quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

24 de janeiro - O semeador saiu a semear. Mc 4,3

Donde saiu Ele, Aquele que está presente em toda a parte, que enche todo o universo? Como saiu? Aproximou-Se de nós, revestindo-Se da nossa carne. Uma vez que não podíamos ir até Ele, porque os nossos pecados nos impediam o acesso, foi Ele que veio até nós. E porque foi que saiu? Para destruir a terra onde abundavam os espinhos? Para castigar os cultivadores? De modo nenhum. Ele veio cultivar essa terra, tratar dela e nela semear a palavra da santidade. Porque a semente de que fala é, na verdade, a sua doutrina; o campo é a alma do homem; o semeador é Ele próprio.

Teríamos razão em censurar um cultivador que semeasse com tanta abundância. Mas, quando se trata das coisas da alma, as pedras podem transformar-se em terra fértil, o caminho pode deixar de ser pisado pelos os transeuntes e tornar-se um campo fecundo, os espinhos podem ser arrancados e permitir aos grãos que cresçam com toda a tranquilidade. Se isso não fosse possível, Ele não teria lançado a semente. E, se a transformação não se realizou, não é por culpa do semeador, mas daqueles que não quiseram deixar-se transformar. O semeador fez o seu trabalho. Se a semente se perdeu, o autor de tão grande benefício não é responsável por isso.

Nota bem que há várias maneiras de perder a semente.  Uma coisa é deixar a semente da palavra de Deus secar sem tribulações e sem cuidados, outra é vê-la sucumbir sob o choque das tentações.  Para que tal não nos aconteça, gravemos a palavra na nossa memória, com ardor e seriedade. Assim, por muito que o diabo arranque à nossa volta, teremos força para evitar que ele arranque o que quer que seja dentro de nós.

São João Crisóstomo – Século V

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