Hoje
encontramos Zaqueu, chefe dos "publicanos", isto é, daqueles judeus
que cobravam impostos em nome do império romano, era rico não devido a ganhos
honestos, mas porque pedia a propina, e isso aumentava o desprezo por ele.
Ao
saber da passagem de Jesus por Jericó, fica curioso em ver de perto quem era,
afinal, ouvira dizer coisas extraordinárias a seu respeito. Sendo de baixa
estatura, sobe na árvore. Mas é Jesus quem, em meio aos tantos rostos que o
cercavam, olha para cima e o vê.
Isso
é importante: o primeiro olhar não é de Zaqueu, mas de Jesus, que entre os
muitos rostos que o cercam, procura exatamente aquele. O olhar misericordioso
do Senhor nos alcança antes mesmo que nós percebamos ter necessidade de sermos
salvos.
E
é justamente com esse olhar do divino Mestre que começa o milagre da conversão
do pecador. Jesus o chama pelo nome e pede que desça depressa, pois quer ir ter
com ele em sua casa. Ele não o censura, não lhe faz um sermão; diz que deve ir
até ele: deve, porque é a vontade do Pai. As pessoas murmuram, pois Jesus
escolhe entrar na casa de um pecador público, desprezado por todos.
Nós
também teríamos ficado escandalizados com esse comportamento de Jesus. Mas o
desprezo e o fechamento em relação ao pecador não fazem senão que isolá-lo e
endurecê-lo no mal que ele faz contra si e contra a comunidade. Em vez disso,
Deus condena o pecado, mas tenta salvar o pecador, vai procurá-lo para trazê-lo
de volta ao caminho reto.
A
atenção de Jesus e a forma como foi acolhido, levam Zaqueu a uma mudança de
mentalidade. Em um momento ele percebe quanto é mesquinha uma vida movida pelo
dinheiro, à custa de roubar dos outros e ser desprezado por eles.
Ter
o Senhor ali, em sua casa, faz com que ele veja tudo com olhos diferentes,
também com um pouco da ternura com que Jesus olhou para ele. E muda também o
seu modo de ver e de usar o dinheiro: substitui o gesto do extorquir pelo de
dar.
Encontrando
o Amor, descobrindo ser amado apesar de seus pecados, ele se torna capaz de
amar os outros, fazendo do dinheiro um sinal de solidariedade e de comunhão.
Papa Francisco – 03 de novembro de 2019
Hoje celebramos:
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