Os relatos de graças alcançadas pela Bem-aventurada Dulce dos Pobres
começaram a chegar ao Memorial Irmã Dulce (MID) logo após seu falecimento em
1992. Hoje o núcleo tem em seu arquivo mais de sete mil graças. Em 2003, uma
delas chamou a atenção do então postulador da causa, Frei Paolo Lombardo, e
motivou a criação de um Tribunal Eclesiástico para sua análise: em 12
de janeiro de 2001 uma mãe havia se recuperado de uma hemorragia no parto de
maneira inexplicável.
Após dar a luz a seu segundo filho, Gabriel, a sergipana Claudia
Cristina dos Santos sangrou por 18 horas e foi submetida a três cirurgias na
Maternidade São José, da cidade de Itabaiana (SE). Diante da gravidade do
quadro, o obstetra Antônio Cardoso avisou a família que apenas “uma ajuda divina”
poderia salvar a vida de Cláudia. Em desespero, a família da miraculada
chamou o padre José Almí para ministrar a unção dos enfermos. O padre, no
entanto, decidiu fazer uma corrente de oração pedindo a intercessão de Irmã
Dulce e deu a Cláudia uma pequena relíquia da Bem-aventurada. A hemorragia
cessou subitamente.
O caso de Cláudia foi analisado por dez peritos médicos brasileiros e
seis italianos, segundo o Dr. Sandro Barral, um dos integrantes da comissão
científica que analisou o milagre. “Ninguém conseguiu, do ponto de
vista da nossa especialidade, explicar o porquê daquela melhora, de forma tão
rápida, numa condição tão adversa”, afirmou. O milagre validado pelo
Vaticano passou por três etapas de avaliação: uma reunião com peritos médicos
(que deram o aval científico), com teólogos, e, finalmente, a aprovação final
do colégio cardinalício, tendo sua autenticidade reconhecida de forma unânime
em todos os estágios.
Uma graça só é considerada milagre após atender a quatro pontos
básicos:
1. a instantaneidade, que assegura que a graça foi
alcançada logo após o apelo;
2. a perfeição, que garante o atendimento completo do
pedido;
3. a durabilidade e permanência do benefício e
4. seu caráter preternatural (não explicado pela
ciência).
“O milagre apresentado no processo foi examinado meticulosamente por
especialistas do Brasil e de Roma. Um reconhecimento que vem mais uma vez
confirmar a vida de virtudes de Irmã Dulce – trajetória essa baseada na total
dedicação aos pobres e doentes”, afirmou o cardeal D. Geraldo Majjela.
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