Face a certas desgraças e a eventos de luto, de
catástrofes, doenças e coisas semelhantes, podemos ter a tentação de
«descarregar» a responsabilidade sobre as suas vítimas, ou até sobre o próprio
Deus. Jesus rejeita "claramente” essa visão, porque Deus não permite as
tragédias para punir as culpas.
Que ideia temos de Deus? Temos mesmo a certeza
de que Deus é assim, ou não se trata antes de uma nossa projeção, um deus feito
à nossa imagem e semelhança? Ao contrário, Jesus chama-nos a mudar o coração, a
fazer uma inversão radical no caminho da nossa vida, abandonando o conformismo
com o mal.
Jesus não veio para julgar, mas para salvar: É
pela recusa da graça nesta vida que cada qual se julga já a si próprio, recebe
segundo as suas obras e pode, mesmo, condenar-se para a eternidade, recusando o
Espírito de amor.
O Senhor quer salvar o homem, libertando-o do
pecado, mas o deixa livre: é a "rejeição de Deus e do amor que já traz em
si o castigo."
O mal é um mistério, mas muitas vezes nós o
auto-infligimos, afastando-nos de Deus, que é o próprio Bem. Também acontece
quando o homem viola a natureza e a explora de maneira egoísta e indiscriminada.
A esse respeito, recordo um ditado de meus avós: "Deus sempre perdoa, nós
homens às vezes perdoamos, a natureza não perdoa nunca".
Mas no caminho de nossa vida, tão cheio de
quedas, somos acompanhados pela invencível paciência de Jesus: "Vós
pensastes na paciência de Deus? Considerastes também a irredutível preocupação
pelos pecadores, como nos deveriam provocar à impaciência em relação a nós
mesmos! Nunca é demasiado tarde para nos convertermos, nunca! Até ao último
momento: a paciência de Deus que nos espera."
Papa Francisco
Hoje celebramos:
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