O Evangelho fala de um homem que, antes de
partir para uma viagem, convoca os seus empregados e confia-lhes o seu patrimônio
em talentos, moedas antigas de enorme valor. Durante a sua ausência, os servos
devem fazer frutificar esse patrimônio. O primeiro e o segundo fizeram render
as quantias iniciais; o terceiro, ao contrário, tendo medo de perder tudo, guarda
os talentos recebidos. Quando o senhor volta, os primeiros dois servos recebem
a recompensa, enquanto o terceiro, que restitui apenas a moeda recebida, é
repreendido e até punido.
O significado disto é claro. O homem da
parábola representa Jesus; os servos somos nós; e os talentos são o patrimônio
que o Senhor nos confia.
Qual é o patrimônio?
A sua Palavra, a Eucaristia, a fé no Pai
celestial, o seu perdão... em síntese, muitas coisas, os seus bens mais
preciosos. Este é o patrimônio que Ele nos confia. Que não devemos só
conservar, mas também multiplicar!
O lenço usado pelo servo mau e preguiçoso
indica o medo do risco que bloqueia a criatividade e a fecundidade do amor.
Sim, o medo dos riscos do amor bloqueia-nos! Jesus não nos pede que conservemos
a sua graça num cofre! Jesus não nos pede isto, mas deseja que a utilizemos em
vantagem do próximo. Todos os bens que recebemos devem, ser transmitidos aos
outros, porque só assim crescem.
É como se Ele nos dissesse: Eis-te a minha
misericórdia, a minha ternura, o meu perdão: toma-os e usa-os com magnanimidade.
E nós, o que fazemos disto? Quem contagiamos com a nossa fé? Quantas pessoas
encorajamos com a nossa esperança? Quanto amor compartilhamos com o nosso
próximo? São perguntas que nos fará bem formular. Qualquer ambiente, até o mais
distante e impraticável, pode tornar-se um lugar onde fazer frutificar os
talentos. Não existem situações nem lugares fechados à presença e ao testemunho
cristão. O testemunho que Jesus nos pede não é fechado, mas aberto, depende de
nós.
Esta parábola anima-nos a não esconder a nossa
fé nem a nossa pertença a Cristo, a não enterrar a Palavra do Evangelho, mas a
fazê-la circular na nossa vida, nos relacionamentos, nas situações concretas,
como uma força que põe em crise, que purifica e renova.
Papa Francisco – 16 de
novembro de 2014
Hoje celebramos:
Nenhum comentário:
Postar um comentário