quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

24 de janeiro - Beato Timóteo Giaccardo

É precisamente a missão de uma Igreja inserida em nosso tempo, em que tanta importância assumiu as estruturas e meios de comunicação, que despertou em Timóteo Giaccardo, filho da diocese de Alba, no Piemonte,  desejo de se colocar radicalmente ao serviço da Palavra, através da imprensa e de todas as novas formas de transmissão de ideias.

Diante de um mundo em que a fé enfrenta dificuldades e perigos de todos os tipos, que põe em perigo a  própria sobrevivência de muitas almas, Timóteo Giaccardo, o primeiro discípulo do padre Alberione, interpretou a fidelidade à vocação sacerdotal assumindo o papel de trabalhar para um anúncio que alcance uma difusão mais ampla e mais incisiva entre os irmãos através da imprensa. Assim, ele propôs espalhar o Evangelho e os ensinamentos da Igreja com os meios modernos de comunicação social, entendidos como o principal e típico apostolado do mundo moderno: e isso em fidelidade absoluta ao Magistério da Igreja, na vida espiritual alimentada pela adoração e devoção eucarística diária, ao amor a Nossa Senhora, nos exemplos persuasivos de uma humildade e doçura, o que o tornou querido para toda a família paulina. Hoje, no setenta e cinco anos de sua fundação, encontra-se o ideal para procurar a continuação da missão que lhe foi confiada pelo Pe. Alberione.

"O Mestre divino deve reinar sobre tudo, tudo deve ser dado a todos: com o seu Evangelho às mentes; com a Sua Santidade à vontade e aos costumes; com o coração dele para os corações; com a Cruz para o corpo; com sua Oração e sua Eucaristia ao espírito e à vida através do apostolado das Edições". Isto ele escreveu, e neste projeto ele santificou sua vida, na consciência de que a vocação missionária da Igreja pode e deve assumir a responsabilidade pela difusão do Evangelho, não só em todos os lugares, mas também no contexto social e moral de todas as maravilhosas invenções técnicas que, especialmente em nosso tempo, a engenhosidade humana conseguiu extrair da criação, como o Conselho sublinhou, há exatamente vinte e cinco anos, no decreto "Inter Mirifica".
Mesmo as maravilhas das comunicações sociais modernas são "lugar" e "voz" que incorporam a mensagem da palavra revelada, um instrumento que os apóstolos devem usar para que a fé e a recepção da salvação não falhem quando o Filho do Homem chegar para cumprir o destino do homem.

Papa João Paulo II – Homilia de Beatificação – 22 de outubro de 1989

Giuseppe Timóteo Giaccardo nasceu em 13 de julho de 1896 em Narzole, diocese de Alba, na Itália. Os pais, pobres e tementes a Deus, batizaram-no no mesmo dia do nascimento. Deram-lhe como primeiro nome Giuseppe (José), motivo por que será chamado familiarmente de ‘Pinotu’ (Zezinho). O nome de Pe. Timóteo lhe será conferido, como então se usava para os religiosos, no dia 30 de julho de 1920, por ocasião da renovação dos seus votos.
Pe. Aberione, fundador da Família Paulina, o escolheu para ser o primeiro sacerdote da recém fundada congregação com o nome do primeiro discípulo fiel de São Paulo.

No mês de maio de 1908, José encontrou pela primeira vez o Pe. Alberione. Tal encontro definiu toda a sua vida. Tinha apenas doze anos. Pe. Alberione escreve: “Mandado pelo bispo para ajudar, no domingo, o pároco de Narzole, fraco de saúde, notei imediatamente, entre os meninos que frequentavam a Igreja, o pequeno José, pela sua piedade, seriedade quase superior aos anos, amor ao estudo, vivacidade, sempre contida nos limites de uma alegre inocência. De manhã, com seu amigo, que mais tarde se tornou missionário na África, chegava à igreja ainda fechada para ajudar na missa e para comungar”.

No dia 19 de outubro de 1919, Timóteo Giaccardo foi ordenado sacerdote. Sua ordenação marcou a história da Família Paulina: era o primeiro sacerdote do novo Instituto Pia Sociedade de São Paulo. A sua ordenação sacerdotal não somente confirmava as bênçãos de Deus sobre a nova obra, mas declarava que o “apostolado das edições” é na Igreja e para a Igreja um ministério sacerdotal. Ele era o primeiro padre paulino que fora ordenado expressamente para um ministério novo na Igreja.

Naquela noite inesquecível, Pe. Giaccardo escrevia: “Maria, eu te amo com o amor de Jesus sacerdote. Quanto me é doce dizer-te isto. Sim, com o amor de Jesus, do qual tu me revestiste, me incorporaste, que infunde em mim a sua vida eucarística, da qual descende o meu sacerdócio”.
“Subi ao altar levando o ideal do meu tempo de clérigo: ‘Não sou mais eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim’. Para mim é muito agradável recordar, agradecer de forma explícita, Nossa Senhora, já que todo sacerdote sai do seu coração; e eu dele saí com uma superabundância de afetos, de cuidados, de providência, de graça, de vida”.

Em 1948, no dia 24 de janeiro, morreu após ter rezado o “Ângelus”, ao meio-dia. O Papa João Paulo II o proclamou bem-aventurado em 22 de outubro de 1989

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