quarta-feira, 6 de maio de 2020

06 de maio - Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. Jo 12,47


Face a certas desgraças e a eventos de luto, de catástrofes, doenças e coisas semelhantes, podemos ter a tentação de «descarregar» a responsabilidade sobre as suas vítimas, ou até sobre o próprio Deus. Jesus rejeita "claramente” essa visão, porque Deus não permite as tragédias para punir as culpas.
Que ideia temos de Deus? Temos mesmo a certeza de que Deus é assim, ou não se trata antes de uma nossa projeção, um deus feito à nossa imagem e semelhança? Ao contrário, Jesus chama-nos a mudar o coração, a fazer uma inversão radical no caminho da nossa vida, abandonando o conformismo com o mal.

Jesus não veio para julgar, mas para salvar: É pela recusa da graça nesta vida que cada qual se julga já a si próprio, recebe segundo as suas obras e pode, mesmo, condenar-se para a eternidade, recusando o Espírito de amor.

O Senhor quer salvar o homem, libertando-o do pecado, mas o deixa livre: é a "rejeição de Deus e do amor que já traz em si o castigo."

O mal é um mistério, mas muitas vezes nós o auto-infligimos, afastando-nos de Deus, que é o próprio Bem. Também acontece quando o homem viola a natureza e a explora de maneira egoísta e indiscriminada. A esse respeito, recordo um ditado de meus avós: "Deus sempre perdoa, nós homens às vezes perdoamos, a natureza não perdoa nunca".
Mas no caminho de nossa vida, tão cheio de quedas, somos acompanhados pela invencível paciência de Jesus: "Vós pensastes na paciência de Deus? Considerastes também a irredutível preocupação pelos pecadores, como nos deveriam provocar à impaciência em relação a nós mesmos! Nunca é demasiado tarde para nos convertermos, nunca! Até ao último momento: a paciência de Deus que nos espera."

Papa Francisco

Hoje celebramos:

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