Dentre os vários santos celebrados neste dia destacamos a vida de Santa Joana D'Arc.
Filha de camponeses muito pobres, nasceu na região francesa de Lorena, em de 1412. Cresceu no meio rural, piedosa, devota e analfabeta, assinava seu nome utilizando uma simples cruz. Com treze anos começou a viver experiências místicas.
Ouvia as "vozes" do arcanjo Miguel, das santas Catarina de Alexandria e Margarida de Antioquia, avisando que ela teria uma importante missão pela frente e deveria preparar-se para ela. Os pais, no início, não deram importância, depois acharam que estava louca e por fim acreditaram, mas temeram por Joana.
A França vivia a Guerra dos Cem Anos com a Inglaterra, governada por Henrique VI. Os franceses estavam enfraquecidos com o rei deposto e os ingleses tentando firmar seus exércitos para tomar de vez o trono. As mensagens que Joana recebia exigiam que ela expulsasse os invasores, reconquistasse a cidade de Orleans e reconduzisse ao trono o rei Carlos VII, para ser coroado na catedral de Reims, novamente como legítimo rei da França. A ordem para ela não parecia impossível, bastava cumpri-la, pois tinha certeza de que Deus estava a seu lado. O problema maior era conseguir falar pessoalmente com o rei deposto.
Conseguiu aos dezoito anos de idade. Carlos VII só concordou em seguir seus conselhos quando percebeu que ela realmente tinha por trás de si o sinal de Deus. Isso porque Joana falou com o rei sobre assuntos que na verdade eram segredos militares e de Estado, que ninguém conhecia, a não ser ele. Deu-lhe, então, a chefia de seus exércitos. Joana vestiu armadura de aço, empunhou como única arma uma bandeira com a cruz e os santíssimos nomes de Jesus e Maria nela bordados, chamando os comandantes à luta pela pátria e por Deus. Guerreira, sem nunca ter ferido ninguém.
E o que aconteceu na batalha que teve aquela figura feminina, jovem e mística, que nada entendia de táticas ou estratégias militares, à frente dos soldados, foi inenarrável. Os franceses sitiados reagiram e venceram os invasores ingleses, livrando o país da submissão.
Carlos VII foi, então, coroado na catedral de Reims, como era tradição na realeza francesa.
A luta pela reconquista demorara cerca de um ano e ela desejava voltar para sua vida simples no campo. Mas o rei exigiu que ela continuasse comandando os exércitos na reconquista de Paris. Ela obedeceu, mas foi ferida e também traída, sendo vendida para os ingleses.
Humilhada, torturada, tentaram fazê-la negar sua missão divina, renegar suas visões, não conseguindo, que decidiram julgá-la por heresia. Num processo religioso ridículo, completamente ilegal, conduzido por sacerdotes renegados, foi condenada à fogueira como "feiticeira, blasfema e herética".
Tinha dezenove anos e morreu murmurando os nomes de Jesus e Maria, em 30 de maio de 1431, diante da comoção popular na praça do Mercado Vermelho, em Rouen.
Vinte anos depois, seus pais pediram ao Papa a revisão e o processo, este foi revisto pelo papa Calisto III, que constatou a injustiça e a reabilitou, sendo reconhecidas suas virtudes heróicas e os sinais de uma missão divina.
Joana d'Arc foi canonizada em 1920 pelo papa Bento XV, sendo proclamada padroeira da França.
O dia de hoje é comemorado na França como data nacional, em memória de santa Joana d'Arc, mártir da pátria e da fé.
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