sábado, 16 de novembro de 2019

16 de novembro - E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Lc 18,7


A parábola de hoje contém um ensinamento importante: A necessidade de orar sempre, sem nunca se cansar. Portanto, não se trata de rezar às vezes, quando tenho vontade. Não! Jesus diz que é preciso orar sempre, sem se cansar. E cita o exemplo da viúva e do juiz.

O juiz é uma personalidade poderosa, chamada a emitir sentenças com base na Lei de Moisés. Esperava-se que os juízes fossem pessoas tementes a Deus, dignas de fé, imparciais e incorruptíveis. Ao contrário, este juiz era um juiz iníquo, sem escrúpulos, que não levava em consideração a Lei mas o seu próprio interesse. Uma viúva vai ter com ele para obter justiça. As viúvas, juntamente com os órfãos e com os estrangeiros, eram as categorias mais frágeis da sociedade, dado que eram pessoas sós e indefesas, dificilmente podiam fazer-se valer: uma pobre viúva, ali sozinha, ninguém a defendia, podiam ignorá-la, sem lhe fazer justiça. Diante da indiferença do juiz, a viúva recorre à sua única arma: continuar insistentemente a importuná-lo, apresentando-lhe o seu pedido de justiça. E é precisamente com esta perseverança que ela alcança a sua finalidade. Com efeito, numa certa altura o juiz atende-a, mas não porque é impelido pela misericórdia, nem porque a consciência lhe impõe; ele simplesmente admite: Dado que esta viúva me importuna, far-lhe-ei justiça, senão ela não cessará de me molestar.

Desta parábola Jesus haure uma dupla conclusão: se a viúva conseguiu convencer o juiz desonesto com os seus pedidos insistentes, tanto mais Deus, que é Pai bom e justo, fará justiça aos seus escolhidos, que clamam por Ele dia e noite.
Por isso Jesus exorta a rezar sem se cansar. Todos nós sentimos momentos de cansaço e de desânimo, sobretudo quando a nossa oração parece ineficaz. Mas Jesus tranquiliza-nos: diversamente do juiz desonesto, Deus atende os seus filhos de modo imediato, embora isto não signifique que o faça segundo os tempos e modos que nós gostaríamos. A oração não é uma varinha mágica! Ela ajuda a conservar a fé em Deus, a confiar em Deus até quando não compreendemos a sua vontade. Nisto, o próprio Jesus — que rezava muito! — serve-nos de exemplo.

Papa Francisco – 25 de maio de 2016

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