"Sou
a Virgem dos Pobres", "Venho para adoçar o sofrimento de todos",
"Esta fonte, eu reservo a todas as nações, para o alivio dos males ".
Também pediu: "Reze Muito" e manifestou o desejo de que se
construísse uma pequena capela. Na última aparição confirmou sua identidade:
"Sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus!".
Banneux
Notre Dame é uma pequena vila belga, distante cerca de vinte quilômetros de
Liège. Banneux quer dizer "banal ou comum". O nome foi usado para
indicar o lugar onde os habitantes eram tão pobres que tinham permissão de usar
gratuitamente a madeira do bosque, para o consumo doméstico e utilizar os
prados para alimentar seus animais.
Só
em 1914, foi adicionado Notre Dame, ou melhor, Nossa Senhora, ao nome da vila.
Isto porque se salvou da destruição durante a Primeira Guerra Mundial. Segundo
os habitantes, foi graças à especial proteção recebida da Virgem Maria neste
período.
Juliano
Beco vivia na região conhecida como "la fange", isto é "a
lama", um lugar úmido e pantanoso junto à pequena fonte de mesmo apelido.
Juliano era um jovem metalúrgico, casado com Luisa Wegimont. Homem honrado,
trabalhador, dedicado ao lar, mas que não dava importância à fé.
Em
1933, Juliano estava desempregado, pai de sete filhos, mas não se preocupavam
em lhes dar uma formação religiosa. A filha mais velha, Mariete, com doze anos,
ainda não fizera a Primeira Eucaristia. Chegou a frequentar as aulas de
catecismo, mas não se aplicou e foi reprovada. Era uma menina ativa, sabia
cuidar dos afazeres domésticos quando a mãe adoecia. Tinha o senso de uma
zelosa dona-de-casa: apreciava ordem, limpeza, economia. Na escola, apesar das
numerosas, mas involuntárias faltas, era aluna diligente. Seus cadernos
atestavam bem sua aplicação. De boa índole, esforçava-se em animar a todos.
Sabia viver as alegrias simples e puras da vida que Deus concede. E dando este
bom exemplo, edificava os outros.
No
dia 15 de janeiro deste ano, Nossa Senhora apareceu para Mariete, que aguardava
o retorno de seu irmão, junto à janela da cozinha, observando a neve que cobria
toda a paisagem. Por volta das sete horas da noite, ela viu uma formosa
Senhora, resplandecente de luz, flutuando sobre uma pequena nuvem, no jardim. A
menina exclamou então: “Mamãe! Mamãe! Venha! Parece que Nossa Senhora está no
jardim!” A mãe, de outro cômodo da casa, mandou que a filha deixasse de
bobagens e fosse dormir.
A aparição, entretanto, continuava. A Senhora era de média estatura, com vestido e véu brancos, sendo que a alvura da veste era mais intensa. Esta fechava-se sob o queixo da Senhora, era lisa até a cintura e depois alargava-se até os pés, formando pregas harmoniosas. As pontas do largo cinto azul caíam-lhe diante do vestido. O véu cobria-lhe ombros e braços. As mãos estavam juntas, mas abaixadas. A Dama sorria com o olhar e os lábios, estando ligeiramente inclinada para seu lado esquerdo. Essa postura, característica da Virgem de Banneux, permitia que se visse o pé direito de Nossa Senhora, ornado com uma rosa de ouro. Apoiava-se ele sobre uma nuvem prateada, a uns três palmos do chão. Uma luz brilhante, opalescente, circundava a Virgem. E em tomo de sua cabeça notava-se uma auréola de raios de luz divergentes.
Mariete, que de inicio tivera medo, tranquilizou-se, tomou o terço e rezou seis dezenas. A Dama, com um gesto, chamou-a ao jardim. Mas a mãe da menina trancou a porta da casa à chave e desceu as persianas da janela. Antes de se retirar do recinto, ela rezou ainda uns dez minutos, espiando pela janela, levantando um pouco a persiana. Nessa ocasião, a Senhora já havia desaparecido.
Mariete
passou a rezar muito, pedindo à Santíssima Virgem que voltasse a aparecer.
Todas as noites às sete horas, ela saía para o jardim. Na terceira noite, Nossa
Senhora lhe apareceu pela segunda vez.
Até
02 de março, retornou outras seis vezes, durante as quais revelou: "Sou a
Virgem dos Pobres", "Venho para adoçar o sofrimento de todos",
"Esta fonte, eu reservo à todas as nações, para o alivio dos males ".
Também pediu: "Reze Muito" e manifestou o desejo de que se
construísse uma pequena capela.
Na
última aparição confirmou sua identidade: "Sou a Mãe do Salvador, a Mãe de
Deus!".
Os
pais de Mariete se converteram, assim como, muitas outras famílias da vila.
O
vigário da vila Banneux Notre Dame, convocou a população para a reza diária do
rosário. O fluxo das romarias aumentou muito, pois todos queriam tocar a água
da fonte "a lama" para obter cura dos males do corpo e da alma.
Muitos
milagres foram alcançados e documentados, enquanto as autoridades religiosas
estudavam as aparições.
Em
1942a Igreja, através do Bispo de Liège autorizou o culto a Nossa Senhora de
Banneux, a Virgem dos Pobres. E, em 1949, o mesmo Bispo reconheceu como
verdadeiras as oito aparições da Virgem Maria à Mariete Beco.
No
dia 08 de agosto deste mesmo ano começou a construção do seu Santuário, no
local da aparição.
Numerosas
igrejas surgiram em diferentes partes do mundo dedicadas à invocação de Nossa
Senhora dos Pobres. No Brasil, a primeira foi erguida no bairro de São
Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 1950. Em São Paulo, as Irmãs Vicentinas do
bairro Butantã trouxeram a imagem desta devoção, em 1958, colocada para
veneração na pequena capela que deu origem à atual paróquia da região.
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