terça-feira, 26 de maio de 2020

26 de maio - Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o teu Filho te glorifique a ti. Jo 17,1


Na liturgia de hoje concentramos a nossa atenção sobre a oração que Jesus dirige ao Pai na Hora da sua elevação e da sua glorificação. A tradição cristã chama-lhe, a oração “sacerdotal” de Jesus. Ela é, de fato, a oração de nosso Sumo Sacerdote, inseparável do seu sacrifício, da sua “passagem” deste mundo para o Pai, em que é inteiramente “consagrado” ao Pai.

Esta oração de Jesus é compreensível na sua riqueza extrema, sobretudo se a inserirmos no cenário da festa judaica da expiação, cuja finalidade é restituir ao povo de Israel, após as transgressões de um ano, a consciência da reconciliação com Deus, a consciência de ser povo eleito, povo santo no meio dos outros povos. A oração de Jesus, retoma a estrutura desta festa. Nessa noite, Jesus dirige-se ao Pai no momento em que se oferece a Si mesmo. Sacerdote e vítima, Ele ora por Si próprio, pelos apóstolos e por todos aqueles que acreditam nele, pela Igreja de todos os tempos.

A oração que Jesus recita por Si mesmo é o pedido da sua glorificação, da própria elevação na sua Hora. Na realidade, é mais do que um pedido é a declaração de plena disponibilidade a entrar, livre e generosamente, no desígnio de Deus Pai que se cumpre no ser entregue e na morte e ressurreição. Esta Hora começou com a traição de Judas e culminará com a elevação de Jesus ressuscitado para o Pai. Não é por acaso que Ele começa a prece sacerdotal, dizendo: Pai, chegou a hora: glorifica o teu Filho, para que o Filho te glorifique. A glorificação que Jesus pede para Si mesmo, como Sumo Sacerdote, é o ingresso na obediência mais plena ao Pai, uma obediência que o leva à sua condição filial mais completa: E agora, Pai, glorifica-me diante de ti com aquela glória que Eu tinha em Ti antes da criação do mundo. Esta disponibilidade e este pedido são o primeiro ato do novo sacerdócio de Jesus, que é um doar-se totalmente na cruz, e precisamente na cruz — o supremo gesto de amor — Ele é glorificado, porque o amor é a glória autêntica, a glória divina.

Papa Bento XVI – 25 de janeiro de 2012

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