semanas depois. Seu pai, Alexandre
MacKillop, havia estudado em Roma para o sacerdócio, porém, na idade de 29,
justamente antes da ordenação, deixou os estudos e decidiu emigrar para a
Austrália. Chegou a Sidney em 1838. Sua mãe, Flora MacDonald, deixou a Escócia
e chegou a Melbourne em 1840.
Eles se casaram em
Melbourne e tiveram oito filhos. Destes, Donald se tornou sacerdote Jesuíta e
trabalhou entre os aborígines, Lexie se fez monja. Maria, a mais velha, foi
educada por seu pai e em escolas privadas. Ela recebeu sua Primeira Comunhão em
15 de agosto de 1850 com apenas 9 anos.
Em fevereiro de
1851, Alexandre MacKillop hipotecou suas terras e suas ferramentas de trabalho
e sustento para realizar uma viagem à Escócia, que durou uns 17 meses. Ele foi
um pai e marido amoroso, porém não tinha habilidade para o campo, por isso
nunca foi capaz de progredir. Durante muitas oportunidades a família teve que
sobreviver com pequenos ganhos obtidos pelas crianças.
Maria começou a
trabalhar com a idade de catorze anos como empregada em Melbourne e depois como
professora em Portland. Em 1860, para manter a sua necessitada
família, aceitou um trabalho como professora em Penola no sul da Austrália. Seu
trabalho consistia em cuidar e educar crianças.
Sempre que lhe era
possível ajudava os pobres, e começou a cuidar das crianças das outras fazendas
do Estado de Cameron, o que a levou entrar em contato com o Padre Julião
Tenison Woods, que era o pároco do território Sudeste desde sua ordenação
sacerdotal em 1857, e se tornou seu diretor espiritual.
Woods sempre se
preocupara com a educação e particularmente com a formação católica deficiente
no sul da Austrália. Quando ele iniciou sua escola, foi eleito Diretor de
Educação, e, junto com Maria, tornou-se o fundador da Congregação das
Irmãs de São José do Sagrado Coração de Jesus, para o ensino.
Maria Helena
lecionou por quatro anos em Portland no Estado de Vitória, onde abriu o seu
próprio internato Bayview House, e pode se reunir com sua família.
Em 1866, o Padre
Woods convidou Maria e suas irmãs, Ana e Lexie, a retornarem para Penola para
abrirem uma escola católica. Essa escola foi inaugurada em um estábulo,
adaptado pelos irmãos de Maria, e onde ela e as irmãs logo começaram a educar
mais de cinquenta crianças.
No ano seguinte,
abriu uma segunda escola em Adelaide e as atividades se estenderam a
assistência dos órfãos, dos pobres, dos velhos.
A Regra da
Congregação das Irmãs de São José do Sagrado Coração foi escrita pelo próprio
Padre Woods, e foi aprovada pelo Bispo Sheil, de Adelaide, em 1867. Maria
se tornou a primeira Irmã e Superiora da Congregação das Irmãs de São José, e
se mudou para o convento em Grote Street, Adelaide. No final daquele
ano outras dez Irmãs se uniram à Congregação.
Desentendimentos
sobre matérias educativas, vistos como desobediência pelo bispo de Adelaide,
Laurence Sheil, que apadrinhara a criação da congregação, levaram-no a
excomungar Irmã Maria, por insubordinação, em Setembro de 1871. Foram momentos
complicados: a maior parte das escolas fechou, as Irmãs de São José quase se
dissolveram.
Mas meses depois, em fevereiro do ano seguinte, a poucos dias de morrer, Sheil revogou a pena.
Em 1873, Madre
Maria viajou para Roma e se entrevistou com o Papa, a fim de obter aprovação
para o Instituto, o qual deu o beneplácito para sua obra. Ela então refez a
Regra original escrita pelo Padre Woods, que por isso se afastou da
Congregação. Visitou naquela ocasião a Inglaterra, a Escócia e a Irlanda, onde
recrutou novas Irmãs.
A partir de então
sua responsabilidade pela obra foi total, tendo que enfrentar duras lutas e
sacrifícios percorrendo longas distâncias para visitar, apoiar, ajudar as suas
Irmãs aonde quer que se encontrassem.
Em 1888, conseguiu
a aprovação de Leão XIII para a Congregação, com a disposição de haver uma
Superiora Geral em Sidney.
Dedicada à educação
das crianças pobres, foi a primeira Congregação religiosa fundada por australianos.
A Regra escrita pelo Padre Woods e por Madre Maria para as Irmãs enfatizava a
pobreza, uma dependência total à Divina Providência - não podiam ter
propriedades pessoais, confiando sempre que Deus proveria o
necessário - e as Irmãs deveriam ir aonde se fizessem necessárias.
A Madre Maria
MacKillop padeceu de reumatismo durante anos, porém faleceu de um derrame
cerebral no dia 8 de agosto de 1909 e foi enterrada no Cemitério Gore
Hill. Depois de seu enterro as pessoas começaram a pegar terra ao redor de
seu túmulo o que levou a que a exumassem e transferissem para a nova
Capela em Mount Street, Sidney, em 27 de janeiro de 1914.
Quando morreu, em
Agosto de 1909, a congregação contava com 750 religiosas e tinha 117 escolas e
centros de acolhimento para pobres. A sua ação contribuiu para a difusão do
catolicismo na Austrália e Nova Zelândia. As Irmãs de São José do Sagrado
Coração, respeitadas pelo seu trabalho com crianças necessitadas, ex-reclusas,
idosos, sem-abrigo, aborígenes, novos imigrantes ou prostitutas, estão hoje
também no Uganda, Peru, Brasil e Tailândia.
Madre Mary foi Beatificada por João Paulo II em 19 de janeiro de 1995. Em 19 de dezembro de 2009, Bento XVI autorizou a promulgação do decreto que reconheceu um milagre atribuído à intercessão da Beata Maria da Cruz. O milagre para sua canonização foi a cura de uma mulher que sofria de um grande câncer que os médicos atestaram que não tinha cura nem tratamento algum. Deram a ela poucas semanas de vida, no máximo alguns meses. Sua família, seus amigos e as irmãs de São José oraram pedindo a intercessão da beata Mary MacKillop para sua rápida recuperação. Passaram-se dois anos e ela está viva, bem e conforme as mais estritas provas de evidência médica, livre do câncer.
A canonização da primeira Santa australiana se realizou em 17 de outubro de 2010.
POR ACASO VI A REPORTAGEM DA IRMÃ MARIA DA CRUZ. FIQUEI DESLUMBRADA POR SUA CORAGEM E DETERMINAÇÃO. COLOQUEI EM MEU ALTAR E A TENHO COMO MINHA INTERCESSORA.
ResponderExcluirAmei
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