No trecho evangélico de hoje Jesus, falando do
último dia, precisamente do ocaso, diz: “Como sucedeu nos dias de Noé, assim
sucederá também nos dias do Filho do Homem: comiam, bebiam, os homens
casavam-se e as mulheres davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na
arca”. Em síntese, tudo é habitual, a vida é assim: vivemos desta maneira, sem
pensar no ocaso deste modo de viver.
Mas também esta é uma idolatria: ser apegado
aos hábitos, sem pensar que isto terminará. E a Igreja faz-nos olhar para o fim
destas coisas. Por conseguinte, também os hábitos podem ser considerados como
deuses. Então a idolatria consiste em pensar que a vida é assim, a ponto de ir
em frente por hábito. E tal como a beleza acabará noutra beleza, também os
nossos hábitos acabarão numa eternidade, noutro hábito. Mas há Deus!
Eis então, que a Igreja nos prepara no final do
ano litúrgico e nos faz pensar precisamente no fim das coisas criadas. Sim, serão
transformadas, mas há um conselho que Jesus nos dá no Evangelho de hoje: “não
voltar atrás, não olhar para trás”. E lembrai-vos da esposa de Lot.
Na carta aos Hebreus, lemos: “Nós — crentes
— não somos gente que volta atrás, que cede, mas pessoas que vão sempre em
frente”. Devemos ir sempre em frente nesta vida, olhando para as belezas, e
com os hábitos que todos temos, mas sem os divinizar porque acabarão. Por
conseguinte, sejam estas pequenas belezas, que refletem a grande beleza, os
nossos hábitos para sobreviver no cântico eterno, na contemplação da glória de
Deus.
Papa Francisco – 13 de
novembro de 2015
Hoje celebramos:
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