segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

15 de janeiro - Nossa Senhora dos Pobres

"Sou a Virgem dos Pobres", "Venho para adoçar o sofrimento de todos", "Esta fonte, eu reservo a todas as nações, para o alivio dos males ". Também pediu: "Reze Muito" e manifestou o desejo de que se construísse uma pequena capela. Na última aparição confirmou sua identidade: "Sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus!".

Banneux Notre Dame é uma pequena vila belga, distante cerca de vinte quilômetros de Liège. Banneux quer dizer "banal ou comum". O nome foi usado para indicar o lugar onde os habitantes eram tão pobres que tinham permissão de usar gratuitamente a madeira do bosque, para o consumo doméstico e utilizar os prados para alimentar seus animais.
Só em 1914, foi adicionado Notre Dame, ou melhor, Nossa Senhora, ao nome da vila. Isto porque se salvou da destruição durante a Primeira Guerra Mundial. Segundo os habitantes, foi graças à especial proteção recebida da Virgem Maria neste período.

Juliano Beco vivia na região conhecida como "la fange", isto é "a lama", um lugar úmido e pantanoso junto à pequena fonte de mesmo apelido. Juliano era um jovem metalúrgico, casado com Luisa Wegimont. Homem honrado, trabalhador, dedicado ao lar, mas que não dava importância à fé.

Em 1933, Juliano estava desempregado, pai de sete filhos, mas não se preocupavam em lhes dar uma formação religiosa. A filha mais velha, Mariete, com doze anos, ainda não fizera a Primeira Eucaristia. Chegou a frequentar as aulas de catecismo, mas não se aplicou e foi reprovada. Era uma menina ativa, sabia cuidar dos afazeres domésticos quando a mãe adoecia. Tinha o senso de uma zelosa dona-de-casa: apreciava ordem, limpeza, economia. Na escola, apesar das numerosas, mas involuntárias faltas, era aluna diligente. Seus cadernos atestavam bem sua aplicação. De boa índole, esforçava-se em animar a todos. Sabia viver as alegrias simples e puras da vida que Deus concede. E dando este bom exemplo, edificava os outros.

No dia 15 de janeiro deste ano, Nossa Senhora apareceu para Mariete, que aguardava o retorno de seu irmão, junto à janela da cozinha, observando a neve que cobria toda a paisagem. Por volta das sete horas da noite, ela viu uma formosa Senhora, resplandecente de luz, flutuando sobre uma pequena nuvem, no jardim. A menina exclamou então: “Mamãe! Mamãe! Venha! Parece que Nossa Senhora está no jardim!” A mãe, de outro cômodo da casa, mandou que a filha deixasse de bobagens e fosse dormir.

A aparição, entretanto, continuava. A Senhora era de média estatura, com vestido e véu brancos, sendo que a alvura da veste era mais intensa. Esta fechava-se sob o queixo da Senhora, era lisa até a cintura e depois alargava-se até os pés, formando pregas harmoniosas. As pontas do largo cinto azul caíam-lhe diante do vestido. O véu cobria-lhe ombros e braços. As mãos estavam juntas, mas abaixadas. A Dama sorria com o olhar e os lábios, estando ligeiramente inclinada para seu lado esquerdo. Essa postura, característica da Virgem de Banneux, permitia que se visse o pé direito de Nossa Senhora, ornado com uma rosa de ouro. Apoiava-se ele sobre uma nuvem prateada, a uns três palmos do chão. Uma luz brilhante, opalescente, circundava a Virgem. E em tomo de sua cabeça notava-se uma auréola de raios de luz divergentes.

Mariete, que de inicio tivera medo, tranquilizou-se, tomou o terço e rezou seis dezenas. A Dama, com um gesto, chamou-a ao jardim. Mas a mãe da menina trancou a porta da casa à chave e desceu as persianas da janela. Antes de se retirar do recinto, ela rezou ainda uns dez minutos, espiando pela janela, levantando um pouco a persiana. Nessa ocasião, a Senhora já havia desaparecido.

Mariete passou a rezar muito, pedindo à Santíssima Virgem que voltasse a aparecer. Todas as noites às sete horas, ela saía para o jardim. Na terceira noite, Nossa Senhora lhe apareceu pela segunda vez.

Até 02 de março, retornou outras seis vezes, durante as quais revelou: "Sou a Virgem dos Pobres", "Venho para adoçar o sofrimento de todos", "Esta fonte, eu reservo à todas as nações, para o alivio dos males ". Também pediu: "Reze Muito" e manifestou o desejo de que se construísse uma pequena capela.

Na última aparição confirmou sua identidade: "Sou a Mãe do Salvador, a Mãe de Deus!".
Os pais de Mariete se converteram, assim como, muitas outras famílias da vila.

O vigário da vila Banneux Notre Dame, convocou a população para a reza diária do rosário. O fluxo das romarias aumentou muito, pois todos queriam tocar a água da fonte "a lama" para obter cura dos males do corpo e da alma.
Muitos milagres foram alcançados e documentados, enquanto as autoridades religiosas estudavam as aparições.

Em 1942a Igreja, através do Bispo de Liège autorizou o culto a Nossa Senhora de Banneux, a Virgem dos Pobres. E, em 1949, o mesmo Bispo reconheceu como verdadeiras as oito aparições da Virgem Maria à Mariete Beco.

No dia 08 de agosto deste mesmo ano começou a construção do seu Santuário, no local da aparição.


Numerosas igrejas surgiram em diferentes partes do mundo dedicadas à invocação de Nossa Senhora dos Pobres. No Brasil, a primeira foi erguida no bairro de São Cristóvão, no Rio de Janeiro, em 1950. Em São Paulo, as Irmãs Vicentinas do bairro Butantã trouxeram a imagem desta devoção, em 1958, colocada para veneração na pequena capela que deu origem à atual paróquia da região.

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