O Evangelho de hoje apresenta o diálogo de
Jesus com os discípulos à mesa, ainda, na ceia. Jesus está triste e todos estão
tristes: Jesus disse que seria traído por um deles e todos percebem que algo de
ruim aconteceria. Jesus começa a consolar os seus: porque um dos ofícios, dos
trabalhos do Senhor é consolar. Mas como o Senhor consola? É importante saber
isso, porque também nós, quando em nossa vida devemos passar momentos de
tristeza, aprendemos a perceber qual é a verdadeira consolação do Senhor.
E nessa passagem do Evangelho vemos que o
Senhor consola sempre na proximidade, com a verdade e na esperança. São os três
traços da consolação do Senhor. Com proximidade, jamais distante: estou eu.
Aquela palavra: “Estou eu, aqui, convosco”. E muitas vezes em silêncio. Mas
sabemos que Ele está presente. Ele sempre está presente. Aquela proximidade que
é o estilo de Deus, também na Encarnação, fazer-se próximo de nós. O Senhor
consola na proximidade. E não usa palavras, aliás: prefere o silêncio. A força
da proximidade, da presença. E fala pouco. Mas é próximo.
Um segundo traço da proximidade de Jesus, do
modo de consolar de Jesus, é a verdade: Jesus é verdadeiro. Não diz coisas
formais que são mentiras. Diz a verdade. Não esconde a verdade. Porque Ele
mesmo nesta passagem diz: “Eu sou a verdade”. E a verdade é: “Eu vou embora”,
isto é: “Eu morrerei”. Estamos diante da morte. É a verdade. E diz isso
simplesmente com mansidão, sem ferir: estamos diante da morte.
E este é o terceiro traço: Jesus consola na
esperança. Sim, é um momento difícil. Mas “Não se perturbe o vosso coração.
Tende fé em mim também”. “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Vou preparar um
lugar para vós”. Ele por primeiro vai abrir as portas, as portas daquele lugar
através do qual todos passaremos, assim espero: “Voltarei novamente e vos
levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós”. O Senhor
volta toda vez que alguém de nós está em caminho para ir embora deste mundo.
“Voltarei e vos levarei”: a esperança. Ele virá e nos tomará pela mão e nos
levará. Não diz: “Não, vós não sofrereis, não é nada...” Não. Diz a verdade:
“Estou próximo de vós, está é a verdade: é um momento difícil, de perigo, de
morte. Mas não se perturbe o vosso coração, permanecei naquela paz, aquela paz
subjacente a toda consolação, porque eu virei e pela mão vos levarei para onde
eu estarei’.”
Papa Francisco – 08 de
maio de 2020
Hoje celebramos:
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